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Operações da JBS no Brasil devem ser favorecidas por exportações

A maior demanda da China por proteínas em geral deverá beneficiar as exportações brasileiras de carne bovina em 2019 e ajudar a melhorar as margens da JBS nessa frente, afirmou Wesley Mendonça Batista Filho, diretor das operações da empresa do Brasil

“A China demandando mais carne bovina abre possibilidades de mais mercados no Brasil. Vemos oportunidade em mercados como Indonésia e até mesmo Estados Unidos”, disse ele durante teleconferência com analistas sobre os resultados da companhia no quarto trimestre de 2018.

De acordo com o executivo, num primeiro momento as operações de carne bovina e suína no Brasil serão beneficiados com aumento de faturamento, em decorrência da alta de preços das proteínas. “A velocidade de ajuste nessa cadeia é mais lenta”, afirmou. Segundo ele, a companhia está ajustando as operações para aumentar a capacidade instalada nas unidades habilitadas para exportar para a China.

Mas um dos motivos da queda de margens nas operações de bovinos no país, que é o aumento do preço de gado no mercado interno, deverá perdurar durante o ano. “Custos de gado continuarão pressionando resultados do negócio no Brasil”, disse.

Gilberto Tomazoni, presidente da JBS, reforçou que, apesar dos custos da matéria-prima serem um ponto de atenção, a companhia está “confiante com os resultados daqui para frente”.

O aumento de produção de carne bovina no Brasil poderia reforçar a valorização do gado, mas Batista Filho não vê essa relação como um problema para as operações no ano. “Temos unidades habilitadas para a China em quatro Estados diferentes no Brasil. A maior demanda nessas unidades não causaria um efeito adicional nas matérias-primas”, avaliou.

Sobre as operações de couro, Wesley Filho ressaltou que os negócios continuam desafiadores. “O preço do couro no mercado internacional tem caído muito. O negócio tem apresentado desempenho abaixo da margem histórica, apesar de sinais de melhora”, afirmou.

Dívida bruta da JBS foi reduzida em US$ 2 bi em 2018

A JBS reduziu sua dívida bruta em cerca de US$ 2 bilhões em 2018, enfatizou hoje o CEO global da empresa brasileira, Gilberto Tomazoni, em teleconferência com analistas sobre os resultados do quarto trimestre do ano passado.

O executivo afirmou que desde o segundo trimestre de 2017, quando a JBS iniciou seu processo de desalavancagem — para lidar com os efeitos da delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista —, foram pagos mais de US$ 4 bilhões em dívidas.

No fim do segundo trimestre de 2017, a dívida bruta da companhia somava US$ 18,6 bilhões. No fim de 2018, essa dívida totalizava US$ 14,5 bilhões.

Com a redução do endividamento e os melhores resultados, a companhia reduziu o índice de alavancagem em dólar (relação entre dívida líquida e Ebitda) de 4,07 vezes em junho de 2017 para 3,01 vezes em dezembro de 2018.

Segundo Tomazoni, a redução dos níveis de endividamento da JBS colocaram oferecem oportunidades para a companhia. Segundo ele, na atual situação, os juros pagos pela JBS não são condizentes com a estrutura de capital.

A intenção da JBS é reduzir as despesas com juros a partir da troca de dívidas mais caras por dívidas mais baratas.

Ao Valor, uma fonte próxima à JBS afirmou que os bonds emitidos pela empresa são negociados acima do valor de face no mercado secundário, o que indica que os investidores estariam dispostos a trocar os papéis que detêm por títulos com cupom mais baixo.

Fonte: Valor Econômico.

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