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Novo foco de covid-19 em Pequim faz China ampliar controle sobre carnes

Medidas adicionais de prevenção que estão sendo adotadas pelo governo chinês para combater o ressurgimento da codiv-19 em Pequim poderão afetar as exportações brasileiras de carnes, segundo relato enviado ao Itamaraty pela embaixada do Brasil no país asiático, apurou o Valor.

Em decorrência das novas exigências, que geram mais custos e incertezas, alguns importadores da China já suspenderam compras e pediram que cargas já contratadas não sejam embarcadas, segundo a mensagem da embaixada brasileira em Pequim.

Procurados, os grandes frigoríficos exportadores brasileiros preferiram não se manifestar. Fontes da indústria garantiram que ainda não há problemas com suspensões. As mesmas fontes afirmaram, porém, que de fato os chineses ficaram mais exigentes.

Nesta semana, por exemplo, os compradores passaram a exigir dos exportadores a assinatura de um compromisso garantindo que a carne é livre de covid.

De acordo com o relato da diplomacia brasileira, pesquisadores do Centro para Prevenção e Controle de Doenças (CPCD) chinês anunciaram que, segundo resultados preliminares, o vírus que voltou a se espalhar por Pequim seria de uma variedade que passou por mutação na Europa.

O CPDC estuda a hipótese de que a contaminação tenha ocorrido por meio de salmão importado. Embora pescados não sejam vetores da doença, o argumento em Pequim é que o produto poderia ter sido contaminado durante captura ou transporte.

A embaixada brasileira em Pequim relata que, como medida preventiva, o Bureau Municipal para Regulação de Mercado anunciou que reforçará a inspeção de alimentos frescos e carnes congeladas. Por sua vez, vários municípios chineses determinaram a suspensão da importação e da comercialização de pescados e carne bovina vindos do exterior.

O relato enviado a Brasília também diz que, segundo empresários brasileiros, a orientação fornecida pelo governo chinês a grandes empresas importadoras tem sido realizar testes de ácido nucleico em amostras de carnes importadas, durante o processo de desembaraço aduaneiro.

A conclusão é que, a depender dos resultados da investigação sobre a origem da contaminação no mercado de alimentos de Pequim, as autoridades chinesas poderão impor restrições à importação de carnes brasileiras e/ou pedir mais informações sobre medidas preventivas adotadas pelos frigoríficos para evitar problemas.

Enquanto isso, o Ministério da Saúde chinês combate o novo foco da infecção em Pequim. No total, 258 novos casos foram registradas desde a semana passada na capital. Mas as autoridades dizem que a situação “está sob controle”.

Em maio, a China absorveu 56,5% do volume dos embarques brasileiros de carne bovina, somando-se as entradas pelo continente e por Hong Kong, segundo dados compilados pela Associação Brasileira dos Frigoríficos (Abrafrigo). No total, as vendas alcançaram 183 mil toneladas e renderam US$ 780,1 milhões.

O país asiático também é o principal destino dos embarques de carne de frango do Brasil, que totalizaram 399,4 mil toneladas, ou US$ 546,3 milhões, conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Via continente e Hong Kong, a participação chinesa no volume vendido foi de 26,5%. No caso da carne suína, cujas exportações chegaram a 102,4 mil toneladas em maio (US$ 227,9 milhões), a fatia foi de 73,1%.

As fontes da indústrias ouvidas pelo Valor também informaram que nesta sexta-feira autoridades chinesas farão inspeções virtuais em quatro frigoríficos brasileiros.

Dois deles já estão habilitados a exportar ao país asiático, e dois estão na fila para começar a vender. Minerva Foods e JBS tem plantas entre as quatro que passarão pela inspeção — localizadas em Paranatinga (MT) e Iturama (MG), respectivamente.

Fonte: Valor Econômico.

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