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Pablo Caputi: Uruguai precisa criar mercado futuro

Com a instrumentação de um mercado de futuros da carne no Uruguai, os produtores poderiam ter mais certezas para elevar a produção pecuária e os frigoríficos poderiam aumentar os abates e reduzir a capacidade ociosa, que hoje é de cerca de 1 milhão de cabeças. Esse é o objetivo do diretor da Direção de Informação e Análises Econômicas do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC), Pablo Caputi, que considera que o setor industrial deveria ser quem promova esta ferramenta, que hoje é comum em outros países da região, assim como no mercado de grãos.

Com a instrumentação de um mercado de futuros da carne no Uruguai, os produtores poderiam ter mais certezas para elevar a produção pecuária e os frigoríficos poderiam aumentar os abates e reduzir a capacidade ociosa, que hoje é de cerca de 1 milhão de cabeças.

Esse é o objetivo do diretor da Direção de Informação e Análises Econômicas do Instituto Nacional de Carnes do Uruguai (INAC), Pablo Caputi, que considera que o setor industrial deveria ser quem promova esta ferramenta, que hoje é comum em outros países da região, assim como no mercado de grãos.

“Hoje, temos um abate de cerca de 2,2 milhões de cabeças, mas temos uma capacidade instalada industrial que supera largamente as 3 milhões de cabeças. No entanto, saem do país 150.000 animais em pé. Isso quer dizer que não conseguimos oferecer esses animais aos produtores ou engordadores a um preço atrativo para que esse gado fique no Uruguai”.

Ele disse que, diferentemente de outros anos, o setor agropecuário não tem dificuldades para ter acesso a créditos e com taxas muito acessíveis. Por esse motivo, disse que o que falta “são algumas certezas” de preços a seis meses ou a um ano para que os pecuaristas possam investir e, assim, elevar sua produção.

Caputi deu como exemplo as referências de preços que alguns agricultores locais utilizam antes de tomar decisões quando consultam os mercados futuros da Bolsa de Chicago. “A pecuária tem um débito aí. É uma debilidade objetiva que faz com que os produtores não invistam mais, porque têm incertezas”.

Por isso, ele recomendou que, para garantir o abastecimento de matéria-prima por parte da indústria, essas pensem mais sobre como resolver esse problema. Nesse sentido, ele disse que se não conseguirem criar um instrumento no Uruguai, poderia usar como referência a cotação do mercado brasileiro. No entanto, Caputi disse que se a exportação de gado em pé se consolidar no futuro, “talvez essa termine sendo a referência de preço” do mercado de gado. De todas as formas, ele disse que “essas 150.000 cabeças que vão é emprego que se perde no país”.

No Uruguai, há antecedentes de um mercado de futuros para o preço do gado, aplicado durante um breve período em 1993. O desinteresse da indústria motivou o fim do projeto.

A reportagem é do El País Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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