Disputa comercial remodela mercado de commodities agrícolas
11 de julho de 2018
Dono do Madero lança marca para disputar mercado com o McDonald’s
11 de julho de 2018

Noruega exclui JBS de aportes de fundo de pensão do governo

O Banco Central da Noruega decidiu excluir a JBS dos investimentos do fundo de pensão do governo do país devido aos riscos relacionados à corrupção. O banco entende que a atual composição do conselho de administração da JBS é inadequada, apesar dos esforços da companhia para a criação de um programa de compliance. De acordo com os últimos dados disponíveis, o fundo de pensão do governo da Noruega tinha US$ 143,4 milhões em ações da JBS, o equivalente a 1,78% do capital da empresa.

Outras três empresas (as americanas PacifiCorp e Tri-State Generation, de energia, e a chinesa Luthai Textile, do segmento têxtil) também foram excluídas da lista de investimentos do banco. As americanas foram excluídas devido ao uso de carvão. No caso da chinesa, a exclusão reflete as sistemáticas violações aos direitos humanos.

O Banco Central da Noruega administra o fundo de pensão do governo da Noruega, que tem cerca de US$ 1 trilhão em recursos oriundos do petróleo sob gestão.

No relatório no qual justifica a exclusão da JBS da lista de investimentos, o Banco Central do país nórdico cita a delação premiada dos controladores da JBS, Joesley e Wesley Batista. “Ex-membros da diretoria-executiva e do conselho de administração da JBS admitiram ter pago propina a mais de 1,8 mil políticos de 28 diferentes partidos políticos do Brasil”, destaca.

A instituição afirma que seu Conselho de Ética fez vários contatos com a JBS, recebendo informações sobre o programa de compliance da empresa. Mas apenas a elaboração de um amplo programa de compliance não basta, segundo o banco, que critica a atual composição do conselho da JBS.

“Em uma situação na qual ex-membros do conselho de administração e da direção foram diretamente envolvidos em corrupção flagrante, o Conselho de Ética considera que a atual composição do conselho de administração não cria a distância suficiente da atos de corrupção e das pessoas responsáveis por ela”, aponta o relatório.

O banco menciona a presença de familiares dos irmãos Batista no conselho. Wesley Batista Filho comanda as operações da JBS na América do Sul e faz parte do conselho, assim como o primo Aguinaldo Ramos Filho. O BC norueguês observa que o fundador da JBS, José Batista Sobrinho, é ao mesmo tempo CEO e vice-presidente do conselho de administração da empresa.

A instituição também destaca que a BNDESPar, segundo maior acionista da JBS, fez críticas à governança corporativa da empresa. Diante disso, o Conselho de Ética do BC da Noruega conclui que o risco associado à corrupção de manter o investimento na empresa brasileira é “inaceitável”.

Em resposta à decisão norueguesa, a JBS afirmou, em nota, que “vem avançando em seu programa de compliance e na adoção de ações de governança. A companhia ressalta que tem evoluído consistentemente e aprimorado o seu programa

“Faça Sempre o Certo” para fazer com que este seja uma referência global para o mercado. Tais ações estão sendo reconhecidas pelo mercado com a melhoria do rating pelas principais agências de classificação de risco.”

Fonte: Valor Econômico.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress