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25 de junho de 2019
Na FAO, ministra defende fim do protecionismo dos países desenvolvidos na agricultura
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Para representante do Brasil na FAO, novo diretor terá desafio de atender demandas de países ricos e em desenvolvimento

A partir de agosto deste ano, Qu Dongyu, atual vice-ministro da Agricultura e dos Assuntos Agrários da China, assumirá o cargo de diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) pelos próximos quatros anos. Com apoio do Brasil, ele foi eleito nesse domingo (23) com 108 votos dos 191 países votantes, vencendo a candidata Catherine Geslain-Lanéelle (França), que teve 71 votos; e o candidato da Geórgia, Davit Kirvalidze, com 12 votos.

Para o representante permanente do Brasil na FAO, embaixador Fernando Abreu, os principais desafios do novo diretor-geral serão: atender as demandas dos países com um orçamento cada vez mais enxuto da FAO e aliar as expectativas de nações ricas e em desenvolvimento. Em entrevista, o embaixador também destacou que inovação é caminho para produção de alimentos de boa qualidade de forma sustentável. 

“Os países desenvolvidos têm maior interesse na elaboração de normas e procedimentos na área de agricultura e alimentação. Já os países em desenvolvimento têm maior interesse na cooperação técnica entre os países do Sul, mas também na cooperação triangular e interesse em áreas em que as normas são negociadas e depois deveriam ser implementadas nos seus países”, disse.

Na avaliação do embaixador, o Brasil continuará atuante nos próximos quatro anos, já que o país é uma potência agrícola, rico em recursos genéticos e detém políticas de segurança alimentar que podem ser replicadas em outras nações. Dongyu irá suceder o brasileiro José Graziano da Silva, que ficou na diretoria-geral nos últimos oito anos e encerrará o segundo mandato em julho.

“Acho que o Brasil continuará tendo um interesse permanente na FAO, porque independe da presença e da nacionalidade de um diretor-geral, pois ele segue as diretrizes que a conferência e o conselho determinam. Evidentemente tem alguma margem de atuação, mas não é ele quem determina as orientações e os horizontes da FAO, e sim os países-membros, que são 194, que por regra de consenso determinam os programas e os projetos a serem implementados”.

Fernando Abreu ressaltou que a inovação no campo é fundamental para melhoria das práticas e aumento da produtividade da agricultura mundial.

“Gostaria de ressaltar as palavras da ministra Tereza Cristina na sua intervenção na conferência, que reforçou a importância da inovação. Se não houver inovação, hoje não teríamos recursos para implementarmos políticas e desenvolvermos técnicas para atender a demanda de alimentos. E não só a produção de alimentos é relevante, mas a produção de alimento de boa qualidade. É importante que os alimentos hoje tenham boa qualidade e que sejam produzidos de forma sustentável”, destacou.

Em discurso nesta segunda-feira (24) na 41ª Conferência da FAO, em Roma, a ministra Tereza Cristina defendeu o fim do protecionismo dos países ricose a regulação do comércio internacional agrícola e de alimentos com base em princípios científicos. Tereza Cristina destacou que, graças à inovação, o Brasil alcançou crescimento significativo no setor agropecuário nas últimas décadas.

Fonte: Mapa.

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