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NotCo leva hambúrguer vegano ao varejo mirando expansão nacional

A partir de novembro, a chilena NotCo coloca em prática seu plano de expansão no Brasil por meio do varejo e começará a vender o Not Burguer, hambúrguer produzido apenas com ingredientes de origem vegetal. Até agora o produto estava disponível em seu restaurante virtual Why Not, que funciona no modelo dark kitchen atendendo via iFood na região central de São Paulo, e apenas na opção para consumo imediato, como parte do lanche.

A chegada às principais redes varejistas quer dar capilaridade nacional à marca, o que deve abrir caminhos para os outros produtos da empresa, como a Not Mayo, o Not IceCream e o Not Milk. Com isso, a foodtech espera que o Brasil se torne seu principal mercado, lugar hoje ocupado pelo Chile. “A estratégia é levar a todo o Brasil uma proposta de um produto mais sustentável e entregar uma opção que não exija o sacrifício da mudança de hábito”, diz Flavia Buchmann, CMO da NotCo. Além daquele grupo de consumidores que tem dificuldade em abandonar a carne mas quer adotar um estilo de vida mais sustentável e saudável, um importante público para a NotCo são as pessoas que estão na transição para uma dieta vegetariana ou vegana.

Os produtos da NotCo são criados pelo Giuseppe, uma inteligência artificial que analisa alimentos com base animal e cruza as informações com uma biblioteca virtual de plantas, sugerindo receitas que recriam produtos à base de ovo, leite ou carne. Para o NotBurguer, por exemplo, uma combinação de proteína de ervilha, arroz, chia, fibra de bambu, cacau e beterraba dá ao produto vegetal características físicas de cor, textura e sabor dos hambúrgueres feitos a partir de carne bovina.

A ideia é que futuramente, com a expansão da startup para além de São Paulo, Giuseppe crie produtos – novos ou adaptados – considerando regionalismo alimentares. “Alimento é algo muito regional. Podemos fazer mais sabores com a cara do Brasil, oferecer os substitutos mais perfeitos, o máximo que pudermos trazer de inovação”, conta Ciro Tourinho, general manager da NotCo no Brasil. Essa adaptação já ocorre entre os países onde a NotCo atua – Argentina, Brasil e Chile. Segundo Flavia, são pequenos detalhes como tamanho, aparência e sabor, mas que fazem a diferença no paladar da população local. Na publicidade, a NotCo deve trabalhar não só a sustentabilidade e a maior busca por produtos veganos, mas o conceito de propósito e, no caso do hambúguer, da indulgência.

Hemisfério Norte

A NotCo também se prepara para, nos próximos meses, estrear no mercado norte-americano, para onde já deslocou parte da equipe. Por conta da pandemia, a empresa terá de adaptar a estratégia de conquistar o consumidor pelo modelo de experimentação em loja. “Chegaremos em duas frentes ao mesmo tempo, varejo e food service, trabalhando por categorias, apresentando uma de cada vez. Infelizmente, não poderemos ter a mesma estratégia que usamos no Brasil, de colocar o produto na mão das pessoas por meio dos pontos de experimentação em loja”, explica Ciro.

Em setembro, a NotCo anunciou a captação de US$ 85 milhões com objetivo principal de financiar seu crescimento no Brasil. Liderada pelos fundos Future Positive, do cofundador do Twitter Christopher Stone, e L-Catterton, fundo focado em marcas de bens de consumo, a rodada sublinha o crescente interesse de investidores por negócios que apostam no uso da tecnologia para substituir proteína de origem animal.

Fonte: Época.

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