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Operação prende grupo acusado de vender carne de cavalo para hamburguerias no RS

Seis pessoas foram presas, nesta quinta-feira, em Caxias do Sul (RS), durante a operação Hipo, que desarticulou uma organização acusada de abate e comercialização ilegal de carne de cavalo. Na ação, feita em conjunto entre Ministério Público do Rio Grande do Sul, Brigada Militar e Secretaria de Agricultura do Estado, também foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão. 

A investigação, que começou há dois meses, apura crimes contra as relações de consumo e contra a saúde pública. Os agentes descobriram que o grupo abatia cavalos clandestinamente e triturava a carne dos animais para vendê-la a estabelecimentos que utilizam carne moída como ingrediente. A distribuição chegava a cerca de 800 quilos por semana. A organização também é suspeita de vender alimentação de suínos feita com restos de comida de restaurantes. 

Perícias feitas em duas hamburguerias da região (Mírus Hamburguer e Natural Burguer) confirmaram a suspeita. Por meio de exame de DNA, os técnicos detectaram a presença de carne de cavalo (e também de suíno e peru) nos lanches. 

Segundo o promotor de Justiça Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, coordenador do Gaeco – Segurança Alimentar, informações preliminares apontam que 60% das hamburguerias de Caxias do Sul adquiriam produtos desse grupo. “Isso será investigado, mas, desde já, reforça a importância de que os estabelecimentos jamais comprem produtos sem inspeção”, alertou. 

De acordo com o Ministério Público, o grupo não possuía autorização para o abate e comercialização de nenhum tipo de carne. Os locais onde os produtos eram processados apresentavam “péssimas condições de higiene e sanitização”. 

A investigação também aponta a utilização de carne estragada, lavada para tirar o odor e misturada a outras na produção dos hambúrgueres. Há indícios, ainda, de que alguns dos animais abatidos pelo grupo seriam “subtraídos de carroceiros, sendo que os próprios carroceiros estariam furtando os cavalos uns dos outros para fornecer ao abate para o grupo criminoso”, diz nota do MP-RS. 

“Embora não estejam revestidas de violência ou grave ameaça contra pessoa, são graves delitos cometidos contra a saúde pública, com a comercialização intensa de carnes abatidas, produzidas, armazenadas e vendidas irregularmente do início ao fim, sem qualquer tipo de fiscalização e acompanhamento de profissional habilitado a garantir a segurança da produção, sendo que o consumidor final não tem ciência do risco a que está exposto ao adquirirem as carnes no mercado de consumo”, escreveu a juíza da 4ª Câmara Criminal de Caxias do Sul, Maria Cristina Rech, na decisão que determinou a prisão preventiva dos envolvidos.

A juíza também decretou a quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e de dados de aparelhos apreendidos.

Fonte: Valor Econômico.

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