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MT:lideranças comemoram habilitação

Mato Grosso está com 100% de seu território habilitado para exportar carne in natura à União Européia (UE). A confirmação, anunciada ontem, em Bruxelas (Bélgica), integra mais 73 municípios no processo de exportação e representa um acréscimo de 13 milhões de cabeças das regiões norte, noroeste e Pantanal, que até então, tinham consumo recusado pela comunidade européia.

Mato Grosso está com 100% de seu território habilitado para exportar carne in natura à União Européia (UE). A confirmação, anunciada ontem, em Bruxelas (Bélgica), pela diretoria geral para Saúde e Consumidores da União Européia (DG-Sanco), em reunião do Comitê Permanente da Cadeia de Alimentos e Saúde Animal, integra mais 73 municípios no processo de exportação e representa um acréscimo de 13 milhões de cabeças das regiões norte, noroeste e Pantanal, que até então, tinham consumo recusado pela comunidade européia.

A partir de agora os pecuaristas mato-grossenses passam a operar de forma igualitária, todos estão no mesmo nível, obedecendo as exigências do mercado europeu. A aprovação diz respeito somente ao reconhecimento da qualidade sanitária do rebanho. Para que o produtor se habilite à exportação para União Européia, outras etapas devem ser cumpridas, como a certificação da propriedade no Sisbov (Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Só após uma auditoria do Mapa, e a conseqüente autorização da UE, é que de fato, as propriedades estarão aptas à comercialização. De acordo com o Mapa, Mato Grosso já soma 62 propriedades habilitadas à exportar para a UE.

A queda da barreira sanitária abre um importante espaço no mercado internacional para o Estado, já que os europeus são os clientes que melhor remuneram o produtor. Numa comparação rápida, basta dizer que enquanto a arroba em Cuiabá se estabiliza em cerca de R$ 80, tanto para o mercado interno como também para exportações a outros países, o boi destinado à União Européia, aquele que sai das 62 fazendas certificadas e habilitadas a este consumo têm cotação de R$ 105.

Para o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea), Décio Coutinho, a habilitação conquistada por Mato Grosso é fruto do trabalho de toda a cadeia pecuária – produtores, entidades, frigoríficos e poder público – que se mobilizaram e fizeram o controle e monitoramento eficiente do rebanho.

Coutinho destaca, no entanto, que não basta apenas ter a habilitação, mais do que isso é necessário manter as condições sanitárias do rebanho nos próximos anos. “Esse é o nosso desafio”, revela.

Na opinião do diretor da Associação dos Proprietários Rurais (APR/MT), Paulo Resende, a habilitação é um “atestado de boa conduta” ao trabalho realizado pelo setor pecuário no sentido de garantir o controle sanitário do rebanho.

“Os pecuaristas, há mais de doze anos, vem fazendo a vacinação periódica em quase 100% do seu rebanho. A sanidade, portanto, é muito bem feita e a União Européia vinha acompanhando este trabalho”. Segundo ele, o Indea/MT tem trabalhado com muita seriedade neste propósito.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), Rui Ottoni Prado, lembra que o credenciamento do restante do Estado era uma antiga reivindicação da classe pecuária. “Não tinha sentido continuar dividindo Mato Grosso em duas zonas sanitárias. Acho que a medida irá facilitar os procedimentos para a inclusão de novas propriedades. É uma grande vitória de toda a cadeia pecuária”, salientou.

“O impacto será sentido a curtíssimo prazo, pois muitas propriedades já estão preparadas para aderir ao Sisbov (Sistema Brasileiro de Rastreabilidade Bovina)”, informa o vice-presidente da Associação dos Criadores do Estado (Acrimat) e da Associação dos Criadores de Nelore (ACN/MT), pecuarista José João Bernardes.

Ele diz que a habilitação simplifica e cria facilidades para o cumprimento dos requisitos para habilitação. “Não teremos mais restrições de áreas dentro do próprio Estado. Poderemos transferir animais de uma propriedade para outra sem a necessidade de cumprir o prazo de 90 dias. Isso vai dar uma dinâmica muito grande no processo e simplificação ao trânsito e abate dos animais”, analisa Bernardes.

A matéria é de Marcondes Maciel e Tania Nara Melo, publicada no Diário de Cuiabá, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Marcelo Ribeiro Martins disse:

    Finalmente agora podemos acreditar em uma remuneraçao melhor na nossa carne e tudo isso graças ao nosso trabalho .

    Parabens pecuarista de mato grosso.

  2. Carlos Heitor Garcia disse:

    Tempos atrás, conversando com o sr. Antonio Carlos Bittar (Tunim), o qual é meu vizinho de fazenda em Peixoto de Azevedo-MT, dizia-me ele que não poderiamos perder a esperança de que um dia o nosso produto (arroba) seria melhor remunerado pelos frigorificos tanto no quesito peso quanto na remuneração. Tunim na presidencia da ASFAX lutou e luta pela valorização do trabalho do produtor rural, em especial o mato grossense da região do xingú.

    Vendo no texto acima a conquista dos pecuaristas em relação a preços, os quais eram baixos demais em comparação aos praticados no resto do país, recordei-me do otimismo dele.

    Parabéns a todos os pecuaristas de Mato Grosso, que fizeram a sua parte, e que continuem assim.

    Um abraço a todos.

  3. Clédio Luiz Fabre disse:

    Até que enfim acabou esse absurdo que era essa zona tampão. Mas a respeito do SISBOV, não vejo porque o acompanhamento dos tais DIAS com o boi para o abate. Se estes estão cadastrados no sistema. Quando eu vou numa loja para fazer compras, ao apresentar minha indentidade eles não pedem minha certidão de nascimento para confirmar; pois já está em todo sistema.

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