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Novo sistema de rastreabilidade ajudará exportações dos EUA

O secretário da Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, disse que a nova lei proposta visando melhorar a capacidade do país de rastrear casos de doenças animais ajudará a ampliar o acesso a mercados externos que importam produtos de origem animal do país.

O secretário da Agricultura dos Estados Unidos, Tom Vilsack, disse que a nova lei proposta visando melhorar a capacidade do país de rastrear casos de doenças animais ajudará a ampliar o acesso a mercados externos que importam produtos de origem animal do país.

“Esse sistema, em nossa opinião, coloca-nos em uma circunstância muito melhor em termos competitivos hoje”, disse Vilscak. “Outros países vêm usando (a rastreabilidade) como uma forma de ganhar vantagem no mercado. Acreditamos que isso leva essa vantagem embora”.

A Austrália foi um país que usou a ocasião do caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) registrado nos Estados Unidos em 2003 para aumentar a participação de mercado na Ásia proclamando seu programa efetivo de rastreabilidade. A indústria de carne bovina dos Estados Unidos vem, desde então, fazendo uma grande recuperação nas exportações para a Ásia, mas a falta de um sistema organizado de rastreabilidade tem limitado os potenciais ganhos.

Os repórteres que participaram da conferência de imprensa de Vilsack, entretanto, expressaram algum ceticismo sobre o novo e mais “flexível” sistema, baseado no mal-sucedido Sistema Nacional de Identificação Animal (NAIS, sigla em inglês) e sua capacidade de melhorar a habilidade do país em localizar os eventos de doenças animais. Ao invés de pedir que os produtores registrem suas dependências, como fazia o NAIS, o novo sistema foca na identificação de animais ou grupos de animais através de dispositivos aprovados pelo Governo federal, como identificadores de orelha, durante o movimento interestadual.

“Nós não estaríamos propondo essa lei se não estivéssemos confiantes de que faria um trabalho melhor do que no passado em resposta aos surtos de doenças”, disse Vilsack. Ele disse que as investigações sobre a EEB, por exemplo, levam 150 dias. O novo sistema reduzirá as investigações sobre doenças animais para uma questão de dias ou, nos casos mais complexos, semanas, mas “certamente não 150 dias”, disse ele.

Além dos atributos de qualidade e preço, a garantia de rastreabilidade pode tornar as exportações de carne dos Estados Unidos com mais possibilidades de vendas e isso ajudará a pagar pelo novo sistema de rastreabilidade, cujo custo foi estimado em US$ 14 milhões por ano.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) espera comentários sobre a lei proposta (http://www.ofr.gov/OFRUpload/OFRData/2011-20281_PI.pdf) nos próximos 90 dias a partir de sua publicação em 11 de agosto, no Registro Federal.

A reportagem é do MeatingPlace.com, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Cada pais precisa encontrar a forma mais eficiente de rastrear seus rebanhos, mantendo sempre em vista como atingir os inúmaros objetivos que se esperam de um programa de rastreabilidade: ser uma ferramenta útil  para auxiliar  a defesa animal a garantir a inocuidade da carne produzida ou a agir de maneira mais rápida em casos de surtos ou desvios, contribuir para elevar os controles do produtor necessários a melhorar a gestão da sua atividade, garantir aspectos relacionados com a certificação de inúmeros proptocolos de produção, etc, etc., etc.
    Mas não deve haver  ilusão. O caminho é arduo e não existem atalhos mágicos. O sucesso depende de mudanças culturais da cadeia produtiva e do esforço de todos os agentes envolvidos.

  2. Humberto de Freitas Tavares disse:

    O novo programa faz o que o Brasil faz há décadas. Graças a nossa herança ibérica, temos orgãos do governo cuidando de controlar sanidade a nível estadual, estoques de animais, de emitir GTAs etc. Eles não, e agora vão ter.

    Uma das maneiras por eles aceitas de identificar os animais são as marcas a fogo. Assim, os EUA vão ter uma rastreabilidade com GTA, nota fiscal e marca a fogo. Igualzinha à da lei aprovada no Congresso Nacional Brasileiro. Pragmaticamente perto da realidade e bem longe dos delírios do SISBOV.

    Parabéns aos EUA, que agora deixarão de comer a poeira levantada pelo Brasil que dá certo.

  3. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Aqueles que tiverem interesse em conhecer melhor o assunto sugiro fortemente que leiam o material disponível no link indicado.

  4. RODOLFO RAINERI disse:

    Caro José Ricardo.

    Conforme sugerido por você, tomei a iniciativa de ler o conteúdo da proposta americana do novo sistema de rastreabilidade a ser adotado por eles, de onde destaco um ponto fundamental, descrito nas páginas 7 e 8 do documento, conforme demonstrado abaixo (perdoe a minha tradução):

    "Nossas exigências de rastreabilidade propostas teriam dois elementos principais.

    Primeiro, os animais movimentados entre estados teriam que ser oficialmente identificados. Os métodos e dispositivos de identificação dos animais podem variar por espécie, e dentro de uma espécie pode haver múltiplas escolhas. Para certas espécies, por exemplo, bovinos e búfalos, ovelhas e cabras, isto normalmente envolve a afixação de uma etiqueta (brinco) auricular, com um único número oficial de identificação no animal. Em alguns casos, mais comumente com aves e suínos, animais que se movem através da cadeia de produção seriam identificados como um grupo (lote) e não por meio de uma marca auricular ou outro identificador sendo atribuído a cada animal.

    Os métodos, dispositivos e sistemas de numeração que propomos para reconhecer como identificação oficial são aqueles que preveem a rastreabilidade eficaz e que poderão ser usados em todo o país.

    Todos os Estados e jurisdições seriam obrigados a aceitar todos os métodos oficiais de identificação propostos para cada espécie. Um exemplo para bovinos seria uma etiqueta (brinco) auricular com um número de um sistema nacional uniforme de marcas auriculares (“Nues”).

    Reconhecemos, no entanto, que métodos de identificação diferentes podem existir ou evoluir em partes específicas do país, e que pode haver situações em que outras formas de identificação podem ser eficazes e preferidas pelos produtores.

    Por isso, estamos propondo permitir essa identificação, a ser utilizada no lugar da identificação oficial, em animais com movimentações interestaduais, quando ambos os estados (o da saída e o da entrada) concordarem com o seu uso. Além disso, como reconhecemos que haverá desafios logísticos associados com a identificação oficial de um número significativamente alto de bovinos com movimentação interestadual, pretendemos definir em etapas os requisitos para a identificação de bovinos e búfalos ao longo do tempo.

    Segundo, animais com movimentação interestadual devem ser acompanhados por um certificado interestadual de inspeção veterinária, também chamado de ICVI. O ICVI seria emitido por um veterinário credenciado (autorizado a realizar o trabalho em nome do APHIS/USDA – Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) ou por um veterinário Federal, Estadual ou municipal, que seria responsável por garantir que o animal atende aos requisitos de saúde aplicáveis. O ICVI exibiria, para certas classes de animais, o número de identificação oficial do animal. Conteria também informações sobre a origem e o destino de sua movimentação." Comento no próximo post.

  5. RODOLFO RAINERI disse:

    Em resumo, para rastreabilidade de bovinos, identificação individual e certificado de inspeção sanitária com a informação do número de identificação oficial do animal, além de informações sobre a origem e destino de sua movimentação. É.. parece que os americanos também gostam de copiar o que deu certo em outros lugares. Não será surpresa se vierem ao Brasil pra ver como funciona hoje o nosso SISBOV. Ainda temos pequenos problemas a serem resolvidos, mas com certeza avançamos muito, com a ajuda de todos aqueles que acreditam que o Brasil é, sim, capaz de desenvolver sistemas de informação da produção (não só na agropecuária) cada vez mais confiáveis, precisos e inteligentes.

    Grande abraço!

  6. José Ricardo Skowronek Rezende disse:

    Pois é Rodolfo…como viu a identificação individual não esta sendo abandonada pelos americanos…muito pelo contrário. É a principal forma de identificação proposta para bovinos e bubalinos. E a proposta americana é de implantaçao de um sistema de rastreabilidade obrigatório e não voluntário como o brasileiro.
    Temas complexos e polêmicos como rastreabilidade ou a revisão do nosso Código Florestal sempre despertam muita paixão, mas nem sempre o debate é técnico. Mesmo entre os amigos pecuaristas e agricultores que conheço poucos são os que leram, por exemplo, a proposta de revisão do Código Florestal aprovada pela Camara dos Deputados. A maioria forma opinião sem ler o texto (longo e cansativo), em cima de matérias jornalisticas e em troca de opiniões com pessoas próximas.

  7. RODOLFO RAINERI disse:

    Exato Zé.

    Lamentavelmente isso é muito comum no Brasil. No caso do código florestal, citado por você, existe muita gente mal intencionada (não se sabe ainda a serviço de quem) tentando mistificar o debate, explorando o fato de que, neste país, muito poucos se dão ao trabalho de ler um documento extenso em seu inteiro teor, mesmo quando tem importância relevante, como é o caso do novo código. Cabe-nos, como técnicos, não nos calarmos, argumentar sempre com embasamento e informação qualificada, mas nunca com “achismos”, pois para isso, infelizmente, gente é o que não falta. Mas, afinal, essa não é a beleza de se viver em um Estado democrático de direito? Todos têm voz, e o livre direito de se expressar… Até mesmo os mal intencionados, que devem, porém, ser contestados, combatidos democraticamente. É chato, é cansativo, mas é melhor que seja assim (já conhecemos o outro lado da moeda). Grande abraço.

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