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Na JBS, ajuste no topo: Wesley Filho sobe mais um degrau e Xandó assume o Brasil

A JBS acaba de anunciar uma dança das cadeiras na cúpula, em mais um sinal da ascensão de Wesley Batista Filho e da preparação da companhia para fazer a aguardada listagem de ações nos EUA em 2022. 

Depois de investir quase R$ 20 bilhões em aquisições desde 2020, um ritmo intenso que vai trazer o faturamento para US$ 65 bilhões, o CEO Gilberto Tomazoni decidiu redistribuir funções para não perder o que considera ser um diferencial da JBS — o foco minucioso no detalhe. 

Aos 30 anos, o Wesley Filho vai assumir como presidente global de operações com foco no Hemisfério Sul, passando a ser responsável também pelos ativos da JBS na Austrália — que até então ficavam sob o guarda-chuva da JBS USA —, o que inclui a nascente divisão de aquicultura e a estratégia global para plant based.

Ao mesmo tempo, o longevo CEO da JBS USA, André Nogueira, vai assumir uma função mais estratégica. Ele será par de Wesley Filho, assumindo a posição de presidente global de operações, com foco na América do Norte. 

De certa maneira, pode-se dizer que Nogueira ficará à frente do Hemisfério Norte — até porque abaixo dele estão operações americanas e, por tabela, também os ativos europeus controlados pela Pilgrim’s Pride (listada na Nasdaq, a PPC opera atualmente com governança independente, mas a JBS já propôs fechar o capital da companhia, um tema que cabe aos minoritários). Wesley Filho e Nogueira vão se reportar a Tomazoni.

“O André era quem tocava o dia-a-dia, batia o bumbo. Agora, ele vai poder focar mais em M&A e crescimento”, disse Tomazoni ao Pipeline. Nogueira teve um papel fundamental na reestruturação da Swift, comprada em 2007, naquele que é o maior case de turnaround da indústria frigorífica americana. Egresso do Banco do Brasil, o carioca foi CFO do JBS USA e também conduziu as operação na Austrália. 

No Brasil, a promoção de Wesley Filho mexe na Seara, que vinha sendo comandada por ele há dois anos, um período marcado por um agressivo plano de expansão fabril e contínuo ganho de market sobre a rival BRF. 

A partir de janeiro, João Campos assume como CEO da Seara. O executivo chegou à empresa no ano passado, como diretorexecutivo de alimentos preparados. Nos bastidores, poucos duvidavam que ele estava fadado ao comando da Seara. Antes, Campos chefiava a PepsiCo no Brasil.

No lugar de Campos, a JBS trouxe um velho conhecido da família Batista. Alexandre Almeida, que comandou o laticínio Itambé quando pertencia à J&F e teve uma curta passagem pela BRF em 2018, fica com a posição de diretor de alimentos preparados da Seara. 

Outro velho conhecido também está voltando à gestão da JBS. Gilberto Xandó, que liderou a Vigor e é um executivo também próximo dos Batista — ele é chairman de PicPay, Ypê e membro do conselho da JBS —, vai ficar responsável pelos negócios da JBS no Brasil, respondendo a Wesley. Os chefes de Friboi e Seara, que perfazem mais ou menos 25% do faturamento da companhia, vão se reportar a Xandó. 

Na América do Norte, a JBS também está mudando cadeiras. Nogueira vai passar o bastão de CEO nos EUA para Tim Schellpeper, que estava à frente do negócio americana de carne bovina, o mais importante para a companhia. Com mais de 30 anos na indústria frigorífica, Schellpeper já comandou as operações da Smithfield e veio para a JBS em 2017, depois de e muita insistência de Nogueira.

Fonte: Valor Econômico.

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