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5 de março de 2015
Mercado físico do boi gordo –04-03-2015
5 de março de 2015

O que fazer para aumentar o volume de contratos do boi gordo?

Bom dia, tudo bem?

Tenho recebido muitas e muitas respostas sobre nossa conversa a respeito do mercado do boi, mercado futuro e custos de produção. É muito bom ter essa conversa de alto nível com tanta gente.

Um email me fez uma ótima pergunta sobre porque o volume de contratos do boi gordo na bolsa de mercados futuros está tão baixa…

Eu decidi colocar essa pergunta no grupo de whatsapp que participo, chamdo BeefRadar.

Perguntei: O que fazer para aumentar o volume de contratos do boi gordo? O que a bolsa poderia fazer? O que nós (do mercado) poderíamos fazer?

Vou fazer um resumo abaixo, das diversas (e excelentes) respostas que recebi.

Motivos principais:

1- Depois de dezembro, o mercado físico de SP tem tido pouca volatilidade, oscilou cerca de R$ 1,00/@ nesse período.

2- Sensação de que nem sempre o indicador Cepea-Esalq reflete a realidade do mercado físico. O ponto levantado é que como as informações são voluntárias, pode não haver relato de preço quando é desfavorável para o informante (preço alto para o frigorífico ou baixo para o produtor).

3- Baixa demanda por proteção contra queda de preços. Hoje, a grande maioria dos pecuaristas está muito confiante na falta de bois, com isso ninguém quer travar preços.

4- Como consequência dos itens 1, 2 e 3, os grandes players do mercado não tem operado… Posição de fundos, bancos e frigoríficos está baixa, deixando muito concentrado em pessoa física, que via de regra opera na ponta comprada. Logo sem novos vendedores no mercado, a venda se limita à liquidação de posições compradas.

5- Baixa liquidez de capital no mercado.

6- Grande desconhecimento por parte do produtor sobre como funcionam as ferramentas do mercado futuro.

7- Falta de informações do setor. Temos inúmeras revisões ao longo do ano para safra de grãos, e para o boi gordo, temos que trabalhar com dados antigos, alguns difíceis de conseguir e outros que nem existem.

Eu fiquei impressionado com a qualidade, detalhamento e amplitude da análise que conseguimos levantar em pouco tempo, apenas usando o celular. Eu fico impressionado com tudo isso.

Meu sonho é ajudar a revolucionar a pecuária de corte com a educação. E quando eu vejo isso acontecendo, eu acho bom demais… :-)

Muito obrigado meus amigos pelas informações e pela abertura ao diálogo. Bom demais ouvir vocês.

Estou aberto a receber mais comentários e a publicar.

Gostaria também de reforçar o convite para o debate:

– O que a bolsa poderia fazer para aumentar o volume de contratos?
– O que nós (do mercado) poderíamos fazer para aumentar o volume de contratos?

Muito obrigado pela companhia. Um grande abraço, Miguel

PS: No momento que envio esse email, estou pegando a estrada de Piracicaba a Ribeirão Preto, SP, para participar do encontro de confinamento organizado pelo Rogério Coan. Espero trazer mais notícias de lá, e quem sabe algumas fotos de amigos que encontramos e proseamos.

E no email de sexta, prometo voltar ao assunto custo de produção – como calcular de forma simples… :-)

Miguel Cavalcanti
BeefPoint: Para quem faz hoje a pecuária do futuro. E para quem quer fazer.
AgroTalento: Desenvolvimento pessoal e profissional para os novos líderes da pecuária.

1 Comment

  1. luiz roberto zillo disse:

    Boa tarde Miguel.
    Grande parte da baixa adesão em contratos futuros do Boi gordo vem do desconhecimento por parte do produtor de como funciona esse mercado.
    Quase que todos os anos que participei do Sindicato Rural alguém com experiência ia falar sobre o assunto, as duvidas eram tirada no momento mas ao passar dias a grande ou a totalidade da plateia não dava andamento ou não experimentava pois a grande parte dos corretores não fica cara a cara com o pecuarista e como são desconfiados não acreditam e não contratam.
    Outro exemplo muito comum são as pessoas “formadoras de opinião” que por ventura experimentaram fazer um contrato e se deu mau, abrem a boca e levam desconfiança a grande maioria que acreditam nelas. Isso é comum ouvir nas rodas de casas agropecuária onde os pecuaristas costuma se encontrar.
    Acho que o País e as pessoas que compõe o setor, ainda não esta preparados o suficiente para participar desse mercado. A desconfiança típica do produtor brasileiro retrai esse mercado.
    Estou fazendo uma Pós em Confinamento e comentamos recentemente com o Coan que deu uma das aulas que tínhamos necessidade de trazer alguém para dar esclarecimentos do funcionamento da bolsa e suas ferramentas, estamos aguardando a escola viabilizar.
    Abs, Beto Zillo.

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