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5 de agosto de 2010
Mercados Futuros – 06/08/10
9 de agosto de 2010

Oferta segue reduzida e arroba tem nova semana de alta

Durante essa semana a oferta de boi gordo seguiu retraída e os compradores precisaram pagar mais pela arroba para conseguir completar suas escalas e mesmo assim algumas plantas trabalham ociosas ou pulando dias de abate.

Durante essa semana a oferta de boi gordo seguiu retraída e os compradores precisaram pagar mais pela arroba para conseguir completar suas escalas e mesmo assim algumas plantas trabalham ociosas ou pulando dias de abate.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo a prazo

O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 86,60/@ nesta quinta-feira, acumulando valorização de 0,90% nos últimos 7 dias. O indicador a prazo também registrou alta de 0,90% na semana, sendo cotado a R$ 87,45/@. Em relação ao mesmo período do ano passado, a variação acumulada é de +11,02%.

Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&F, relação de troca, câmbio

O leitor do BeefPoint, Francisco dos Santos, de Campo Grande/MS nos enviou o seguinte comentário: “aqui no MS, escalas curtíssimas em todas as unidades frigorificas, pelo que vejo não adianta abrir preços para tentar prolongar as escalas, não existe animais prontos para abastecer todas as plantas existentes aqui em nosso Estado. Já abrimos preços de R$ 80,00 à vista para o boi e R$ 75,00 para a fêmea e as ofertas não aparecem. Acredito que esse ano a coisa vai ficar preta em todo o Brasil”.

Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.

O leitor do BeefPoint, Manoel Torres Filho, nos enviou o seguinte comentário, “negociei um lote no dia 02/08/2010 com a arroba do boi gordo a R$ 83,00 e a da vaca a R$ 80,00, a vista e livre de imposto”. “A reposição continua lenta, com preços variando entre R$ 650,00 e R$ 700,00 para o bezerro nelore. A fêmea também com mercado calmo variando de R$ 500,00 a R$ 550,00. O boi magro aumentou um pouco a procura, mas com poucos negócios porque está muito caro em relação ao gordo, em torno de R$ 90,00/@”, completa Torres.

O indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 648,36/cabeça na última quinta-feira, com desvalorização de 3,67% na semana. A relação de troca foi calculada em 1:2,20. Bem melhor do que os 1:1,95, observados no mesmo período do mês passado.

Intenção de confinamento

O 2° levantamento sobre a produção de gado confinado da Associação Nacional dos Confinadores Assocon ouviu mais de 50 confinadores associados e o resultado reforça uma tendência identificada no primeiro levantamento, divulgado em maio, que mostrava queda de 5,89% no volume de gado produzido pelos confinamentos em 2010.

No levantamento atual a sinalização é para uma retração de 8,8% na produção, em comparação a 2009, e o grupo dos grandes confinamentos ainda é o mais prejudicado pela situação que envolve a escassez de oferta de animais para engorda. Entre os grandes confinamentos que dependem de compra, parcerias ou aluguel de currais para preencher seu confinamento com gado, suas metas de produção estão cumpridas em 60%.

Segundo Bruno Andrade, zootecnista da Assocon e responsável técnico pela pesquisa, essa situação abre a possibilidade para que os próximos levantamentos apresentem queda ainda maior no volume de gado a ser produzido pelos confinamentos em 2010. “Os 40% restantes da meta de produção desses confinamentos podem não ser atingidos, diminuindo ainda mais a produção total de 2010 da Assocon”, destaca.

O levantamento mais uma vez foi realizado em parceria com o Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (IMEA), que fez o mesmo tipo de pesquisa com os pecuaristas do estado e o resultado aponta uma queda de aproximadamente 16% no total a ser produzido pelos confinamentos mato-grossenses em 2010, em relação a 2009 no MT.

Em 2009 foram confinados 637.983 animais e este ano o volume caiu para 537.897. Foram identificadas 221 propriedades com estrutura de confinamento em Mato Grosso, sendo que 207 foram contatadas pelo Imea)e dessas 152 estão confinando e 55 não vão colocar nenhuma cabeça em suas estruturas.

“O levantamento do Imea demonstra que neste ano, a distribuição dos abates dos animais confinados se apresentou mais equilibrada em relação ao ano passado, mas as maiores entregas continuam sendo nos meses de setembro, com previsão de 20,6% e outubro com 24,3% do volume total”, disse o superintendente do Imea, Otávio Celidônio.

Mercado futuro

A BM&FBovespa teve mais uma semana de alta. O primeiro vencimento, agosto/10, fechou a R$ 86,40/@ na última quinta-feira, acumulando valorização de R$ 0,74 durante a semana. Os contratos que vencem em outubro/10 apresentaram variação positiva de R$ 0,37 nos últimos 7 dias, fechando a R$ 87,20/@.

Gráfico 2. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 29/07/10 e 05/08/10

Atacado

Segundo o Boletim Intercarnes, apesar da manutenção das ofertas retraídas, a procura segue ativa e especulativa, promovendo altas constantes nos preços no decorrer da semana. A tendência para a carne bovina nos próximos dias é de manutenção dos preços que devem permanecer firmes até o início da 2ª quinzena do mês.

No atacado paulista, o traseiro foi cotado a R$ 6,60, o dianteiro a R$ 4,70 e a ponta de agulha a R$ 4,20. O equivalente físico registrou alta de 0,47% na semana, sendo calculado em R$ 83,21/@. O spread (diferença) entre indicador e equivalente subiu, ficando em R$ 3,40/@ na última quinta-feira.

Tabela 2. Atacado da carne bovina

Gráfico 3. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico

Exportações de carne bovina in natura

Durante o mês de julho passado, os exportadores brasileiros enviaram ao exterior 101.700 toneladas de carne bovina in natura, responsáveis pela geração de uma receita de US$ 407,8 milhões.

Em relação ao mês anterior (junho/10), a receita registra pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) no mês passado foi 6,13% maior. Já o volume cresceu 5,49%.

Na comparação com o mesmo período de 2009, a receita das exportações de carne bovina in natura aumentou 46,84%, enquanto o volume embarcado teve um aumento de 23,80%. Se olharmos os últimos 24 meses, esse volume só fica abaixo do embarcado em setembro de 2008, quando foram enviadas ao exterior 103.704 toneladas de carne bovina in natura.

Gráfico 4. Exportações brasileiras de carne bovina in natura

Tabela 3. Exportações brasileiras de carne bovina in natura

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Frigol

Na semana passada, o Frigol entrou com um pedido de recuperação judicial. O perfil da companhia é parecido ao de outros frigoríficos que enfrentam dificuldades ou fecharam as portas. Entre os casos recentes estão Pantanal, Independência, Margen, Arantes, Frigoestrela e Frialto.

Segundo fontes do setor, o Frigol estava atrasando o pagamento dos fornecedores, mas, mesmo assim, a notícia pegou pecuaristas e concorrentes de surpresa. “Não entendo as razões disso. O Frigol sempre foi uma empresa sólida e com boa gestão”, disse Péricles Salazar, presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).

O BeefPoint conversou compradores da região de Lençóis Paulista/SP, que informaram que essa semana a planta a paulista voltará abater, com um volume menor de gado e realizando compras à vista.

Em comunicado o Frigol relata dificuldade em conseguir crédito e critica política de financiamento do BNDES. “Já transbordaram no noticiário econômico manchetes jornalísticas que retratam a dificuldade em se obter financiamentos baratos para produção, enquanto os lucros das Instituições Financeiras batem recordes. Some-se a isso tudo a política do Governo Federal em conceder recursos fartos e baratos via BNDES a três grandes grupos do setor provocando uma concorrência desleal, uma vez que estes, abastecidos de créditos baratos, passaram a praticar uma concorrência desleal em prejuízo direto as pequenas e médias empresas do setor”.

Frialto

Essa semana, o Frialto divulgou a 1ª proposta do Plano de Recuperação Judicial e disse que este “é apenas um ponto de partida”. Segundo Luciano Vacari, superintendente da Acrimat, “muito coisa vai acontecer até a realização da Assembleia Geral dos Credores e as propostas apresentadas precisam ser discutidas, principalmente no que se refere a prazo e correção monetária”.

Em nota oficial o Grupo Frialto “reafirma seu compromisso com a manutenção de suas atividades e, principalmente, o pagamento de suas obrigações”. Na nota a direção do Frialto apresenta dois cenários para o pagamento dos fornecedores estratégicos, onde estão os pecuaristas.

Na primeira hipótese a empresa retoma suas atividades sem novos financiamentos. Neste cenário a proposta é de que após a homologação do Plano na Assembleia Geral dos Credores cada Credor Estratégico cujo crédito não seja superior a R$ 25.000,00 será pago integralmente 5 dias depois; aos demais credores, 10% do saldo devedor a cada credor 35 dias depois; 50% do saldo devedor seriam pagos em 11 parcelas mensais; e o saldo restante (40%) pago em 12 parcelas mensais, somando 2 anos para quitar o débito.

Na segunda hipótese, o frigorifico prevê a continuidade das operações com financiamentos no valor de R$ 50.000.000,00. Nesse caso, após a homologação do Plano na AGC, cada Credor Estratégico cujo crédito não seja superior a R$ 25.000,00 será pago integralmente 5 dias depois; aos demais credores pagamento de 10% do saldo devedor 35 dias após o pagamento previsto aos que receberam integralmente; 10 dias após o desembolso do valor do financiamento, pagamento de 50% do saldo devedor; e o saldo restante pago em 11 parcelas mensais.

“A primeira proposta, não aceitamos em hipótese nenhuma, não serve para os pecuaristas. A segunda, que só acontecerá no caso de aporte de novos recursos, ainda precisamos conversar muito, pois queremos redução no prazo de pagamento e assegurar a correção monetária da dívida”, pondera Vacari. Para ele, esse é o início de uma negociação e a Acrimat vai acompanhar todo processo para que seja aprovada a melhor proposta para o produtor “calejado com tantos processos de recuperação judicial”.

O advogado Joel Tomaz Bastos, do escritório de advocacia Felsberg e Associados, especializado em processos de Recuperação Judicial e representante do Frialto, disse que “estamos empenhados nas negociações com as instituições financeiras e a possibilidade da entrada de dinheiro novo na empresa é muito grande, as conversas estão adiantas, mas ainda não temos uma data para isso”. Segundo Tomaz Bastos “a empresa tem total interesse em fazer o pagamento dos pecuaristas com a mesma prioridade que a justiça determina com relação aos trabalhadores, ou seja, no máximo em 12 meses”.

A dívida do Frialto é de R$ 564 milhões, sendo R$ 453 milhões com instituições financeiras, R$ 97 milhões com os pecuaristas, R$ 6 milhões trabalhista e R$ 8 milhões de frete.

Para o coordenador de Pecuária da Famato, Carlos Augusto Zanata, a proposta do grupo não é muito vantajosa, devido os moldes do plano. “O produtor que tiver um crédito de um real a mais que os vinte e cinco mil, deixa de receber em cinco dias para receber em dois anos”.

“Estamos levantando quem são os credores para orientá-los, a exemplo do que foi feito na atuação com o Independência”, comentou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), Eduardo Riedel. O presidente da FAMASUL apontou que o Plano de Recuperação Judicial vai passar pela análise das Unidades Técnicas e Jurídicas da FAMASUL e, na próxima semana, serão repassadas as orientações aos produtores rurais credores do Frialto.

Monitoramento de fornecedores: Acrimat repudia ação dos frigoríficos

“Ameaças aos pecuaristas mato-grossenses estão sendo feitas pelos dos frigoríficos Marfrig e JBS/Friboi. A insensatez e o abuso de pseudo poder dessas empresas não tem limite. Os dois grupos estão fazendo ameaças de que não irão adquirir o gado proveniente de novas áreas desmatadas, unidades de conservação e terras indígenas do Bioma Amazônia, acusando os pecuaristas, sem prova, de produzirem de forma ilegal. Estão exigindo do produtor através de cartas, documentos comprobatórios, como georreferenciamento, matricula de propriedade e até inspeção e coleta dos pontos de georreferenciado por técnicos do Marfrig e JBS/Friboi, como se fossem os responsáveis pela fiscalização e execução das leis.

A Associação dos Criadores de Mato Grosso não aceita esse tipo ingerência junto aos pecuaristas do estado e repudia as ações desses grupos por diversos motivos:

1. Até o dia 13 de novembro de 2010 os produtores rurais de Mato Grosso têm o prazo para aderir ao Programa MT Legal e até lá, liberados para manterem relações comerciais dentro da lei; O Marfrig e JBS/Friboi não têm mais poder que um Programa Estadual – Lei Complementar nº 343, de 24 de dezembro de 2008;

2. Caso o Marfrig e JBS/Friboi tenham alguma dúvida documental de uma propriedade, eles que as resolvam junto aos órgãos competentes. O ônus da prova cabe a quem acusa;

3. Estão extrapolando os limites da lei e assumindo prerrogativas dos órgãos públicos competentes;

4. O direito de propriedade é inviolável;

5. Nós produtores não temos nenhuma relação com os acordos assinados juntos ao Ministério Público Federal e Ongs. Não somos testemunhas nem responsáveis por assinatura desses pactos;

6. Repudiamos qualquer possibilidade de formação de cartel como forma de manipular a relação comercial com o pecuarista com inevitáveis consequências ao consumidor;

7. O departamento jurídico da ACRIMAT está estudando medidas legais contra os frigoríficos Marfrig e JBS/Friboi, que acusam e constrangem o produtor sem provas;

8. Não descartamos a possibilidade de promover uma campanha maciça de boicote aos frigoríficos Marfrig e JBS/Friboi

9. Não somos transgressores da lei. Somos responsáveis e cientes do nosso papel no desenvolvimento de nosso estado e estamos tranquilos, pois nossa contribuição, socioeconômica e ambiental, é proveniente de ações com recursos próprios e não de verbas públicas como as do BNDES.

10. Os frigoríficos Marfrig e JBS/Friboi colocam os pecuaristas na vala comum de invasores de terra, dos que vivem à margem da lei. Não aceitamos cabresto de empresas que não nutrem nenhum respeito ao setor.”

0 Comments

  1. ALEXANDRE XAVIER disse:

    no parana boi 84 @ avista para lotes 78@ vaca avista livres de impostos caucula que 35% a menos pecuaristas engordarao gado em pastagens de inferno (aveia azevem) no parana devido dividas da agricultura favor difulgar esta informacao.

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