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O papel da agricultura na construção da economia verde

Pode-se dizer que recuperar áreas degradadas e intensificar a pecuária, liberando áreas para outras culturas, reduzindo as emissões de gases do efeito estufa e minimizando os impactos, são fatores-chave para o sucesso da expansão sustentável do agro brasileiro. A Rio+20 consolida e reforça a importância da agenda de sustentabilidade nos diferentes setores agrícolas. Por Rodrigo C. A. Lima (Icone, RedeAgro)

Por Rodrigo C. A. Lima*

As inúmeras críticas aos resultados da Rio+20, reunidos no documento O futuro que queremos, mostram quanto as discussões sobre sustentabilidade são complexas e quanto é difícil tomar decisões que agradem a todos os países, principalmente quando elas criam compromissos políticos e envolvem recursos financeiros.

A Rio+20 tinha dois mantras:

1) economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza:

2) governança para o desenvolvimento sustentável. Não foi possível aprovar metas para o desenvolvimento sustentável, mas acordou-se que elas deverão ser criadas até 2015, e não houve consenso sobre qual é o órgão da ONU o responsável pela governança das questões ambientais, sociais e econômicas.

A discussão sobre o que é economia verde mostrou que existem varias ações e contextos que precisam ser considerados no debate sobre o desenvolvimento sustentável. Assumindo a urgência em erradicar a fome e a pobreza e garantir segurança alimentar e nutricional em um mundo cada vez mais populoso, a fome foi considerada como um desafio global que exige aumentar a produção sustentável de alimentos, pautada por ganhos de produtividade, redução de impactos ambientais, recuperação de áreas degradadas, capacitação dos pequenos produtores e uso de tecnologia.

Além disso, o livre comércio dos produtos, os investimentos públicos e privados na agropecuária sustentável, no manejo e uso correto e eficiente das áreas produtivas e a capacitação dos agricultores para adotar boas práticas que permitam produzir mais e reduzir impactos são os desafios para construir o desenvolvimento sustentável no campo. Essas ações devem envolver agricultura, pecuária, florestas plantadas, pesca e aquicultura.

Quando se observa o cenário atual da agropecuária brasileira e coloca-se em perspectiva elementos como a adoção de práticas de baixo carbono, a recuperação de pastagens e áreas degradadas, a redução do desmatamento, a regularização ambiental das propriedades diante do novo Código Florestal e a adoção cada vez mais intensiva de tecnologias no campo, verifica-se um cenário de expansão conectado com o desenvolvimento sustentável do Brasil.

Pode-se dizer que recuperar áreas degradadas e intensificar a pecuária, liberando áreas para outras culturas, reduzindo as emissões de gases do efeito estufa e minimizando os impactos, são fatores-chave para o sucesso da expansão sustentável do agro brasileiro. A Rio+20 consolida e reforça a importância da agenda de sustentabilidade nos diferentes setores agrícolas.

Cabe a todos os setores, via cooperativas, federações, associações e outras entidades, buscar adotar práticas que priorizem os incrementos de produtividade, reduzam os impactos ao meio ambiente, promovam o pagamento por serviços ambientais e gerem benefícios sociais cada vez maiores.

*Rodrigo C. A. Lima e gerente-geral do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone) e pesquisador da Rede de Conhecimento do Agro Brasileiro (RedeAgro).

1 Comment

  1. Maurício Oliveira disse:

    Muito me preocupa as discussões ambientais conduzidas nesses fóruns internacionais e prontamente internalizadas por governo e organizações da sociedade brasileiros. Olha aí mais um “mico”, mais uma ONG de alto nível, mantida por nós. Seria a responsável, no âmbito da ONU ou fora dela, pela governança das questões ambientais, sociais e econômicas!!!. Vamos raciocinar um pouco mais, meus amigos. Se nós, governos (em todos os seus níveis) e sociedade, não damos conta de nossas tarefas, fechemos as portas e passemos a escritura da terra de Santa Cruz para a ONU. Acorda. Sabemos produzir com sustentabilidade e podemos, sim, trocar experiências e tecnologias com outros povos. Mas governança global é muita panaceia é muita ideologia e custos para o bolso do brasileiro já escaldado com a nossa tão “leve” carga tributária. Erradicar a fome e a pobreza é outra frase de efeito. Bonito texto.

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