Por Celso de Almeida Gaudencio
As espécies vegetais como fortes agentes biológicos na transformação dos solos agriculturáveis estão diante de um impasse. Descobriu-se que entre elas estão as gramíneas, a mais usada a brachiaria ruziniensis. O produtor paga pela semente até R$13,00 por quilograma ou R$780,00 pelo correspondente a R$60,00 de mesma quantidade de soja grão.
Mas o setor governamental ou privado não soube produzir sementes e difundir outras espécies, entre elas as leguminosas importantes para o consórcio na diversificação biológica do ambiente produtivo.
Contudo, a grande vantagem das lavouras anuais como soja e milho é que estão sempre formando dossel fotossintético com efeitos positivos sobre o meio ambiente. As pastagens em contínua renovação foliar captam o carbono e fornecem alimento para a produção de proteína animal. Enquanto uma floresta ao atingir seu clímax produtivo pela decomposição da folhagem depositada ao solo, produz gás carbônico em equilíbrio com o oxigênio resultante da respiração foliar, sem nada mais acrescentar na composição atmosférica.
É uma lástima, por comodismo, deixar de lado a rotação de espécies vegetais mais diversificadas na constituição de sistemas rurais avançados, tanto para melhoria física, química e biológica dos solos, quanto no aumento da eficiência dos fertilizantes e na diminuição de insumos no controle de doenças, pragas e plantas daninhas.
Tem-se perdido, tempo precioso, ao deixar de lado sistemas verdadeiramente voltados para o meio ambiente. Nem sequer foram considerados no código florestal.
Mesmo sabendo que a pesquisa já forneceu sequência de cultivos que contempla essas assertivas, falta somente política para produzir sementes desses fortes agentes biológicos, que inclusive reciclam o fósforo, que é insumo de produção finita.
Tal fato, impossibilita expressar todo o ganho genético em evolução das espécies alimentares, pela melhoria nos atributos e maior armazenamento de água no solo. Melhorando, também, a estabilidade produtiva e a vida útil das cultivares em uso, constituindo ganhos econômicos que não se deve desprezar. Ignorar esses efeitos é descrer na agronomia, na fome do mundo e priorizar correntes ambientalistas que acreditam no extrativismo nômade como única fonte de alimento humano.
O aquífero Guarani, sobretudo no Domínio Ecológico Florestas e Campos Meridionais, com solos altamente aptos a atividade rural, necessita de conduta mais técnica na condução das lavouras, distanciando ao máximo da monocultura ou do monocultivo.
Além, do monocultivo: soja/braquiária ou soja/milho safrinha, intercalado ao eucalipto a ciência agronômica tem um legado de informações prontas para serem adotadas.
A atividade rural atual é quase toda feita em monocultivo, mesmo as florestais não escapam dessa sina. Só adição de braquiária e eucalipto não promovem suficientemente a diversificação dos recursos renováveis, algo mais tem que ser feito nos sistemas agropecuários para que se tornem agronomicamente aceitos.
Por Celso de Almeida Gaudencio