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Natal e Mossoró disputam curtume e fábrica italianos

O Rio Grande do Norte poderá ganhar em breve um curtume e uma indústria de produtos de couro semi-acabados para os setores automobilístico e de móveis. O empreendimento, avaliado em US$ 15 milhões, está sendo analisado por representantes dos grupos Peretti e Euroleather Indústria e Comércio de Couros Ltda., dois grandes nomes na produção italiana de estofados para móveis e carros.

De acordo com o secretário adjunto de Indústria Comércio e Turismo, Sílvio Torquato Fernandes, os empresários Leonardo Danieli e Renato Angelini, que já visitaram o Estado no mês passado, deverão retornar entre os meses de março e abril. Ele garante que o Rio Grande do Norte é um dos estados mais cotados para receber a fábrica, que deverá ser instalada na Grande Natal ou em Mossoró, município visitado pelos empresários italianos.

“A instalação da fábrica no Rio Grande do Norte está praticamente definida. O Estado foi escolhido porque eles analisaram alguns aspectos, como a organização administrativa e questão portuária para exportação, entre outros”, afirmou Fernandes.

Empregos

O empreendimento italiano deverá gerar aproximadamente 800 empregos, entre diretos e indiretos, e o objetivo é abastecer o mercado de couro e exportar peças semi-acabadas, como painéis e bancadas de automóveis, já cortadas e prontas para costura. Para instalar-se no Estado, os empresários deverão receber incentivos previstos no Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial (Proadi), como isenção parcial de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que pode chegar a até a 75%, e também do Programa de Incentivo ao uso do Gás Natural (Progás), que prevê redução na tarifa do combustível.

Problemas

Os italianos vão encontrar um mercado de couro bastante instável e com muitos problemas, segundo especialistas. No Rio Grande do Norte este problema é agravado pela falta da matéria-prima. O Estado importa cerca de 50% do couro cru da região central.

Outro grande problema do couro brasileiro é a forte concorrência da África, que tem um custo de produção 30% menor, e do Leste Europeu, que passou de consumidor a exportador de couro nos últimos cinco anos. O setor ainda é prejudicado pela baixa qualidade da matéria-prima, provocada por problemas fitossanitários e falta de cuidado no manejo dos animais, que faz o produto brasileiro perder até 25% do valor de mercado.

Fonte: Gazeta Mercantil, adaptado por Equipe BeefPoint

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