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O ponto forte do meu trabalho é que priorizo o ser humano – Eduardo Borba [Prêmio BeefPoint Bem-estar Animal]

BeefPoint realizará um grande evento – BeefSummit Bem-estar Animal -,  no dia 8 de maio de 2014, no Centro de Convenções do Ribeirão Shopping, na cidade de Ribeirão Preto/SP.

O evento terá a participação especial de Temple Grandin – pesquisadora que é referência mundial em bem-estar animal. Além de palestras inovadoras, com o Prof. Mateus Paranhos da Costa e pecuaristas que são referência nas práticas de bem-estar animal no Brasil.

Estes profissionais irão compartilhar casos de sucesso e aprendizados nesta área que cresce, a cada dia, dentro da cadeia produtiva da carne. E para fechar o dia com chave de ouro realizaremos a entrega do Prêmio BeefPoint 2014 – Edição Bem-estar Animal, que irá homenagear pecuaristas, profissionais, vaqueiros e pesquisadores que são referência em bem-estar no Brasil.

O público escolherá por meio de votação online, o vencedor de cada categoria. Assim, para você – leitor BeefPoint -, conhecer melhor os indicados, nós preparamos uma entrevista com cada um deles!

Conheça José Eduardo Pacheco Borba, finalista na categoria Profissional Referência em Bem-estar Animal.

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José Eduardo Pacheco Borba é conhecido no meio profissional como Prof. Borba, onde desenvolve atividades na área de “Consultor de Capacitação” – denominação dada por seu grande amigo Breno Barros!

Mora na sede do Projeto Doma em Capivari/SP, onde Borba e a Dudi Ometto – sua esposa e companheira -, desenvolve um paralelo. Ela com cavalos e cursos de rédeas e Borba com iniciação de potros, escola básica e cursos de equitação de vaqueiro e educação equestre com animais jovens.

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Atualmente, Borba está a frente do “Programa de Educação Continuada” nas fazendas de pecuária extensiva.

Borba é praticante daquilo que normalmente se chama “Zen Budismo”, faz pilates e seus livros preferidos são os de Horsemanship & Stockmanship que se mostram como os animais operam suas vidas e os de “Zen Budismo” que o ajudam muito no seu trabalho – no estado de espírito “com ele mesmo”. Suas músicas preferidas, são, bossa nova e jazz. É formado em Economia pela PUCC, mas nunca exerceu essa profissão.

Desde 1972 vem desenvolvendo esse trabalho com cavalos, gado e principalmente as pessoas, assim, é muito mais professor do que qualquer outra coisa!

Aliado ao seu trabalho, Borba fez muitos cursos nos EUA e rapidamente percebeu que lidar e domar animais sem violência, não era tão difícil, mas lidar com o temperamento das pessoas que lidam com os animais era o que se apresentava como realmente complexo e difícil.

Por isso, desde cedo instituiu nos seus cursos atividades “extra cavalos” e “extra gado”, como escrever, desenhar, teatralizações e exercícios para aguçar o intuitivo, a percepção, a sensibilidade e o timing dos participantes.

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BeefPoint: O que você implementou de diferente no trabalho de difusão dos conceitos em bem-estar animal – de forma técnica?

Eduardo Borba: Quem toca a pecuária no dia a dia é o vaqueiro. O pecuarista só dá as condições, que muitas vezes não são as melhores. Cavalos e mulas são uma das principais ferramentas da pecuária, mas nem sempre o pecuarista se preocupa em investir numa tropa boa, assim como em equipamentos eficientes.

Acho que o ponto forte do meu trabalho é que priorizo o ser humano. Não importa se estamos lidando com vacas, cavalos ou mulas. O ser humano é o mais importante. Ele precisa conhecer e saber como esses animais operam suas vidas para então poder ser eficiente quando interfere no comportamento deles.

Assim, precisa aprender a usar o instinto de auto preservação a seu favor e não brigar com ele. Como já disse, não existe a menor possibilidade de melhorar a vida dos animais se não ajudarmos o ser humano.

BeefPoint: Qual a aceitabilidade dos pecuaristas quanto a adoção de novas técnicas de manejo em suas propriedades, principalmente as focadas no manejo racional?

Eduardo Borba: Acredito que não temos a menor possibilidade de mudar um paradigma se não houver uma vontade explícita vinda daqueles que tem a pecuária como um negócio.

Estamos trabalhando com uma elite intelectual da pecuária que consegue perceber isso e adota o que chamamos de “Programa de Educação Continuada”. Visitamos a propriedade no mínimo quatro vezes por ano e trabalhamos com o mesmo grupo de pessoas (gerentes e chefes de retiro) que são as pessoas que vão difundir os novos conceitos dentro da propriedade.

Portanto, é “a atitude psicológica” do vaqueiro na aplicação das novas técnicas que é o agente modificador.

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BeefPoint: Quais as técnicas e argumentos você utiliza para convencer o seu cliente que o bem-estar animal é algo que faz a diferença em todo o ciclo da cadeia produtiva da carne?

Eduardo Borba: Não existe nenhuma técnica mais eficiente do que a compreensão do vaqueiro no que diz respeito a como os animais operam suas vidas.

Não existe como não perceber, pois os resultados são absolutamente imediatos. Vou passar aqui um depoimento que veio a menos de um mês da primeira visita:

“Bom dia Sr. Borba, tudo bem?

Baseado no comportamento animal, estamos mudando a forma como era ‘escolarizada’ (cerca de choque) as desmamas na fazenda Jatiuca.

Para o senhor entender melhor, a escolinha era utilizada da seguinte maneira:

  • Os animais entravam na escolinha toda quarta-feira a noite e saíam no sábado de manhã,
  • O processo era basicamente, dar água aos animais, arrumar o fio quebrado e o sinal que estavam ‘escolarizadas’ seria se manterem a um metro de distância da cerca e não ter vontade de pular a cerca.

Manejo novo:

  • Entrada quinta-feira pela manhã e saída quinta-feira a tarde,
  • Ensinamos os animais a serem conduzidos (pressão e alívio),
  • Mostramos o que é o choque,
  • Ensinamos o que é colchete de choque,
  • Evitamos acuar os animais, para que com o medo, eles quebrem a cerca e pulem o choque,
  • Ensinamos os animais a andar pelo corredor de choque e a fazer viradas dentro do corredor de choque,
  • O sinal de ‘escolarizadas’ acontece entre 1 a 2 horas de manejo.”

Ou seja, cavalos, bovinos e muares, são animais que pensam, sentem, decidem e tem uma capacidade enorme de aprender.

É incrível, que quando o ser humano tem “disponibilidade interna” para ensinar, eles aprendem muito rápido – e isso é sem dúvidas, revertido em lucro em todos os sentidos.

BeefPoint: Qual o perfil de pecuarista que procura pelo seu serviço?

Eduardo Borba: Uma elite intelectual que compreende que a pecuária faz parte, assim como qualquer atividade, dos problemas e desafios que a humanidade enfrenta nos dias de hoje.

BeefPoint: Como você descreveria sua linha de trabalho?

Eduardo Borba: Na verdade sou um psicanalista empírico de vaqueiros e animais.

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BeefPoint: Como o bem-estar se integra nisso? O que vem lhe trazendo mais resultados?

Eduardo Borba: O “bem-estar” só pode se integrar no dia a dia das fazendas via “ser humano”.

Acredito que o fato dos vaqueiros perceberem que os animais conseguem compreender o que querem que façam sem precisar forçar, nem intimidar e nem usar de dor física, já é um grande resultado.

Sendo assim, para que uma técnica seja eficiente ela precisa ser aplicada usando o trinômio:

  • Sensibilidade,
  • Timing,
  • Bom senso.

Na verdade, o vaqueiro já tem isso, então basta ajudá-lo a desenvolver esses três elementos. E sem dúvidas, é esse desenvolvimento que vai diferenciando uma pessoa da outra, no “curral”.

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BeefPoint: Todos sabemos que aprendemos mais com nossos erros. O que fez e deu errado? Você poderia nos contar?

Eduardo Borba: Talvez o erro seja o elemento mais importante do nosso trabalho. Com animais tudo é uma questão de tentativa, erro e acerto.

BeefPoint: Qual inovação e/ou novidade no setor você mais gostou dos últimos anos? O que estamos precisando inovar?

Eduardo Borba: A pecuária sempre foi uma classe absolutamente desunida e individualista e agora com a mentalidade empresarial chegando ela está tomando novos rumos e o BeefPoint – diga-se Miguel Cavalcanti e sua Equipe -, são os grandes responsáveis pela coesão da classe.

Reunir 1000 pessoas em 10 de dezembro, em Ribeirão Preto/SP e ter tudo tão absolutamente organizado e com a qualidade apresentada, deve chamar muito a atenção desses senhores. Para mim essa é a grande inovação.

BeefPoint: Quais seus planos em 2014?

Eduardo Borba: Poder estar e ser cada vez mais atuante e presente na pecuária brasileira.

BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária brasileira hoje?

Eduardo Borba: O vaqueiro brasileiro é a classe mais desassistida do Brasil. Os nossos vaqueiros não precisam aprender a trabalhar com gado ou cavalos, eles precisam aprender a “pensar”. Só assim vão conseguir decidir usando “bom senso”.

BeefPoint: Qual o exemplo de profissional dessa área você mais admira?

Eduardo Borba: Breno Barros. Ele é a pecuária moderna, ou seja, ele olha para a pecuária como um todo. Como por exemplo: o vaqueiro é apenas um item, pois tem a mulher dele que precisa estar bem, se sentir participante de todo o processo, e isto, para que o seu marido possa estar presente como um todo: física, mental e emocionalmente, nos seus afazeres.

Foi ele o criador do Programa de Educação Continuada e assim como eu, ele sabe que o importante para se ter uma carne de primeira é ter gente de primeira.

BeefPoint: Qual seu recado para os pecuaristas?

Eduardo Borba: Ofereça escola de primeira para seus vaqueiros.

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Confira outras entrevistas do Eduardo Borba no BeefPoint:

Eduardo Borba: não existe a menor possibilidade de mudar os animais se você não mudar as pessoas [vídeo]

Uma questão de ponto de vista – por Eduardo Borba

Confira outras fotos que ilustram o trabalho desenvolvido por Eduardo Borba:

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3 Comments

  1. Paulo Roberto Silva disse:

    Grande Borba, continua bem em forma…não gastou nem os dentes.
    Boa sorte, você merece.

  2. valdivino eterno moreira da silva disse:

    Exelente matéria do Prof Borba gostaria muito de ler outras

  3. Egidio Quintal disse:

    Pessoas como o prof.Borba mostra nos e a nossos vaqueiros a importancia do bem estar animal

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