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O tratamento de sementes com fungicidas pode contribuir para reduzir os riscos da “síndrome da morte do capim-braquiarão”

A morte de plantas de capim-braquiarão, principalmente nas regiões Centro-oeste e Norte do Brasil, tem despertado grande preocupação entre técnicos e produtores.

A morte de plantas de capim-braquiarão, principalmente nas regiões Centro-oeste e Norte do Brasil, tem despertado grande preocupação entre técnicos e produtores. As causas da “síndrome da morte do capim-braquiarão” ainda não estão bem estabelecidas e, aparentemente, envolvem uma série de fatores como estresse hídrico (tanto por excesso quanto por falta d’água), ataque de pragas (percevejos-castanhos, cigarrinha-das-pastagens) e doenças (fungos) e outros fatores de degradação de pastagens como baixa fertilidade dos solos e manejo inadequado.

Duarte et al. (2006) coletaram material para exame fitopatológico de plantas com sintomas de doença nas regiões de Paragominas – PA, Carutapera – MA e Araguaína – TO. O objetivo deste estudo foi determinar o agente causal da doença e sua forma de dispersão. Os sintomas observados nas plantas foram: amarelecimento e posterior secamento das folhas mais externas e depois das demais folhas, até atingir todo o perfilho; podridão úmida do colmo até 15cm acima do solo; manchas úmidas arredondadas com bordas irregulares e de coloração escura na bainha das folhas. A partir das amostras coletadas, os autores isolaram fungos dos gêneros Phythium e Rhizoctonia.

Após a identificação, Duarte et al. (2006) multiplicaram os fungos isolados e fizeram um teste para verificar sua patogenicidade (ou seja, sua capacidade de provocar doença) sobre plantas de capim-braquiarão. O teste consistiu em semear o capim em vasos com o solo infestado ou não por fungos. Quando as plantas atingiram 15 cm de altura, os vasos foram colocados na área externa da casa-de-vegetação para ficarem sujeitos ao tempo. Duarte et al. (2006) observaram os primeiros sintomas da doença 24 dias após o plantio e, 72 dias após, várias plantas encontravam-se mortas (Tabela 1).

Tabela 1. Incidência de podridão-do-coleto em plantas de capim-braquiarão cultivadas em solo pré-infestado com três isolados de Pythium e Rhizoctonia isoladamente ou combinados entre si


Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si
Fontes: Duarte et al. (2006).

Em seguida, Duarte et al. (2006) fizeram um teste para verificar a possibilidade de transmissão do fungo por meio das sementes do capim. Os autores dividiram uma amostra de semente de capim-braquiarão em duas partes, sendo apenas uma delas tratada com fungicida. As sementes tratadas originaram plantas sadias. No tratamento testemunha (sementes não tratadas), os sintomas da doença só se tornaram evidentes quando as plantas foram expostas às condições do ambiente, o que demonstra a necessidade de excesso de umidade para que o fungo se desenvolva (Duarte et al, 2006).

Comentários: As causas da “síndrome da morte do capim-braquiarão” ainda não estão bem estabelecidas, mas parecem envolver uma combinação de fatores. O trabalho de Duarte et al. (2006) mostra que a ação combinada do excesso de umidade e da presença de fungos determina o desenvolvimento da podridão-do-coleto e que a disseminação dos fungos responsáveis por esta doença pode ocorrer por meio das sementes. Um das alternativas propostas pelos autores para contornar o problema é o tratamento das sementes do capim com fungicidas. O tratamento de sementes de gramíneas forrageiras com fungicidas não é uma técnica usual, porém deve ser desenvolvida e aplicada, principalmente nas áreas onde há registro de problemas com doenças.

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