A concentração da indústria de frigoríficos aumentou em Mato Grosso desde 2008, após uma onda de aquisições no setor que permitiu ao JBS atingir fatia de 48% da capacidade total de abate no estado, apontou estudo do Imea.
A pesquisa feita pelo Imea, a pedido do federação dos produtores do Estado (Famato), concluiu que houve um rápido crescimento da indústria frigorífica com empresas em melhores condições aproveitando para fazer aquisições em meio à crise internacional, o que levou até ao fechamento de algumas unidades. “Algumas indústrias transformaram essa crise em oportunidade”, disse o Imea, ao considerar o desempenho do setor no período.
O estudo apontou ainda um aumento de 17% na capacidade de abate de Mato Grosso, que conta com o maior rebanho bovino do Brasil, para 38,4 mil cabeças por dia, ante os 32,7 mil bovinos de 2008.
Em 2008, o frigorífico Quatro Marcos estava na liderança com 17% da capacidade de abate do estado, e o JBS estava empatado como o Independência na segunda posição de mercado, ambos com uma fatia de 14%.
A crise econômica global daquele ano afetou as operações de vários frigoríficos na região, que acabaram entrando em recuperação judicial ou encerrando operações.
Em meio a este cenário de crise, o JBS reforçou sua atuação por meio de aquisições e expansão, e viu já no ano seguinte sua participação saltar para 34%, seguindo pelo Independência, Brasil Foods e Marfrig, cada um com uma fatia de 11%.
Para 2012, o Imea estima que a capacidade de abate do JBS deve corresponder a 48% de um total de 38,4 mil de cabeças.
Fonte: Reuters, IMEA, adaptada pela Equipe BeefPoint.
5 Comments
Prezados amigos, acho que a concentração neste setor, mais do que em outros talvez, é uma bomba de efeito retardado para toda a cadeia produtiva. Com este poder na mão de um só frigorífico, o poder de barganha do produtor fica reduzido a zero. Não sou contra o crescimento de qualquer empresa que demonstre competência e capacidade para tanto, especialmente se esta adota práticas corretas, age com lealdade e respeito para com todos os elos da cadeia produtora. Todavia, a concorrência é, definitivamente, o componente mais saudável de qualquer ramo de atividade econômica, pois o simples embate entre concorrentes, alavanca o negócio como um todo. Desta forma, conclamo os pecuaristas, os sindicatos, as associações e as autoridades constituídas, especialmente do estado do Mato Grosso, a fomentar a chegada de concorrentes neste setor, quiçá, os já existentes, tais como, Minerva, Marfrig, Brasil Foods, enfim……..!
Excelente levantamento. Nós que estamos na região Nordeste do Mato Grosso sentimos na pele os reflexos do estudo apresentado.
Eu como presidente do Sind. Rural de Nova Canaã do Norte, e como pecuarista dicordo da colocaçao do Imea como uma oportunidade de negocio e sim uma oportunidade de Monopolio comercial que vem acontecendo nas aquisicões do JBS, comprou diverças plantas e fechou, do atual Cartel para o MONOPOLIO estamos a um passo, tambem vejo como uma maneira muito maléfica para o nosso setor o Investimento maçisso do BNDES em praticamente uma so Empresa do Setor aqui no MT.
Faço aqui um alerta para esse importantíssimo assunto e um pedido para nós pecuaristas de todo Brasil nos organizarmos através dos nossos sindicatos, CNA , Imprensa etc, para combater esse Cartel e MONOPÓLIO que está fechando todos os frigoríficos e acabando com a renda do pecuarista. Tudo isso está sendo financiado com dinheiro dos cofres públicos, através do BNDES. Acorda Produtor Rural.
Atuo como técnico na área de Nutrição Animal em Colíder, e concordo com as citações acima, pois estamos falando de monopólio no maior rebanho bovino do país, que atinge diretamente uma das principais atividades do estado, e sendo prejudicado com dinheiro público (BNDES).
Todos envolvidos no setor, temos que nos unir, protestar nos meios de comunicação para que ocorra uma mudança drástica, ou vamos continuar padecendo com mercado engessado e dominado…