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Pandemia afeta mais de metade dos pequenos produtores de SP

Pesquisa realizada pela Secretaria de Agricultura de São Paulo, com 1.166 pequenos produtores familiares de 640 municípios entre os dias 11 e 14 de maio, apontou que 52% deles acusaram impacto na sua atividade no período por causa da pandemia. Do total, 18% tiveram dificuldades de escoar produção, 17% de obter insumos e 13% foram afetados diretamente pela interrupção de vendas a prefeituras, boa parte delas antes direcionadas à merenda escolar. Iniciado em abril, esse levantamento tem sido feito mensalmente.

Conforme a secretaria, 18% dos entrevistados tiveram sua renda cortada em mais da metade, 41% em menos da metade e 39% não tiveram alterações – apenas 2% apresentaram incremento.

A causa dominante apontada para a queda na renda foi o encolhimento do mercado consumidor, em razão do fechamento de cozinhas industriais e escolas, além da menor demanda de restaurantes e feiras livres. Em meio à crise, 20% dos produtores revelaram ter limitado gastos com a manutenção das famílias.

Por ordem de relevância, os canais de comercialização mais usados pelos pesquisados para escoar seus produtos foram agroindústrias, intermediários, consumidor final (venda direta) e mercados locais e regionais. Considerando as quatro atividades preponderantes dos produtores, os intermediários foram mais acessados por olericultores e fruticultores, e as agroindústria por criadores de gado de corte e leite.

Na busca por recuperar renda, 32% dos entrevistados se inscreveram para receber o auxílio emergencial do governo federal e 6% disseram que irá fazê-lo. Do total, porém, 36% não eram elegíveis ao benefício, enquanto 23% disseram não ter interesse e 3%, não ter informação.

Ao Valor, Gustavo Junqueira, secretário de Agricultura de São Paulo, disse que a pesquisa ajudará a nortear as ações do poder público, que admitiu serem lentas. Em abril, ele disse à reportagem que a concessão de crédito aos pequenos produtores poderia ser feita via Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP), que conta com R$ 100 milhões em caixa que podem ser destinados a ações emergenciais e de recuperação dessa cadeia. De lá para cá, segundo Junqueira, a proposta avançou na Secretaria da Fazenda do Estado, mas não tem data para sair do papel.

Segundo ele, a quarentena no Estado, que começou há três meses, é sentida num ritmo diferente no campo. Usando como exemplo os produtores de leite, disse que a resiliência nas fazendas é maior. “O produtor rural é diferente do comerciante urbano. Ele tem a terra como ativo, seus animais. Com a crise, a vaca continuou lá, foi para o pasto, o produtor comprou menos ração para ela e pôde comprar a vacina depois, com a extensão dos prazos no Estado. Teve uma perda de margem, precisou redirecionar a produção, mas é menos provável que ele saia da atividade no curto prazo”, afirmou ele.

Fonte: Valor Econômico.

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