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Países do Mercosul concordam em revisar regras do bloco

Líderes do Mercosul expressaram concordância sobre a necessidade de mudanças nas regras de comércio entre os países. Especialmente diante do posicionamento do governo eleito do Brasil, de considerar a possibilidade de sair do bloco, que não vê como prioridade. Chefes de Estado dos países membros e associados participaram, nesta terça-feira (18/12), em Montevidéu, capital do Uruguai, da 53ª Reunião de Presidentes do Mercosul.

As recentes declarações, não apenas do presidente eleito, mas também de seus futuros ministros ganharam peso na reunião, em meio a um contexto de negociação comercial com a União Europeia. A indicada para a Agricultura, Tereza Cristina, por exemplo, já declarou em entrevistas que o bloco sul-americano deve ser modernizado.

“Não pode ter a visão só de um setor, uma visão setorial porque uma coisa leva à outra e são vários produtos ligados à agropecuária, mas nós temos que rever. Talvez até fortalecer o Mercosul, mas nós temos que colocar os problemas de cada lado”, disse ela, em entrevista recente à Globo Rural.

Fora do governo, especialistas também defendem mudanças. Presidente-executivo da Aliança Agro Ásia Brasil, entidade que defende os interesses das indústrias de carnes e de açúcar e etanol, Marcos Jank acredita que o Brasil deve fazer valer seu peso como maior economia do bloco e discutir um mecanismo que o permita atuar de forma independente. O regulamento atual só permite negociações comerciais em conjunto.

“O Brasil tem que apontar uma série de interesses nacionais, chamar os outros e falar, ‘vamos juntos ou não’? Se falarem não, o Brasil pode ir perfeitamente sozinho pelo tamanho que tem. Depende de uma mudança nas regras. O Brasil deve dar esse passo, mas não dizer que romperá com o bloco”, disse Jank, também em entrevista à Globo Rural.

Em meio a este cenário, presidentes dos países que integram o bloco – além da Bolívia, como membro-associado – se reuniram na capital uruguaia. Na terça-feira, o presidente do país anfitrião, Tabaré Vasquez, defendeu que o Mercosul deve buscar o aperfeiçoamento do comércio intrazona.

Segundo informou o site de notícias Mercopress, ainda que as declarações recentes tragam alguma incerteza, avaliação de representantes dos estados-membros é a de que o posicionamento do governo eleito do Brasil abre uma oportunidade para discutir melhorias no bloco sul-americano.

Na sua última cúpula de chefes de estado do Mercosul, o presidente Michel Temer avaliou que a fraternidade permeia o bloco sul-americano. Segundo ele, os países-membros souberam se utilizar do bloco a favor do crescimento de suas economias e da geração de oportunidades.

“Recolocamos o bloco a serviço de nossos reais valores. Eu começo pelo plano econômico, porque nós, afinal, respondemos sempre com mais comércio e mais investimentos. Respondemos com mais integração, que é exatamente nisso que nós acreditamos”, disse Temer, segundo a Agência Brasil.

Em conversa com jornalistas, Temer se disse tranquilo em relação ao futuro do Mercosul. Ele não acredita que o conseguido ate hoje será perdido no governo de Jair Bolsonaro, embora admita ser possível seu sucessor pleitear uma revisão das regras.

“Acho que o presidente Bolsonaro poderá promover com sua equipe uma revisão do Mercosul, pleitear essa revisão. Volto a dizer que ela se faz com certa frequência, de modo que não significa oposição ao Mercosul. Quem sabe um apoio ao Mercosul, renová-lo”, afirmou, ainda conforme a agência.

No documento final do encontro, estados membros e associados ao Mercosul reafirmam seu compromisso com maior integração do bloco, tendo em vista o desenvolvimento econômico e a erradicação da pobreza. Se comprometeram também com a defesa do multilateralismo, com o fortalecimento das instituições democráticas e a promoção dos direitos humanos.

Os líderes concordaram também em avaliar as possibilidades de ação conjunta de auxílio aos imigrantes e reafirmaram seu compromisso de combate à corrupção e o tráfico de drogas. A presidência rotativa do bloco foi transmitida do Uruguai para a Argentina.

Fonte: Globo Rural.

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