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O desafio é alcançar rentabilidade similar à outras atividades que competem pela mesma área [Paulo Emilio Prohmann]

BeefPoint lançou seu prêmio mais importante do ano para reconhecer e celebrar quem faz a diferença na pecuária de corte brasileira.

Nosso trabalho é focado em 3 pilares: conhecimento, relacionamento e inspiração. Tudo isso com foco em uma pecuária mais moderna, lucrativa e eficiente. Realizar um prêmio que seja uma festa e uma homenagem a essas pessoas especiais da pecuária de corte é a melhor maneira que encontramos para trazer inspiração a todos os envolvidos na cadeia da carne. Celebrar e destacar os bons exemplos é o caminho que encontramos e por isso sempre realizamos o Prêmio BeefPoint.

A premiação ocorreu durante nosso maior evento de 2013, o BeefSummit Brasil, que reuniu mais de 1.000 pessoas em Ribeirão Preto, SP, nos dias 10 e 11 de dezembro de 2013.

A cerimônia de entrega dos prêmios e divulgação dos ganhadores foi no final do dia 10 de dezembro, após as palestras e antes do coquetel com Chopp Pinguim e degustação de carnes especiais.

Para conhecer melhor os finalistas de cada categoria, o BeefPoint preparou uma série de entrevistas com cada um deles.

Confira abaixo a entrevista com Paulo Emilio Fernandes Prohmann, um dos finalistas do Prêmio BeefPoint Brasil na categoria – Liderança Nova Geração

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BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária de corte do Brasil hoje?

Paulo Prohmann: O maior desafio é alcançar rentabilidade similar à obtida por outras atividades que competem pela mesma área. A expansão das lavouras de soja, em quase todos os Estados brasileiros, exemplifica bem este cenário.

BeefPoint: O que o setor poderia / deveria fazer para aumentar sua competitividade no Brasil?

Paulo Prohmann: Felizmente há excelentes exemplos a serem seguidos. Existem técnicos e produtores realmente eficientes, que alcançam rentabilidades interessantes. Acredito que o setor poderia disseminar mais estes casos de sucesso, torna-los mais acessíveis. Por outro lado, o produtor que seguir este novo caminho precisará, necessariamente, de recursos para implantação do mínimo necessário. Não há como intensificar sem investir. O acesso ao crédito é fundamental para que sejam factíveis tais mudanças. Infelizmente, muitos pecuaristas ainda são avessos ao financiamento.

BeefPoint: Você poderia nos contar sobre os acertos? O que fez e deu certo em sua carreira? Qual a sua maior realização?

Paulo Prohmann: Creio que, na parte produtiva, o grande acerto está em investir na etapa mais básica da produção, ou seja, no correto manejo do solo. Não se trata de uma tarefa fácil, nem barata, muito menos rápida, mas não vejo como mudarmos a forma de produzir uma arroba de maneira eficiente sem priorizarmos este item.

É difícil falar sobre realização, pois raramente os projetos chegam ao fim, surgindo sempre um fato novo, uma nova meta ou tecnologia. Talvez, por este motivo, a realização seja parcial. Mesmo assim, fico muito feliz em poder acompanhar propriedades que estão conseguindo bons resultados. No campo do cooperativismo e união de forças, a experiência com os produtores da Cooperativa Maria Macia (Campo Mourão – PR) é um grande feito, mesmo assim ainda está distante de onde pode chegar.

BeefPoint: Todos sabemos que aprendemos mais com nossos erros. O que fez e deu errado? Você poderia nos contar?

Paulo Prohmann: Os erros são grandes professores. Já tive algumas experiências não muito agradáveis, mas para citar apenas uma, considero o planejamento nutricional mal formatado como o mais frequente e perigoso. Devemos sempre utilizar a expressão “roubar contra” e exercitar o pior cenário possível no momento de planejarmos. O pior cenário mesmo! Se assim agirmos teremos a possibilidade de trabalhar com bem menos estresse, experimentando situações saudáveis como por exemplo: ter um silo fechado, para ser aberto apenas no ano que vem; ou ainda, ter estoque de concentrado para mais 30 dias, além do projetado; etc. O planejamento equivocado sai caro demais e realiza-lo considerando que a natureza agirá suprindo integralmente nossas demandas é algo imprudente.

BeefPoint: O que você fez em 2013 que te trouxe mais resultados?

Paulo Prohmann: A combinação de adubação de pasto com semiconfinamento estratégico é algo que trouxe muito resultado.

BeefPoint: O que você pretende fazer em 2014? Quais são seus planos?

Paulo Prohmann: Manter as estratégias citadas anteriormente, desafiando um pouco mais nas lotações.

BeefPoint: Em sua opinião, o que deve ser feito para aumentar o envolvimento dos jovens na agropecuária?

Paulo Prohmann: Acredito que devemos seguir o caminho de quem faz um bom trabalho. Que tal pegarmos carona em algumas ideias dos norte americanos? Trazer a criança para o campo com atitudes simples, seja para cuidar de um bezerro, andar a cavalo ou plantar algumas mudas.

O importante é ter o jovem desde cedo envolvido para que crie raízes na atividade e pegue gosto. Isso não impede que saiam para estudar fora, pelo contrário, será ainda mais construtivo. Entretanto, o importante será criar um vínculo para que um dia possam voltar sem preconceitos ou contrariedades, trazendo ideias agregadoras para a atividade.

BeefPoint: Em sua opinião, qual fazenda se destaca na pecuária hoje?

Paulo Prohmann: O trabalho que a Fazenda Santa Nice (Amaporã – Paraná) tem feito na raça Nelore é surpreendente. O nível de produtividade que o rebanho alcançou é algo incrível. Outra menção seria em relação à Noma Agropecuária (São Francisco do Guaporé – Rondônia), que está percorrendo um caminho similar e, mesmo em pouco tempo, já conta com um rebanho admirável.

Saindo um pouco da genética, finalizo lembrando o trabalho que a Fazenda Araucária (Luiziana – Paraná) realiza em uma região essencialmente agrícola e de altíssima produtividade. Os números da pecuária andam lado a lado com os da agricultura de ponta, sendo que para isso, investimentos pesados nas tecnologias sempre foi prioridade dos proprietários. Grande exemplo a ser seguido!

BeefPoint: Por que você acha que foi finalista do Prêmio BeefPoint Brasil?

Paulo Prohmann: Creio que pelo fato de estar participando de uma pecuária mais intensiva, acreditando em sua viabilidade mesmo em regiões agrícolas de alta produtividade, alguém tenha lembrado o meu nome. Sem sombra de dúvida, a indicação foi motivadora para seguirmos otimistas.

BeefPoint: Que mensagem você deixaria para os pecuaristas?

Paulo Prohmann: O pecuarista tem que ler publicações da área, visitar propriedades, viajar, participar de congressos e eventos, enfim, buscar sempre melhores alternativas para sua atividade. Além disso, é importantíssimo cercar-se de outros bons produtores, para juntos trocarem informações, crescerem e, quem sabe, unir forças para outros negócios. As cooperativas de carnes são grandes exemplos!

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