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O perigo verde

Em 1987, ao presidir uma comissão sobre meio-ambiente e desenvolvimento, o primeiro-ministro norueguês Gro Brundtland definiu desenvolvimento sustentável como aquele que "satisfaz as necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras em satisfazer as próprias necessidades". Este conceito foi lembrado pelo professor de Stanford David G. Victor em um debate promovido pela Economist sobre a "insustentabilidade do desenvolvimento sustentável".

Em 1987, ao presidir uma comissão sobre meio-ambiente e desenvolvimento, o primeiro-ministro norueguês Gro Brundtland definiu desenvolvimento sustentável como aquele que “satisfaz as necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras em satisfazer as próprias necessidades”.

Este conceito foi lembrado pelo professor de Stanford David G. Victor em um debate promovido pela Economist sobre a “insustentabilidade do desenvolvimento sustentável”.

Segundo Victor, muitas vezes na história humana estivemos à beira de crises semelhantes à de hoje (mudança climática), mas na maioria das vezes os problemas foram resolvidos com o uso de novos recursos e novas tecnologias.

O ambientalismo radical no entanto apropriou-se do conceito de sustentabilidade, direcionando-o rumo à paralisia e ao protecionismo. Não é nenhuma surpresa que a militância ambientalista radical ande de braços dados com movimentos anti-globalização e partidos esquerdistas.

É bom lembrar que o ambientalismo moderno nasceu com o livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson que denunciava a presença de moléculas de DDT até em gordura de focas do Ártico. O resultado de sua campanha foi a proibição do uso de DDT e um genocídio, este sim silencioso, de milhões de crianças vítimas de malária e fome no Terceiro Mundo, sem que qualquer efeito nocivo do DDT à saúde fosse provado.

Hoje, o novo DDT chama-se CO2, uma molécula que longe de ser venenosa é a base de toda a vida existente no planeta. Há uns dias, os líderes do G8 reunidos resolveram limitar o aquecimento global a 2°C até 2050. Como dizia Mané Garrincha, falta combinar com os suecos… Parece inacreditável uma promessa dessas quando não sabemos nem se irá chover na semana que vem.

Pelo conceito moderno de sustentabilidade, os países do terceiro mundo seriam obrigados a frear seu desenvolvimento para preservar seus recursos e evitar a emissão de CO2. As benesses da sociedade industrializada seriam substituídas por outras tecnologias mais “sustentáveis”. Eu me lembro de ver em um documentário inglês um posto de saúde montado em algum lugar da África com o dinheiro de uma ONG. A condição para ser construído é que usasse energia solar. O resultado é que a geladeira que guardava medicamentos e as luzes da sala de cirurgia não podiam funcionar ao mesmo tempo para evitar blecautes.

Já os países desenvolvidos seriam obrigados a mudar o comportamento de seus cidadãos, reduzindo o consumo de bens e o carbon foot-print seja lá como isso for calculado.

É preciso tomar cuidado com o que o ambientalismo radical chama de sustentável. Pode ser uma nova forma de totalitarismo, que de um lado controla a vida e as escolhas dos cidadãos de países ricos e por outro cria formas de controlar o uso de recursos por países pobres, recursos que dizem eles, seriam melhor administrados por algum organismo global como a ONU.

A história mostra que inovação e tecnologia trouxeram muito mais benesses do que malefícios ao homem e ao planeta, e as maiores beneficiadas nesse processo foram justamente as sociedades mais livres e abertas.

Desenvolvimento sustentável não significa não-desenvolvimento, mas criar um intercâmbio de riquezas e tecnologias capazes de garantir às gerações futuras, de todas as nações, o usufruto do progresso humano.

0 Comments

  1. Kenio de Gouvêa Cabral disse:

    Prezado Fernando,

    Parabéns pelo teu artigo.

    Sem dúvida não há sustentabilidade com prejuízos para a economia. Para haver sustentabilidade ou o desenvolvimento sustentável o lucro (economia), a sociedade e o meio ambiente tem que ser contemplados.

    Pergunte para um ecochato se ele abriria mao de seu conforto em favor de um impacto ambiental nulo.

    O importante é impactar de forma consciente. Inovar é preciso.

    Um abraço.

    Kenio

  2. José Oton Prata de Castro disse:

    É profundamente lamentável que grande parte da sociedade brasileira alienada, e nossos governantes idem, aceitem o mando de ongs estrangeiras e de muitos ecochatos burrocratas que acham que ovino é um animal que põe ovos. Se é verdade a iminencia da catrastrofe que pregam e que já começa ser desmistificada por cientistas de reconhecido conhecimento e saber, de todo o planeta, estaremos, literalmente, a curto prazo, no bico do URUBU. Em maiusculo, isso mesmo, por ser um dos mais eficientes agentes da saúde pública e, por consequencia, ambientalista impar, sem nenhuma bicorada na pesada carga tributária que nos é imposta.
    Melhor fariam nossas “autoridades” mandar estes ecochatos curtir os salários ue lhes pagamos em outras praias e deixar quem sabe lidar com a terra produzir para matar a fome do mundo. Esta sim, uma verdadeira catastrofe.

  3. Isabel Pereira disse:

    Prezado Fernando,

    Li seu artigo e fiquei bastante interessada nessa discussão sobre sustentabilidade promovida pelo The Economist.

    Há algum material publicado sobre esse debate? Você poderia por favor me indicar como acessar esse material?

    Muito obrigada

    Isabel

  4. Carlos Sant´Ana disse:

    Sr. Fernando,

    Seu artigo exibe equívocos, ao lançar os extremos da questão ambiental como paradigmas das necessidades ambientais, e argumentos inconclusivos. Em algum aspecto lembra discursos de políticos que excitam os recalques e exploram o desconhecmentos para, por meio das meias verdades e associação de imagens, manipularem a opinião do público. Por exemplo, não diríamos que o Principe Charles, Al Gore e Bill Clinton fossem agentes comunistas, porque defendem o meio ambiente. Então não cabe relacionar ambientalismo e grupos radicais de esquerda.

    Ao dizer que a humanidade já se confrontou com desafios tão grandes como o aquecimento global (que foram superados com a tecnologia!!), realmente me intriga. Quais?

    Esperamos que a tecnologia realmente nos ajude a produzir mais sem agredir o meio ambiente, mas para isso precisamos mudar a mentalidade de agrônomos e técnicos obsoletos com uma formação voltada exclusivamente para a aplicação (quer dizer, simplesmente a venda) de tecnologias enlatadas de empresas multinacionais. Precisamos de profissionais capazes de trabalhar aplicando ciência e não manuais.

    A tecnologia vai nos salvar, mas será uma tecnologia compatível com a baixa emissão de poluentes e com a preservação da nossa riqueza ambiental. Não precisamos reptir o erro dos outros para nos desenvolver. Pelo contrário, precisamos tomar a dianteira de um novo paradigma tecnológico para conseguir obter vantagem competitiva. Dessa forma muitas nações superaram no passado sua condição subalterna, como foi o caso da Alemanha e EUA e Japão, e mais recentemente, da Coreia e China.

    Nós, produtores brasileiros seríamos os primeiros a lamentar a alteração de nosso clima privilegiado, e somos os maiores interesados na preservação do meio ambiente.

  5. Neilton Fernandes de Deus disse:

    Ao Sr.
    Carlos Sant´Ana de São Chico de Paula.
    Acho que o autor (Fernando Sampaio) talvez não quis se estender, mas é fácil enter quando os esquerdas por ilação convertem a equação na lógica. Se quem possui terras (proprietário) é representante da burguesia e se os ecochatos (não seriam ecocriminosos) são contra os proprietários então eu sou a favor dos ecologistas. Para nós produtores resta saber que colonialistas e pasmem comunistas estão no mesmo barco contra o progresso e a verdadeira independencia de nosso povo. É ruim prá eles sobrar comida barata aqui dentro. Sobra tanto que temos que exportar não é mesmo?.
    Quanto ao milagre da tecnologia, existiu uma teoria (Malthus acho) que pregava o seguinte: Se a população mundial cresce de forma geométrica e a produção agropecuária cresce em produção aritmética, logo a humanidade estaria condenada a morrer de fome. A TECNOLOGIA propiciou a revolução verde, e hoje há comida para todos )mal distribuida é verdade) mas graças a tecnologia tem.
    Neilton

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