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Nós precisamos deixar de pensar de forma extrativista e pensarmos de forma tecnificada, inclusive para pedir algo aos frigoríficos – Lydio Cosac, ACBB

Para complementar os esclarecimentos sobre dúvidas relacionadas à comercialização de bovinos de corte e consequente satisfação dos pecuaristas, quanto ao relacionamento entre produtores e frigoríficos, o BeefPoint reuniu diversas opiniões, de profissionais relacionados a pecuária de corte, desde produtores, profissionais da indústria frigorífica, da carne, insumos e sanidade, à produtores; de forma a esclarecer o seguinte questionamento:

Adoção do critério de peso vivo para comercialização dos animais

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Confira o quinto artigo da série de 9 artigos.

Por Lydio Cosac de Faria, diretor executivo da ACBB

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A carne de qualidade é de fundamental importância e essencial para o crescimento da pecuária bem como a fixação do Brasil no topo da cadeia produtiva e de exportação. A partir do momento que tivermos quantidade e qualidade suficiente para atendermos os principais mercados consumidores; que iremos conseguir uma estabilidade de liderança, bem como agregar e obter maiores valores agregado ao nosso produto. Os principais mercados prezam cada vez mais por carne de qualidade, bem como hoje precisamos aumentar a lucratividade da nossa atividade, agregando qualidade e diminuindo tempo de abate que são uma grande ferramenta de fácil aplicação; para conseguirmos o nosso objetivo.

Abate de animais com baixo rendimento, embora mais pesados e erados não sou a favor. Hoje precisamos encurtar o ciclo produtivo, acredito que em 5 anos estaremos abatendo bois de 16@ com 16 meses. A verticalização passa por estes números e é o caminho. No passado este perfil de animais era uma saída, hoje eu acredito que seja um retrocesso quem adota essa metodologia. As margens estão a cada dia menores, e esperarmos mais tempo para abater animais mais pesados, porém com qualidade de carne e acabamento piores pode não ser uma boa opção.

Embora os nossos frigoríficos ainda não reconheçam o nosso trabalho e empenho ao produzir animais de qualidade em idade jovem, acredito que devemos ser persistentes. O mundo precisa se alimentar mais a cada dia, bem como as normas e regulamentações ambientais e trabalhistas estão a cada dia mais duras, gerando assim uma necessidade de se aumentar a eficiência bem como a produtividade. E uma das formas de se melhorar eficiência é tentar encurtar o ciclo produtivo e aumentar o ganho de peso diário dos animais com genética, nutrição e sanidade de qualidade. Hoje felizmente temos estes três itens de qualidade e em quantidade. Basta sabermos escolher e implementar para termos êxito e sucesso.

O aumento da despadronização das carcaças infelizmente é uma realidade. Pecuária hoje precisa ser entendida e considerada como uma atividade empresarial com controle de qualidade para o que se oferta para o mercado, inclusive padronização de carcaça.

Nós pecuaristas e técnicos precisamos deixar de pensar de forma extrativista e pensarmos de forma tecnificada, inclusive para pedir algo aos frigoríficos, nós precisamos, além da união, fazer a nossa parte. Veja os exemplos da Austrália, possuem um volume correspondente a um pouco mais que 10% do nosso rebanho bovino atual e estão em condições de atender e angariar novos mercados mais exigentes que prezam por qualidade, como também pagam por isso.

A padronização é o caminho para aqueles que buscam crescer e fazer algo de qualidade. Veja a situação dos frigoríficos às vezes. Muitos passam grandes apuros para atenderem a cota Hilton por não possuírem padronização. Sei que às vezes são duros com os pecuaristas e tomam atitudes unilaterais em prol dos seus negócios apenas. O custo de produção é um gargalo para todos os elos da cadeia. Se não encontrarmos estratégias que otimizem os custos ou mesmo evitem desperdícios estaremos fadados ao insucesso ou seremos apenas mais um no mercado mundial de carne.

A FAO mostra números e simulações muito pertinentes quanto a isso. Se não aumentar a produção nos próximos 20 anos aumentará ainda mais a fome do mundo. Portanto, se pensarmos grande poderemos buscar medidas que visem evitar o problema e ainda transformaremos a dificuldade em um custo de oportunidade. E padronizar o nosso produto pode ser uma saída.

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Confira os artigos da série, já publicados:

Adoção do critério de peso vivo para comercialização dos animais – Veja a opinião de Renato Galindo, do Marfrig

Retrocessos na forma de comercialização, como a negociação no peso vivo, não são bem-vindos – Fabiano Tito, Minerva Foods

Para a conta fechar, o frigorífico teria que nivelar por baixo, e pagar um rendimento abaixo da média para não correr riscos – Marcelo Pimenta, Exagro

Essa é uma série de artigos idealizada pela Equipe de Conteúdo do BeefPoint, Flaviane Afonso e Gustavo Freitas.

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