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“O bem-estar é bom para o bolso de todos e principalmente para o coração!” – André Mendes [Prêmio BeefPoint Bem-estar Animal]

BeefPoint realizará um grande evento – BeefSummit Bem-estar Animal – no dia 8 de maio de 2014, no Centro de Convenções do Ribeirão Shopping, na cidade de Ribeirão Preto/SP.

O evento terá a participação especial de Temple Grandin – pesquisadora que é referência mundial em bem-estar animal, também terá palestras inovadoras, com o Prof. Mateus Paranhos da Costa e pecuaristas que são referência nas práticas de bem-estar animal no Brasil.

Estes profissionais irão compartilhar casos de sucesso e aprendizados nesta área que cresce, a cada dia, dentro da cadeia produtiva da carne. E para fechar o dia com chave de ouro realizaremos a entrega do Prêmio BeefPoint 2014 – Edição Bem-estar Animal, que irá homenagear pecuaristas, profissionais, vaqueiros e pesquisadores que são referência em BEA no Brasil.

O público escolherá por meio de votação online, o vencedor de cada categoria. Assim, para você – leitor BeefPoint – conhecer melhor os indicados, nós preparamos uma entrevista com cada um deles!

Conheça André Mendes Jorge, finalista na categoria Professor/Pesquisador Referência em Bem-estar Animal.

Andre-Jorge_Expointer_2006

André Mendes Jorge, residente em Botucatu/SP, é zootecnista e professor adjunto III do Departamento de Produção Animal, da FMVZ -UNESP – Botucatu, na qual ministra as disciplinas de “Bubalinocultura”, “Avaliação e Tipificação de Carcaças” e “Conceitos sobre o Crescimento de Bovinos de Corte”. É líder do Grupo de Pesquisa UNESP – Botucatu – Búfalos no CNPq. Colaborou com a disciplina de Bovinocultura de Corte de 1998 a 2008 até a contratação de novos docentes.

Andre-Jorge_FMVZ-UNESP-Botucatu[1]

Iniciou sua carreira em 1987 como zootecnista e pequisador científico no Instituto de Zootecnia (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – APTA) onde atuou por 11 anos. A partir de 1998 ingressou na UNESP, na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, campus de Botucatu onde além das atividades de ensino, extensão e administração tem como linha de pesquisa: Produção de Bovinos e Bubalinos de Corte, com ênfase em avaliação de características de carcaça e qualidade da carne e temperamento animal.

Seu hobbie preferido é viajar, conhecer novos lugares e pessoas, além de fotografar paisagens e a vida silvestre.

Seu livro preferido é “O Despertar dos Mágicos – Uma introdução ao Realismo Fantástico”, de Louis Pauwels e Jacques Bergier. O realismo fantástico, segundo os autores do livro, é a disposição de investigar o mundo sem os “preconceitos” ditados pelo “cientificismo” e o “intelectualismo” da era moderna.

BeefPoint: Com base em suas pesquisas, o que você implementou de diferente na pecuária brasileira e no quesito bem-estar animal, que levou você a ser um dos finalistas do Prêmio BeefPoint Edição Bem-estar Animal?

André Jorge: Acredito que não há apenas um ponto. Para mim, essa indicação já significa o reconhecimento de vários anos de pesquisas, parcerias e dedicação.

É fruto de trabalho, disciplina e determinação de toda uma equipe. Sozinho não se chega a lugar nenhum. As pesquisas que desenvolvemos são inseridas na realidade do país. Em recente pesquisa, abordamos a raça bovina mais produzida no Brasil, a raça Nelore. Estudamos o temperamento desses animais e o reflexo dessa característica na cadeia produtiva.

Os resultados são impressionantes. Além dos dados de desempenho, avaliações da carne foram realizadas onde os resultados apresentados na Reunião Anual do Animal Science, em Indianápolis, EUA, demonstraram que animais de diferentes temperamentos apresentam distintos conteúdo de lipídios e perfis de ácidos graxos. O trabalho na íntegra será publicado em breve.

BeefPoint: Na sua opinião, o que pode ser feito para diminuir a distância da pesquisa com a prática vivenciada no campo?

André Jorge: Informação limpa e direta. Ou seja, transformar a linguagem científica (os resultados) em linguagem simples e práticável. Não adianta impormos os resultados que encontramos em estudos, temos que mostrar e ensinar como utilizá-los a nosso favor, adequando-os a cada realidade.

Precisamos deixar claro que as ações refletirão satisfatoriamente a todos os elos da cadeia produtiva, começando pela qualidade de vida e bem-estar dos animais, dos funcionários que trabalham todos os dias na produção, até o ponto final que é o produto na mesa do consumidor.

BeefPoint: O que você faz para difundir suas pesquisas para os pecuaristas? O que ainda pode ser feito?

André Jorge: Infelizmente no Brasil, as soluções são encontradas quando o problema aparece já em grau elevado. Ainda trabalhamos muito mais com “remediações” do que com “profilaxia”.

Isso é um mal que nos persegue há tempos. Precisamos mostrar cada vez mais a realidade e as consequências, abordando que elas podem ser positivas ou negativas, dependendo da escolha. Sempre fui a favor do olho no olho, da conversa informal, porém, produtiva.

Atualmente, possuímos ferramentas tecnológicas fantásticas que nos auxiliam a realizar essa “conversa”. Difundimos nossas pesquisas por intermédio de sites, redes sociais, encontros, simpósios, visitas técnicas.

Andre-Jorge_APTA-Colina

Além do mais, é um trabalho a longo prazo. Acredito que divulgação de boas práticas, a demonstração da realidade das perdas de produção, a disponibilização de técnicos a campo e eventos regionais, onde produtores possam trazer suas experiências e problemas com a finalidade de buscar soluções, e ao mesmo tempo, aprender com os exemplos é um bom caminho.

Andre-Jorge_Temperamento

Destaco nesse item o papel primordial que o BeefPoint executa em toda a cadeia produtiva. O Miguel Cavalcanti é um visionário, parabéns a toda a sua equipe!

BeefPoint: Quais suas linhas de pesquisa? O que lhe traz mais resultados?

André Jorge: Nossas linhas de pesquisa abordam todo o ciclo produtivo dos ruminantes (bovinos, bubalinos, ovinos), visando variáveis como o desempenho, características da carcaça e da carne desses animais, associando com aspectos do temperamento e estresse animal.

São trabalhos de anos e todos eles trouxeram resultados relevantes para as respectivas cadeias produtivas e não seríamos coerentes ao apontar apenas um fator.

Atualmente, estamos com experimento a campo com bovinos e bubalinos tentando entender um pouco mais sobre o comportamento dessas duas espécies.

Os dados parciais já nos mostram a possibilidade de agregar essas produções, aplicando o manejo alimentar e ambiental correto, de acordo com o comportamento de cada uma em determinada fase.

Andre-Jorge_pH_Minerva

BeefPoint: Qual a aceitabilidade dos pecuaristas quanto a adoção de novas técnicas de manejo em suas propriedades, principalmente as focadas no manejo racional?

André Jorge: Ainda é uma realidade difícil de enfrentar inicialmente, mas, como eu disse anteriormente, dando exemplos os quais deixam claro que esse tipo de manejo realmente funciona e só traz benefícios, eles acabam cedendo.

As maiores resistências quanto à adoção de novas técnicas de manejo não são observadas nos vaqueiros que lidam diretamente com o gado mas sim com os próprios técnicos, muitas vezes acostumados a ficarem numa zona de conforto.

BeefPoint: Todos sabemos que aprendemos mais com nossos erros. O que fez e deu errado? Você poderia nos contar?

André Jorge: Erros quem não os cometem! Posso dizer que não foram poucos ao longo da minha carreira profissional, principalmente quando recém-formado. Mas, foram indispensáveis para o meu amadurecimento como pesquisador/professor e principalmente como pessoal. Só lamento não ter seguido mais a minha intuição. Preciso me aperfeiçoar…

Gosto muito da frase do Roberto Civita:

“Nunca desista. Quando se aprende com ele, o erro é apenas uma parada no caminho do acerto. Erre melhor da próxima vez.”

BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária brasileira hoje?

André Jorge: São tantos…(risos). Acredito que seja atender a demanda por alimento de qualidade, a todas as classes sociais e nichos de mercado a preço justo, agregando sustentabilidade, meio-ambiente, bem-estar e responsabilidade social.

Somos um país continental com diferentes realidades. O produtor rural é antes de tudo um forte, obstinado. Precisa se unir, se organizar melhor e merece todo o nosso respeito. Creio que o maior desafio está em não somente se conhecer a agenda de médio e longo prazo, mas sim a garantia de investimentos para o setor do agronegócio.

BeefPoint: Qual inovação e/ou novidade na pecuária de corte você mais gostou dos últimos anos? O que precisamos inovar?

André Jorge: A tecnologia existe e está a serviço do produtor e da indústria. Como trabalho muito fortemente com qualidade de carne, o investimento pelo produtor em novos currais de manejo racional e de algumas indústrias em boxes de atordoamento com a contenção total do animal para melhorar a eficácia na insensibilização dos animais foram duas grandes novidades.

Dada as particularidades e representatividade da espécie no Brasil, acreditamos que métodos de abate humanitário em búfalos devem ser melhor estudados. Da mesma forma considero condição indispensável a adoção de sistemas de classificação e tipificação de carcaças, de uso corrente e de fácil aplicação pela indústria e que remunere o produtor de carne de qualidade.

BeefPoint: Quais seus planos em 2014?

André Jorge: Ter saúde, viver em paz e harmonia, procurar sempre ser uma pessoa melhor em todos os sentidos. Quero também aprovar um grande projeto temático.

“Aquilo que desejamos já nos foi concedido e está dentro de nós.” – Masuharu Taniguchi

Andre-Jorge_FMVZ-UNESP-Botucatu[2]

BeefPoint: Qual o maior exemplo de professor/pesquisador que trabalha com bem-estar animal? Quem você admira por fazer um excelente trabalho?

André Jorge: Sem sombra de dúvidas meu exemplos de Professor/Pesquisador são o Prof. Mateus Paranhos da Costa – um pioneiro no Brasil e a Dra. Temple Grandin – um exemplo de superação pessoal e profissional para todos nós; como a mesma relata – “Different… not less”.

Quanto a quem eu admiro por fazer um excelente trabalho, na realidade são muitas pessoas. Porém nos últimos 3 anos, Deus me guiou para o campo, para estar mais perto dos que fazem a pujança deste imenso Brasil agropecuário e que são tão pouco valorizados por nossos governantes.

São pessoas simples, trabalhadoras, não usam gravatas, são humildes, verdadeiramente amigas e de uma sabedoria incomparável. Minha eterna admiração à Evoétimo Cangussú Reis (Faz. Conquista, Faz. Floresta, Faz. Serra Verde e Faz. Sorte Grande/PA), Mauroni Cangussú (Faz. Monalisa/MA) e Franciscano Soares (Faz. Bola Branca/PA).

BeefPoint: Qual seu recado para os pecuaristas? 

André Jorge: O bem-estar é bom para o bolso de todos e principalmente para o coração! Além de que, seria bem melhor prevenir do que remediar…e se arrepender!

Curso-Univ_Antioquia_Medellin

Confira outras fotos que ilustram o trabalho desenvolvido por André Jorge:

Andre_Jorge_MINERVA-APTA-Colina

Andre-Jorge_Kuchida_Seminar_JAPAN

Andre_Jorge_Work-Station

Andre_Takenaka_Chair-President-Session

Andre-Jorge_Abate-Tecnico_Cowpig[2]

Familia-Jorge-et-al

Andre-Jorge_Estagio_Japao_2012

Andre-Jorge_FMVZ_2004

Andre-Jorge_Palestra-Colombia_20111

Andre-Jorge_Pasto

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