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Na COP26, Ministério da Agricultura e Embrapa apresentam mapas de estoque de carbono orgânico do solo

No segundo dia de debates da agenda brasileira na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26), nesta terça-feira (2), em Glasgow (Escócia), representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e da Embrapa participaram do painel “Carbono Orgânico no Solo – Oportunidades e Desafios”. O secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Mapa, Fernando Camargo, apresentou o Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos do Brasil (PronaSolos), criado em 2018 para consolidar a integração de dados e colaborar com o avanço do conhecimento dos solos no país.

“O Brasil, apesar de ser uma potência agroambiental, não conhece detidamente o seu solo. Com o Pronasolos, vamos mapear detidamente o solo brasileiro pelos próximos 30 anos”, disse Camargo. Com esse conhecimento, será possível fazer no Brasil uma agricultura de precisão, ou seja, utilizar os dados para colocar adubos e fertilizantes certo em um determinado local, de acordo com as características do solo, por exemplo.

O secretário informou que, na semana passada, o Mapa apresentou os novos mapas de estoque de carbono orgânico dos solos brasileiros. O material é uma importante ferramenta para subsidiar políticas públicas relacionadas às mudanças climáticas e à diminuição da emissão dos Gases de Efeito Estufa (GEEs), com gestão eficiente dos recursos naturais. 

O presidente da Embrapa, Celso Moretti, destacou a pesquisa da Embrapa Solos, que resultou no lançamento recente dos mapas de carbono orgânico dos solos brasileiros. “Trata-se de mais uma contribuição da ciência para a agricultura brasileira, de fundamental importância para a mitigação das mudanças climáticas. O Brasil ocupa o primeiro lugar entre os 15 países que detêm potencial para estocar carbono em nível global. Investir em estudos do solo é fundamental para a descarbonização da agricultura”, disse. 

Os novos mapas permitem identificar áreas degradadas, quando a matéria orgânica não está mais presente e gerar mapas de potencial de sequestro de carbono, entre outras funções. “O Brasil tem 36 bilhões de toneladas de carbono orgânico armazenados em seus solos, o que corresponde a 5% do estoque global. Entender esse processo é parte da solução das mudanças climáticas”, destacou, lembrando que o carbono orgânico no solo contribui para a estruturação física desse recurso natural. Os solos com maior teor de matéria orgânica têm maior capacidade de fertilização e retenção de água, entre outros benefícios.  “Os mapas permitem, portanto, também identificar áreas com solos degradados”, acrescentou.

O painel foi  mediado pelo secretário-adjunto Clima e Relações Internacionais do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Marcelo Freire.

Recuperação de pastagens

O secretário Fernando Camargo também falou sobre as metas do  Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária, chamado de ABC+, que prevê a adoção de tecnologias sustentáveis em mais de 72 milhões de hectares de áreas degradadas e a mitigação de 1,1 bilhão de toneladas de CO² equivalente, superando o recorde alcançado pela fase anterior do plano ABC.

A recuperação de mais de 30 milhões de hectares de pastagens degradadas vai possibilitar melhorias na produção agropecuária, além de benefícios ambientais. 

“Você recupera a pastagem, pode ter a produtividade maior de produção animal por hectare e fixa o carbono no solo, além de combater a erosão, a perda de qualidade do solo”, disse Camargo. 

Fonte: Mapa.

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