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O duelo entre McDonald’s e Burger King na Black Friday

Burger King e McDonald’s voltaram ao centro de um duelo público por consumidores esta semana, desta vez envolvendo as ações comerciais voltadas para a Black Friday. Entre centenas de anúncios de varejistas que entopem TVs e rádios, as duas empresas lideram as menções em redes sociais na semana do evento promocional, o maior do varejo no Brasil.

A disparada das marcas na lista de tópicos mais comentados do Twitter entre segunda-feira e ontem se deu após as redes confirmarem que venderão sanduíches que custam R$ 20, ou mais, por R$ 1 ou pouco mais de R$ 2, quantia que não compraria sequer um pão de queijo.

Como pano de fundo, está também a disputa por mercado aberta entre as empresas de entrega de comida iFood e Uber Eats, e entre os sistemas de pagamentos digitais, que estão entrando como parceiros nesses acordos.

O Big Mac, do McDonald’s, será vendido pelo Uber Eats por R$ 1 a novos clientes do aplicativo, valor que não paga nem a embalagem. Para fechar a compra, é preciso digitar um código, que está sendo incansavelmente replicado pela web e já virou “meme” nas redes.

O McDonald’s ainda vai vender 10 cheeseburgers por R$ 20,00 – ou R$ 2 por lanche, que custa quase R$ 7. Só comprará a esse preço o cliente que usar cupons de desconto que estão no aplicativo.

Para a compra de dois sanduíches (como Quarteirão e Cheddar McMelt), o consumidor paga R$ 4,90 se usar o Mercado Pago, sistema de pagamento do Mercado Livre, e utilizar o QR Code. Dá menos de R$ 2,50 por uma unidade.

No Burger King, o acordo também é com o Mercado Pago. Se usar um código no aplicativo da empresa, o cliente paga R$ 15 para levar para casa seis lanches.

Apesar de as redes estarem comemorando o volume de mídia espontânea gerado, a ação tem um custo que precisa ser pago.

O Valor apurou que as companhias de fast-food estão rateando o custeio da operação com os parceiros – as empresas de pagamentos e de entrega. Foi preciso montar um acordo que viabilizasse o preço e, principalmente, que possa gerar volume para compensar valores fora da tabela.

De acordo com o Burger King, o desconto de compras feitas com o aplicativo do Mercado Pago será bancado pela empresa de pagamentos – que meses atrás foi alvo de um aporte bilionário de US$ 1,8 bilhão dos sócios na América Latina, em parte para ampliar a agressividade comercial da marca.

A conta do Burger King fica restrita, segundo a rede, à venda de três sanduíches por R$ 15 (fora da Black Friday, são dois por R$ 15).

Procurado para comentar os custos da operação, o McDonald’s apenas afirmou, em nota, que é “uma prática comum no mercado que os aplicativos fechem acordos com os restaurantes parceiros e, juntos, subsidiem esse tipo de ação para atrair clientes”.

No mercado de fast-food, a margem de lucro das empresas gira, historicamente, acima dos 10%. Nos últimos três anos, as redes têm visto altos e baixos.

O BK Brasil apurou alta na margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de quase quatro pontos percentuais no acumulado do ano até setembro, para 13,2%.

O McDonald’s, que vem destacando em seus balanços globais as iniciativas de marketing para “atingir receitas maiores” no Brasil, só informa dados trimestrais de margem no país. Esse índice caiu para 16,6% de julho a setembro – um ano antes, era 21,8%.

Fonte: Valor Econômico.

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