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Parceria entre Embrapa e Marfrig faz ‘carne de baixo carbono’

A qualidade sempre foi prioridade para os consumidores. As exigências, porém, vêm aumentando.

Origem dos produtos e processos de produção passaram a fazer parte da demanda. O resultado é que o consumidor quer, cada vez mais, produto de qualidade, mas sustentável.

Como medir isso? A Embrapa desenvolve desde 2015 meios de aferição de produtos e de modelos de produção para indicar sustentabilidade.

Começou com a carne bovina, ao montar o que a empresa chama de marcas-conceito. São sistemas de produção sustentáveis certificados, como o da “carne carbono neutro” e o da “carne de baixo carbono”.

Linha de produção e corte de carne do frigorífico Marfrig, em Promissão, São Paulo – Alf Ribeiro – 09.abr.2018/Folhapress

Esses sistemas de produção neutralizam ou reduzem a emissão de metano emitido pelos animais, via integração de lavouras e florestas e com manejo adequado do solo.

A parceria com uma grande empresa do mercado para implementar a proposta agora dá força ao modelo.

É o que Embrapa, uma empresa de pesquisa, e a Marfrig, a segunda maior processadora de carne vermelha do mundo e uma grande compradora de animais, estão fazendo.

Cleber Soares, diretor de inovação e de tecnologia da Embrapa, diz que “essa parceira coloca a carne bovina brasileira em um novo patamar e atende, cada vez mais, um mercado exigente em práticas sustentáveis de produção”.

Para Maurício Manduca, gerente corporativo de compra de gado da Marfrig, “a parceira vem reforçar toda a estratégia no desenvolvimento de pesquisas e de programas relacionados à questão ambiental e de bem-estar dos animais da empresa”.

Além disso, segundo Manduca, permite oferecer ao consumidor um produto que tenha, além de qualidade, outros atributos.

Para Leonel Almeida, gerente de sustentabilidade da Marfrig Beef, “esse sistema valida e mensura a produção, dando mais transparência de como a carne brasileira é produzida”.

Manduca diz que, com essa parceira, é possível a busca de mercados com demandas e nichos específicos para esse produtos. Quanto à valorização da carne, “é um ponto a ser tratado com o tempo”.

Soares, da Embrapa, diz acreditar, no entanto, que levar ao mercado um produto com qualidade e sustentabilidade agrega valor e abre portas para outros produtos brasileiros, além das carnes.

Segundo a empresa de pesquisa, a carne carbono neutro é produzida em sistemas integrados com árvores plantadas. Elas são responsáveis pelo sequestro de carbono e possibilitam a neutralização da emissão de metano dos animais.

Já a carne de baixo carbono pode ser produzida em sistemas integrados com lavouras e pastagens. Um manejo adequado do solo permite a estocagem de carbono na terra.

A Marfrig deve implementar o projeto de carne carbono neutro já, mas o de carne de baixo carbono precisa de alguns ajustes. A previsão é para janeiro do próximo ano.

As áreas destinadas à produção de carnes com maior sustentabilidade aumentam no país. Em 2011, a Embrapa apontou 11,7 milhões de hectares com integração de lavoura, pecuária e florestas. Em 2017, eram 14 milhões.

O censo agropecuário brasileiro do IBGE, divulgado na semana passada, confirma esses números.

Segundo o instituto, as áreas cultivadas com espécies florestas, lavouras e pastagens somavam 13,9 milhões de hectares no ano passado.

Fonte: Folha de São Paulo.

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