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O que é crescimento compensatório e quais fatores o influenciam?

Esta dica é um trecho do segundo módulo do curso online Produção Intensiva de Carne de Qualidade, que iniciará no dia 19 de janeiro de 2009 e será instruído por Rafael da Costa Cervieri , que é zootecnista e consultor em nutrição e produção de bovinos de corte.

No Brasil, a restrição alimentar dos animais durante a seca, devido à estacionalidade de produção de forragens, impede o crescimento contínuo do animal. Nessa situação, pode ser observado o chamado crescimento compensatório. Animais que sofreram restrição alimentar tendem a apresentar taxas de ganho de peso no período de realimentação superiores aos de animais que não sofreram restrição (MANELLA e BOIN, 2002b).

Um exemplo clássico é o confinamento de bois magros na entressafra, os quais geralmente estão com condição corporal inferior em função da baixa quantidade e/ou qualidade das pastagens na época seca. Este tipo de animal, no momento que recebe uma dieta balanceada e com maiores teores de energia e proteína, responde com elevados ganhos de peso por cerca de 30 a 40 dias no início da terminação em confinamento.

Existem três formas de reposta do bovino após um período de restrição alimentar: compensação completa, parcial ou sem compensação (Figura).


Figura: Esquema hipotético mostrando as várias possibilidades de curvas de crescimento com e sem compensação do ganho e compensação completa ou parcial.
(MEDEIROS e LANNA, 2002).

A compensação total, raramente observada, ocorre quando o ganho de peso após o período de restrição é alto o suficiente para que os animais que passaram por restrição atinjam peso de abate na mesma idade dos animais que não passaram por restrição. Na parcial, a mais comum, ocorre ganho compensatório, mas não o suficiente para que os animais que passaram por restrição atinjam o mesmo peso de abate à mesma idade dos animais que não passaram por restrição.

No caso de não haver compensação, fato relativamente comum, principalmente quando a restrição ocorre no início da vida do animal, está relacionada a nutrientes classificados como estruturais e é de longa duração. Na realimentação os animais apresentam ganhos iguais ou menores que os que não foram restringidos, atingindo o peso de abate em idades bem mais avançadas (MANELLA e BOIN, 2002b).

Fatores que influenciam o crescimento compensatório

Há muitos fatores que afetam o crescimento compensatório que pode ser alterado em sua duração, intensidade ou ambas (MEDEIROS e LANNA, 2002). Os fatores mais importantes que influenciam a resposta do crescimento compensatório são:

* Idade do animal durante a restrição alimentar: animais muito jovens podem não apresentar crescimento compensatório;
* Severidade da restrição: determina o tempo em que o animal permanece em compensatório;
* Duração da restrição: determina a taxa de ganho pós-restrição;
* Qualidade da alimentação após a restrição.

O importante é que animais jovens, como bezerros pré e pós-desmama, não sofram restrição alimentar severa, pois pode haver comprometimento do crescimento, inclusive reduzindo o peso do animal na idade adulta, alterando sua curva de crescimento. Outro aspecto relevante é a qualidade e quantidade do alimento oferecido após a restrição, que deve dar suporte aos mecanismos que atuam no crescimento compensatório.

Esta dica é um trecho do segundo módulo do curso online Produção Intensiva de Carne de Qualidade, que será instruído pelo zootecnista e consultor em nutrição e produção de bovinos de corte Rafael da Costa Cervieri .

Veja abaixo todas as informações sobre este curso e inscreva-se!

Produção Intensiva de Carne de Qualidade

0 Comments

  1. ykesaky terson disse:

    Qual a importância do ganho compensatório na produção de carne em sistema extensivo?

    Resposta do autor:

    Prezado Ykesaky Terson,

    No Brasil, a restrição alimentar dos animais durante a seca, devido à estacionalidade de produção de forragens, impede o crescimento contínuo do animal.

    Nessa situação, pode ser observado o chamado crescimento compensatório. Animais que sofreram restrição alimentar tendem a apresentar taxas de ganho de peso no período de realimentação superiores aos de animais que não sofreram restrição.

    Um exemplo clássico é o confinamento de bois magros na entressafra, os quais geralmente estão com condição corporal inferior em função da baixa quantidade e/ou qualidade das pastagens na época seca. Este tipo de animal, no momento que recebe uma dieta balanceada e com maiores teores de energia e proteína, responde com elevados ganhos de peso por cerca de 30 a 40 dias no início da terminação em confinamento.

    A compensação total, raramente observada, ocorre quando o ganho de peso após o período de restrição é alto o suficiente para que os animais que passaram por restrição atinjam peso de abate na mesma idade dos animais que não passaram por restrição. Na parcial, a mais comum, ocorre ganho compensatório, mas não o suficiente para que os animais que passaram por restrição atinjam o mesmo peso de abate à mesma idade dos animais que não passaram por restrição.

    No caso de não haver compensação, fato relativamente comum, principalmente quando a restrição ocorre no início da vida do animal, está relacionada a nutrientes classificados como estruturais e é de longa duração. Na realimentação os animais apresentam ganhos iguais ou menores que os que não foram restringidos, atingindo o peso de abate em idades bem mais avançadas.

    Alterações durante o crescimento compensatório

    Durante o curto espaço de tempo em que ocorre o crescimento compensatório ocorrem mudanças químicas, físicas e até mesmo fisiológicas, como mudanças nas concentrações de GH, IGF´s e hormônios da tireóide. São vários os aspectos responsáveis pelo crescimento compensatório, que podem ocorrer isoladamente ou em conjunto: maior taxa de ganho; eficiência de conversão alimentar superior; mudanças na composição do ganho. Eles podem ser explicados por:

    • Menor exigência de energia para manutenção;
    • Menor tamanho e atividade de órgãos internos;
    • Aumento do consumo voluntário;
    • Aumento do conteúdo gastrintestinal;
    • Redução no custo para deposição protéica;
    • Alterações endócrinas e de metabólitos no sangue;
    • Aumento na eficiência metabólica;
    • Mudanças na composição do ganho (maior deposição inicial de proteína);
    • Redução do conteúdo energético dos tecidos acumulados;

    Fatores que influenciam o crescimento compensatório

    Há muitos fatores que afetam o crescimento compensatório que pode ser alterado em sua duração, intensidade ou ambas. Os fatores mais importantes que influenciam a resposta do crescimento compensatório são:

    • Idade do animal durante a restrição alimentar: animais muito jovens podem não apresentar crescimento compensatório;
    • Severidade da restrição: determina o tempo em que o animal permanece em compensatório;
    • Duração da restrição: determina a taxa de ganho pós-restrição;
    • Qualidade da alimentação após a restrição.

    O importante é que animais jovens, como bezerros pré e pós-desmama, não sofram restrição alimentar severa, pois pode haver comprometimento do crescimento, inclusive reduzindo o peso do animal na idade adulta, alterando sua curva de crescimento.

    Outro aspecto relevante é a qualidade e quantidade do alimento oferecido após a restrição, que deve dar suporte aos mecanismos que atuam no crescimento compensatório.

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