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Outubro: arroba tem valorização de 20% e atinge níveis históricos

Em outubro a arroba do boi gordo alcançou os tão esperados R$ 100 e não parou por ai. No último dia útil do mês passado (29/10), o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 113,12/@, com variação mensal de +20,38%. Durante o mês de outubro, que historicamente é considerado o pico da entressafra, os frigoríficos tiveram grande dificuldade para comprar animais para o abate e precisaram elevar as ofertas para conseguir preencher suas escalas.

Em outubro a arroba do boi gordo alcançou os tão esperados R$ 100 e não parou por ai. No último dia útil do mês passado (29/10), o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 113,12/@, com variação mensal de +20,38%.

O indicador a prazo registrou alta de 21,67% no mês, sendo cotado à R$ 115,55/@ no dia 29 de outubro. Em relação ao mesmo período do ano passado, quando a arroba era cotada a R$ 76,95/@, a valorização é de 50,16%.

Tabela 1. Principais indicadores

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo a prazo

Durante o mês de outubro, que historicamente é considerado o pico da entressafra, os frigoríficos tiveram grande dificuldade para comprar animais para o abate e precisaram elevar as ofertas para conseguir preencher suas escalas.

A exemplo do que aconteceu no mês passado, a oferta de boi pronto para abate continua muito restrita e o mercado segue firme. Frigoríficos ainda encontram dificuldade para comprar animais e trabalham com escalas curtas. Nesta segunda-feira (08/11), o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo a prazo foi cotado a R$ 117,89/@.

Segundo a XP Investimentos, no Twitter, “mercado firme e com alta para o boi gordo de todas as regiões. As escalas de abate voltaram a encurtar e estoques de carne seguem enxutos”.

Mesmo fora de São Paulo, o preço já ultrapassou os R$ 100,00 e mesmo assim não está fácil completar as programações de abate. Parece que este será o cenário até começarmos a ver os bois de pasto entrando nos frigoríficos. Quando isso deve acontecer?

Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.

Um ponto que preocupava muita gente era até quando o consumidor ir absorver essas altas? É claro que já existe substituição da carne bovina por proteínas mais baratas como o frango. Mas a oferta de carne segue enxuta e ainda dá sustentação.

Na semana passada tive um exemplo nítido dessa situação, nos supermercados de Piracicaba vemos uma quantidade menor de carne. Enquanto esperava na fila do açougue passei a observar a compra de uma dona de casa que estava na minha frente. Primeiro ela reclamou dos preços de todos os cortes, depois pediu um pacote de peito de frango e um de coxas e sobrecoxas. Mas não resistiu. Como tinha acabado o alcatra, levou um tanto de coxão mole e um pouco de contra-filé.

No atacado, o traseiro terminou o mês passado valendo R$ 8,80, o dianteiro R$ 5,60 e a ponta de agulha R$ 5,40. No dia 29, o equivalente físico foi calculado em R$ 106,65/@, com variação mensal de +17,8%.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico

Dólar

A moeda americana registrou alta de 1,20% durante outubro, sendo cotado a R$ 1,7006 no último dia do mês.

Com a forte valorização do indicador, nossa arroba que era uma das mais caras do mundo, subiu para US$ 66,52, com uma alta de 18,95%.

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista em US$

Reposição

A reposição não acompanhou a escalada da arroba do boi gordo e o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista teve uma variação mensal de 2,97%, sendo cotado a R$ 724,50/cabeça, no último dia 29. Assim a relação de troca melhorou, terminado outubro em 1:2,58.

O leitor do BeefPoint, André Fioravanti, de Dracena/SP, informou que vendeu bezerras de 10 meses a R$ 530,00/cabeça. “Definitivamente os preços das reposições não estão acompanhando a rês terminada”.

O grande destaque fica por conta da margem bruta na reposição, que foi calculada em R$ 1.141,98 no último dia útil do mês passado e segue subindo de acordo com as constantes altas da arroba do boi gordo. A margem bruta na reposição é a diferença da venda de um boi gordo de 16,5@ e compra de um bezerro de reposição, este valor é o que será utilizado para investimentos na atividade, pagamento de contas e salários e lucro.

Em setembro este indicador registrou média de R$ 847,21 e em outubro o valor apurado foi de R$ 941,08 (média mensal), indicando que o momento é bom para quem precisa fazer a reposição do rebanho.

Gráfico 4. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x margem bruta na reposição

Exportação de carne bovina in natura

Em outubro os exportadores brasileiros enviaram ao exterior 76.400 toneladas de carne bovina in natura, apresentando queda de 0,65% quando comprado com o mês anterior. O volume embarcado foi responsável pela geração de uma receita de US$ 345,1 milhões, ou seja, valor 7,7% superior ao registrado em setembro.

O volume enviado ao exterior em outubro foi 7,3% inferior na comparação com o mesmo período do ano passado (82.400 toneladas). Em termos de receita houve aumento de 20,5% no período, o que mostra a valorização dos preços da carne bovina no mercado internacional.

Tabela 1. Exportações brasileiras de carne bovina in natura

O preço da carne bovina in natura brasileira seguiu em alta no mercado internacional durante o mês de outubro. O preço médio da carne bovina in natura exportada ficou em US$ 4.518/tonelada, 30,12% mais alto que o valor registrado no mesmo período de 2009.

USDA: perspectivas para 2011

Em seu último relatório sobre o mercado mundial de carnes o Departamento da Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês), ressaltou que as exportações deverão aumentar, revertendo a tendência dos últimos anos. Entretanto, o crescimento no comércio mundial continua sendo restrito pelas ofertas escassas e restrições sanitárias. As importações em uma série de países deverão ser maiores, à medida que as ofertas domésticas são menores. Além disso, a contínua recuperação econômica deverá impulsionar as importações na Ásia.

A expansão histórica nos rebanhos da América do Sul continua sendo liderada pelo Brasil e pela Colômbia, que pesaram mais do que as recentes contrações na Argentina e na Venezuela. Durante a última década, o rebanho bovino brasileiro expandiu-se para suportar a maior demanda doméstica e de exportação. Entretanto, o declínio nas exportações à União Europeia (UE) em 2008, do qual o Brasil ainda precisa se recuperar, e as reduções nos envios para a Rússia têm impactado na demanda por carne bovina e a taxa de aumento na produção de bezerros desacelerou.

Entre os principais produtores, somente Brasil, Índia e México deverão expandir a produção de carne bovina. Entretanto, seu crescimento, de 2% a 3%, não excederá os declínios em outros países, resultando em outro ano de escassas ofertas globais previstas. Para muitos dos principais produtores, os menores rebanhos deverão reduzir os abates, resultando em uma produção menor ou sem mudanças de carne bovina.

Uma previsão de aumento nos abates e tendência em direção a maiores pesos deverá aumentar a produção do Brasil. O País, assim como a Índia, é um dos poucos com rebanhos em expansão disponível para abate. Ambos são também países que têm uma forte e/ou crescente demanda doméstica, embora em 2011, as exportações representarão 19% a 25% da produção, respectivamente.

Clique para ler o relatório completo.

O que aconteceu em outubro?

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Independência comunica afastamento da diretoria

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MS: cooperativa vai vender carne diretamente ao varejo

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Cenário indica momento favorável para a pecuária

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0 Comments

  1. carlos massotti disse:

    0 preco da carne bovina no balcao do varejista tambem alcancou niveis historicos – ja vi lugares vendendo filet mignon a R$ 55 o kilo picanha a R$ 50 patinho a R$ 21 -deverã ocorrer uma significativa reducao de consumo , empurrando os precos para traz ,mesmo com a pouca oferta de animais para abate – nao acredito que o consumo se mantenha a estes precos de varejo – a lei da oferta e procura vai se manifestar cedo ou tarde !

  2. WALTIRES DOS SANTOS FILHO disse:

    O alto preço da carne bovina vem transformando o habito do consumidor, neste nivel historico de preço que chegamos, não vejo e não acredito que o consumo venha a se permanecer nestes patamares, o consumidor de hoje é mais atualizado e atento a tudo, está substituindo a carne bovina por outro tipo de carne, como a do frango, suino e a do peixe está, até mais barato. A lei da oferta e procura deverá com certeza predominar !

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