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11 de outubro de 2010

Níveis protéicos e inclusão de CLA ou óleo de soja na dieta de bovinos confinados

As quantidades de proteínas para dietas de bovinos terminados em confinamento são largamente discutidas, visando não só a redução de custos, mas também as exigências dos diferentes grupos genéticos e a contaminação de lençol freático devido à eliminação do excesso de N no ambiente. Em geral, as dietas de bovinos em terminação apresentam aproximadamente 12 a 15% de proteína bruta (PB), dependendo do manejo e grupos genéticos em questão, bem como dos ingredientes utilizados e decisões individuais dos nutricionistas responsáveis. Atualmente, devido o alto custo protéico, os ajustes para minização das concentrações protéicas em dietas de bovinos em terminação são uma constante.

As quantidades de proteínas para dietas de bovinos terminados em confinamento são largamente discutidas, visando não só a redução de custos, mas também as exigências dos diferentes grupos genéticos e a contaminação de lençol freático devido à eliminação do excesso de N no ambiente. Em geral, as dietas de bovinos em terminação apresentam aproximadamente 12 a 15% de proteína bruta (PB), dependendo do manejo e grupos genéticos em questão, bem como dos ingredientes utilizados e decisões individuais dos nutricionistas responsáveis. Atualmente, devido o alto custo protéico, os ajustes para minização das concentrações protéicas em dietas de bovinos em terminação são uma constante.

O uso de aditivos, como o ácido linoléico conjugado (CLA), pode ser uma alternativa para mudancás nos teores protéicos das dietas, devido os efeitos de diminuição da deposição de gordura, aumento da deposição muscular e melhora na conversão alimentar em monogástricos (Park et al., 1997). Os efeitos do CLA em relação ao metabolismo protéico, favorecendo o anabolismo em detrimento do catabolismo, podem ser interessantes para dietas com menores teores protéicos.

Schiavon et al. (2010) avaliaram os efeitos de diferentes níveis protéicos, com a inclusão de CLA ou óleo de soja hidrogenado, na dieta de tourinhos Piemontês em terminação. Foram avaliados dois níveis protéicos, sendo 10,8% de PB (BP) e 14,5% de PB (AP), e a inclusão de 80 g CLA protegido ou 65 g de óleo de soja hidrogenado (OSH), ajustando-se os teores totais de lipídeos ingeridos (Tabela 1). Nos bovinos, o CLA deve ser fornecido na forma “protegida” para que não ocorra a biohidrogenação e consequentemente alteração molecular e os efeitos sobre o metabolismo.

As dietas foram formuladas para que os diferentes tratamentos apresentassem somente diferenças em relação aos teores protéicos, sendo isoenergéticas (Tabela 2).

Tabela 1. Composição em ácidos graxos dos produtos utilizados nos diferentes tratamentos

Tanto o CLA como o OSH eram fornecidos diariamente, sendo colocados e sobre a ração e misturados no cocho. Com o fornecimento de 80g de CLA, os animais desse tratamento ingeriam 6,3 g/cab/dia de cis 9 trans 11 e 6,1g/cab/dia de trans 10 cis 12.

Tabela 2. Composição das dietas experimentais

Não foram observadas diferenças em relação aos diferentes teores de PB nas dietas para ganho médio diário (GMD), durante todo o período de confinamento, sendo em media de 1,17kg/cab/dia (Tabela 3). Porém, é importante salientar que o presente trabalho foi realizado com 332 dias de confinamento, e que fora observado maiores valores de GMD no primeiro período de confinamento (120 dias) para os tratamentos AP. Tal fato, nos mostra que durante os 212 dias finais de confinamento os tratamentos BP apresentaram ganho compensatório, igualando os valores nos período total de confinamento. Portanto, para períodos curtos de confinamento, até 120 dias, os teores protéicos da dieta podem influenciar o GMD dos animais.

A inclusão de CLA não proporcionou diferenças em relação ao peso vivo final ou GMD dos diferentes tratamentos.

Tabela 3. Ganho médio diário e peso vivo final para os diferentes tratamentos

Também não foram observadas diferenças em relação à ingestão total de matéria seca e eficiência alimentar para os diferentes tratamentos durante o período total de confinamento. Para o período inicial (0-120 dias) foi observado interação entre a inclusão de CLA e os teores protéicos, sendo que para os tratamentos AP a inclusão de CLA diminuiu a eficiência alimentar e, para os tratamentos BP houve aumento da eficiência alimentar.

Os resultados do presente trabalho nos mostram que os teores de PB das dietas, podem ser reduzidos, porém dependem do período total de confinamento, e da inclusão de gordura e aditivos nas dietas. Serão necessários outros resultados para que possamos ter maior certeza em relação as substituições e diminuição dos teores de PB nas dietas de bovinos terminados em confinamento.

Referências bibliográficas:

PARK, Y.; ALBRIGHT, K.J.; LIU, W.; STORKSON, J.M.; COOK, M.E. PARIZA, M.W. Effect of conjugated linoleic acid on body composition in mice. Lipids, v. 32, p. 853-858, 1997.

SCHIAVON, S.; TAGLIAPIETRA, F.; DAL MASO, M.; BAILONI, L.; BITTANTE, G. Effects of low protein diets and rumen-protected conjugated linoleic acid on production and carcass traits of growing doubled-muscled Piemontese bulls. J. Anim. Sci., v. 88, p. 3372-3383, 2010.

0 Comments

  1. José Rodolfo Reis de Carvalho disse:

    Bom dia, Professor

    Gostaria de saber qual seria o princípio teórico da ação do CLA no metabolismo proteíco? Favorecendo o anabolismo, como isso ocorre?

  2. André Alves de Souza disse:

    Prezado José Rodolfo,
    Os diferentes isômeros do ácido linoleico conjugado apresentam diversas formas de acão no metabolismo animal. A diminuição da quantidade de gordura e aumento da deposição portéica é umas das respostas observadas devido a provável diminuição do catabolismo, e não aumento do anabolismo, além da diminuição do deposito energético de gorduras.

    Forte abraço.

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