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O volume de exportações de carne bovina dos Estados Unidos aumentará em 2016?

Foram feitos mais progressos na eliminação de restrições relacionadas à encefalopatia espongiforme bovina (EEB) para a carne bovina dos Estados Unidos, adicionando novas oportunidades de exportações em um momento quando é mais importante do que nunca ter acesso a mercados externos adicionais. Em janeiro, a África do Sul e Israel reabriram à carne bovina americana pela primeira vez desde o primeiro caso de EEB nos Estados Unidos em dezembro de 2003, enquanto a Colômbia aumentou suas restrições remanescentes e agora está totalmente aberta à carne bovina dos Estados Unidos.

A carne bovina e os produtos derivados de animais de qualquer idade dos Estados Unidos agora podem entrar no mercado da África do Sul. Os oficiais de comércio dos Estados Unidos vêm buscando acesso à carne bovina americana na África do Sul há algum tempo, mas o assunto somente ganhou força no verão de 2015, quando o Congresso renovou o Ato de Crescimento e Oportunidade Africano (AGOA) por mais 10 anos. O AGOA fornece acesso livre de tarifas para importações vindas dos Estados Unidos em países africanos participantes, mas foi renovado com o entendimento de que a África do Sul eliminaria suas barreiras às exportações de carne bovina, suína e de frangos dos Estados Unidos.

Até novembro de 2015, a África do Sul importou pouco menos de 50.000 toneladas de carne bovina no valor de US$ 79,5 milhões. Austrália, Botswana e Namíbia foram os principais fornecedores, seguidos por Nova Zelândia e União Europeia (UE). A carne bovina dos Estados Unidos competirá mais diretamente com o produto doméstico (a África do Sul tem uma produção significativa de animais criados com grãos) bem como importações da Austrália. A África do Sul é um potencial destino para fígado e outros itens de miúdos dos Estados Unidos, mas poderá haver também oportunidades para volumes nicho de cortes de carne bovina de alta qualidade dos Estados Unidos.

Israel impôs requerimentos rígidos para abate e manejo kosher, que limitarão os volumes de exportação de carne bovina dos Estados Unidos. Entretanto, o mercado poderá apresentar oportunidades lucrativas para algumas companhias dos Estados Unidos. Em uma base anual, Israel importa cerca de 75.000 toneladas de carne bovina, principalmente de Argentina, Uruguai, Brasil e Paraguai, junto com pequenos volumes de Austrália e União Europeia (UE). Através do Acordo Comercial Estados Unidos-Israel em Produtos Agrícolas, os Estados Unidos tiveram acesso livre de tarifas para 1.424 toneladas de carne bovina resfriada e 11.994 toneladas para carne bovina congelada. Porém, os requerimentos kosher, especialmente o complicado processo de salga, pode dificultar a diferenciação dos cortes dos Estados Unidos daqueles produzidos por seus concorrentes.

A Colômbia abriu parcialmente o mercado à carne bovina dos Estados Unidos desde 2004 e as exportações ganharam mais tração em 2011, após a implementação do Acordo de Promoção Comercial Estados Unidos-Colômbia. Porém, até janeiro, a Colômbia ainda proibia certos cortes de carne bovina dos Estados Unidos com osso e carne bovina derivada de bovinos para abate direto originários do Canadá. Agora que essas restrições foram removidas, os exportadores dos Estados Unidos não precisam mais seguir um programa de verificação das exportações para a Colômbia, o que reduz os custos para servir a esse mercado. Isso é importante para expansão da participação de mercado dos Estados Unidos na Colômbia, onde os Estados Unidos enfrentam uma competição intensa da carne bovina doméstica, bem como de importações de Chile, Argentina, Uruguai e Canadá.

Em 2014, as exportações de carne bovina e miúdos dos Estados Unidos à Colômbia alcançaram 3.862 toneladas no valor de US$ 14,4 milhões – aumentos de 41% e 58%, respectivamente, comparado com 2013. Porém, as exportações foram menores em 2015, com o volume caindo de janeiro a novembro em 44% com relação ao ano anterior e o valor caindo em 30%. O peso colombiano caiu em média 27% com relação ao dólar dos Estados Unidos em 2015 comparado com 2014, o que contribuiu para a queda.

Mercados que nunca reabriram para a carne bovina dos Estados Unidos após o caso de EEB em 2003 incluem agora China, Austrália, Argentina, Brasil e Marrocos. A Arábia Saudita retomou as importações de carne bovina dos Estados Unidos em 2004, mas suspendeu o comércio após a confirmação do caso de EEB em 2012 na Califórnia.

As importações de carne bovina da China alcançaram um novo recorde em 2015, alcançando US$ 2,4 bilhões (77% a mais que no ano anterior), com o volume aumentando em 56%, para 495.000 toneladas. O governo dos Estados Unidos está continuando os esforços, com insumos e suporte à indústria, para retomar acesso a esse mercado crítico. Os oficiais dos Estados Unidos também continuam buscando a reabertura da Arábia Saudita, onde as importações totais de carne bovina excederam 100.000 toneladas por ano, no valor de mais de US$ 460 milhões.

Por Joe Schuele, vice-presidente de comunicações da Federação de Exportações de Carne dos Estados Unidos (USMEF) em Denver, Colorado, para a BEEF Magazine.

Fonte: BEEF Magazine, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

1 Comment

  1. Orlando EPUNDO jaime disse:

    Agia,não deixa de ser um projeto interessante,mais é de longe insuficiente para quilo que constitui a mais profunda e fundamental aspiração do povo africano.em minha modesta opinião devia se adotar para África a mesma política de reconstrução da economia européia utilizada depois da segunda grande guerra,uma política mas abrangente,e séria capaz de fiscalizar e responsabilizar os principais promotores da instabilidade e do caos…

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