Novo documentário “American Meat” foca em produção alternativa

Foi lançado em Iowa, nos Estados Unidos, no mês passado, o documentário “American Meat”, um longa metragem que mostra um crescente número de produtores rurais, chefes de cozinha e consumidores que acreditam em consumir carne de animais criados sem antibióticos e sob condições que têm pouca semelhança com o sistema de produção de larga escala nos EUA de aves, suínos e bovinos.

O principal protagonista do filme é Joel Salatin, da Polyface Farm, em Virgínia, que acredita que a produção rural pode estabelecer práticas agrícolas melhoradas em termos emocionais, econômicos e ambientais. Ele é defensor da ideia de que os consumidores saibam de onde vem seu alimento e quais foram os produtores rurais que o produziu. O filme também dá voz aos fornecedores convencionais de carne que argumentam que as operações menores simplesmente são incapazes de produzir alimento suficiente para alimentar os americanos.

O site MeatingPlace conversou com o diretor e produtor do filme, Graham Meriwether, sobre seus objetivos e sua recepção até agora. Meriwether, que também trabalha com a rede social pró-ambiente “Leave it Better”, disse que o filme levou quatro anos para ser feito à medida que ele e sua equipe se reuniram com muitos produtores rurais americanos que descreveram seus métodos de produção de alimentos.

“O filme é a história da indústria de carnes e de um segmento crescente de produção que pode mudar toda a indústria. É um olhar do atual estado de produção de carne nos Estados Unidos e uma visão sobre para onde ela está sendo conduzida”, disse ele. “A meta inicial era fazer um filme sobre os pioneiros do movimento verde. Começamos observando a agricultura e, então, percebemos que o Joel (Salatin) era um representante desse novo tipo de produtor. Gastamos um ano filmando durante as quatro estações (do ciclo de produção rural) e compreendemos que também queríamos incluir o lado industrial da produção de frangos, suínos e bovinos”. Ele disse que precisaram pedir para muitos produtores a permissão de acesso a suas operações, tendo conseguido isso garantindo que não os exporia sob uma visão negativa.

Ele disse que, embora não tenham acordo de distribuição do filme até agora, ele já foi exibido entre 15 e 20 vezes desde o lançamento em Iowa City. “Nós geralmente fornecemos um componente de alimento local onde as refeições localmente produzidas são servidas antes do filme ser exibido. Nós mostramos o filme e, então, há um painel de discussão com produtores rurais locais ou membros de organizações locais relacionadas à produção de carne. Nós queremos muito criar uma comunidade em torno dessa experiência de filme falando de alimentos e fizemos exibições em cinema, igrejas, escolas e até nas fazendas. Nossa meta é fazer cerca de 100 exibições nos próximos seis meses”

Quando questionado sobre a resposta das pessoas ao filme, ele disse que até agora não recebeu queixas nem nada negativo. “O tema do filme estimula discussões sobre a questão de subsídios agrícolas, onde alguns dos produtores (no filme) discutem a transferência de US$ 15 bilhões nos subsídios de forma que US$ 5 bilhões sejam distribuídos localmente e US$ 10 bilhões sejam destinados a apoiar iniciativas agrícolas locais. Depois de ver o filme, alguns produtores durante as discussões disseram que querem cortar todos os subsídios”.

O filme “American Meat” possui um site oficial (http://www.americanmeatfilm.com) e uma página no Facebook (http://www.facebook.com/AmericanMeat).

Veja o trailer do filme:

A reportagem é do site MeatingPlace.com,traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.