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Oferta restrita de boi ainda sustenta preços da carne

A carne bovina no varejo de São Paulo está 6,2% mais cara do que antes do embargo da China à proteína brasileira – que começou em 4 de setembro, após a confirmação de dois casos atípicos de doença da “vaca louca”, em Mato Grosso e Minas Gerais. Nem a queda vertiginosa das exportações e a demanda interna limitada pela redução do poder de compra da população frearam as cotações, em boa medida sustentadas pela oferta restrita. 

Na última quarta-feira, a média dos cortes bovinos no atacado paulista ficou em R$ 36,56, avanço de 10% desde 3 novembro e de 16,5% em relação a 1º de setembro, segundo levantamento da Scot Consultoria. As carnes do dianteiro (como acém e cupim), que estavam mais baratas no começo deste mês do que antes da suspensão, subiram para R$ 23,50 e agora estão apenas 0,94% abaixo do patamar pré-embargo. Os cortes do traseiro (picanha e filé mignon) avançaram 21% na comparação, para R$ 41,46 por quilo, em média.

No varejo de São Paulo, o quilo do produto atingiu R$ 45,46 na quarta-feira, em média, o que representa aumento de 3,45% em novembro e de 6,2% desde o início do embargo. Mas, vale reforçar, os volumes vendidos estão limitados pela baixa do poder aquisitivo. 

Essa firmeza dos preços da carne reflete o ciclo de baixa oferta da pecuária de corte. Na semana passada, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq) ressaltou, em nota, que a oferta de animais caiu ainda mais em novembro por causa da melhora nas condições das pastagens. O regime de chuvas em outubro favoreceu o desenvolvimento do capim, e os produtores seguraram o gado no pasto para fazer frente ao recuo das cotações do boi. 

Segundo a Scot, descontados impostos e a prazo, a arroba caiu 15,5% entre 3 de setembro e 3 de novembro em São Paulo, passando de R$ 305,50 para R$ 258. A estratégia dos pecuaristas surtiu efeito e as cotações subiram 20% desde então, a R$ 311,50 ontem. O valor supera o praticado na data anterior ao embargo.

As exportações brasileiras de carne bovina caíram 43% em outubro, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira dos Frigoríficos (Abrafrigo). Novembro deverá terminar com outro tombo relevante. 

Na semana passada, a China liberou a importação das carnes certificadas pelo Ministério da Agricultura até 3 de setembro. A consultoria Safras & Mercado estima que os estoques dos frigoríficos giram em torno de 100 mil toneladas. A notícia dá fôlego à indústria, mas não muda o cenário de médio prazo porque os chineses não deram prazo para retomar as compras de novas cargas. 

Segundo Jéssica Olivier, analista da Scot, o mercado está em “compasso de espera”. Isso explica por que a arroba não subiu mais e por que a alta dos preços nos supermercados não foi mais forte.

Fonte: Valor Econômico.

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