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Paralisação de plantas frigoríficas reduz preço do boi gordo em 3,5%

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirma que 11 plantas frigoríficas estão paralisadas no país, o que contribuiu para a desvalorização do preço da arroba do boi gordo em 3,5% nós últimos cinco dias. De acordo com a entidade, três estabelecimentos de Mato Grosso do Sul entraram em férias coletivas nesta semana.

Também foram registradas quedas nas vendas no atacado e varejo, especialmente de cortes nobres.

Suínos

A crise do novo coronavírus fez as empresas integradoras diminuírem em 70% as compras de suínos de produtores independentes, informou a CNA, com preferência aos integrados. Com isso, os criadores buscam novas formas de organização coletiva para comercializar a produção.

O preço pago pelo suíno a esses produtores nos primeiros dias de abril caiu em todas as praças. As quedas variam de -5,2% em Mato Grosso a -15,4% em Minas Gerais em relação à semana passada.

No setor de aves, a CNA destaca que os produtos congelados continuam com demanda alta e que a pequena recuperação do mercado de resfriados, ainda não foi suficiente para melhorar o preço do frango vivo pago ao produtor independente.

“O produtor independente e os pequenos frigoríficos de aves ainda sentem o reflexo da queda de consumo no food service, que resultou na desvalorização do frango vivo acumulada em cerca de 10% nos dois primeiros dias de abril (SP), conforme dados da JOX Consultoria”, diz boletim da CNA.

Exportações

No mercado internacional, a CNA relata cenários distintos a depender do país de destino das exportações brasileiras, mas não há destaque de interrupções drásticas de compras dos produtos nacionais.

A principal expectativa é com a retomada das atividades econômicas na China, mas a redução de voos internacionais tem dificultado envio de documentos originais e carregamentos de soja. A logística para o comércio de grão, no entanto, está operando normalmente, segundo depoimentos colhidos pela CNA.

Relatórios apontam que 88% das empresas do setor agrícola já teriam retomado suas atividades. Segundo a “National food and Strategic Reserves Administration”, 97% das principais empresas nacionais de fornecimento agrícola e 63% das empresas de processamento de grãos também já teriam retomado suas atividades.

Consultorias privadas falam em “riscos reais de desabastecimento ao longo do ano” no país asiático devido à pandemia, a peste suína africana e uma praga que afetou a produção de milho na China.

Segundo boletim da CNA, o Porto de Xangai tem conseguido reduzir o acúmulo de cargas refrigeradas, mas mantém a ocupação próxima de 80%. Nos últimos meses, foram adicionadas 7 mil novas posições para conexão de contêineres refrigerados nos portos de Xangai e Tianjin, aumentando a capacidade de armazenamento de cargas refrigeradas em cerca de 40%.

Na Arábia Saudita, as importações de produtos cárneos do Brasil, que atendiam grande parte do setor de “food service” do país, têm sido fortemente prejudicadas. Uma empresa brasileira relatou que as vendas para o país caíram 60% e indicou que a indústria doméstica de carne de aves, que tradicionalmente vende seus produtos para supermercados, não tem conseguido atender o aumento da demanda neste canal de comércio.

Por outro lado, a CNA diz que a autoridade saudita tem solicitado aos importadores e distribuidores que apontem SIFs brasileiros, atualmente fora da lista, que gostariam de ser habilitados para a exportação, devido à uma alta demanda por aves.

Na Argélia, o governo determinou redução de gastos com importações e pode restringir o envio de milho, carne bovina e café brasileiros para lá. Os produtos representam quase 20% da cesta de exportações ao país.

A Associação de Importadores da Coreia do Sul procurou a embaixada brasileira com interesse na importação de carne e frango.

No caso do Vietnã, o valor das exportações brasileiras caiu 35% no primeiro bimestre em comparação com o mesmo período de 2019.

Já o Marrocos retirou tarifas para importação de uma série de produtos e a Tunísia pode reduzir compras de café e açúcar devido ao fechamento dos bares e restaurantes.

Na Colômbia, o governo isentou a importação de uma lista extensa de produtos, eliminando a preferência comercial com o Brasil.

Fonte: Valor Econômico.

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