MT: gado de pasto escasso, pico da entressafra pode ser em novembro

Neste período de início das chuvas, o pico da entrega de bois terminados em confinamentos em Mato Grosso foi ultrapassado, e os frigoríficos agora encontram alguma dificuldade para as compras, já que a disponibilidade de animais terminados a pasto não é imediata, e as escalas, em média, cobrem cinco dias, indicando que, assim como no ano passado, o pico da entressafra poderá ser em novembro.

Somada a isso, a previsão de aquecimento da demanda para o final de ano melhora as expectativas de preço para o final desta entressafra. Apesar disso, a reação ainda tímida dos preços a partir da segunda quinzena de outubro segue abaixo da expectativa gerada no início do ano.

No entanto, algumas regiões do Estado, como a sudeste e nordeste, passam por maiores dificuldades em relação às outras, como a norte e a noroeste, devido à limitação da indústria frigorífica local no período em razão da paralisação das atividades de algumas importantes unidades.

Oferta e demanda

Como observado no, boletim da semana anterior os principais cortes de carne no varejo em setembro registraram valorização de 6,2%, em comparação ao mês de agosto. O aumento no preço do quilograma de alguns cortes, como o do acém, chegou a 27,9%, o que “ajudou” para que o preço médio da carne bovina passasse de R$ 13,17/kg para quase R$ 14,00/kg.

Cortes de primeira como a picanha, contrafilé e o filé mignon também influenciaram na alta, registrando elevação de 13,8%, 11,7% e 8,4%, respectivamente. Com isso, no acumulado de 12 meses, a valorização média da carne bovina no varejo ficou em 19,0%.

Enquanto isso, o preço pago ao pecuarista pela arroba do boi gordo registrou queda de 1,3% entre agosto e setembro deste ano e na comparação com setembro do ano anterior a valorização foi de apenas 4,2%.

Preços da semana

A média semanal no mercado do boi gordo obteve queda de R$ 0,52 no preço da arroba e fechou cotado a R$ 87,58, variação de 0,59%. Enquanto a fêmea, com uma queda menor, variou 0,23% em relação à semana anterior, terminando a semana com a arroba cotada a R$ 80,86.

Noroeste: nesta região, o preço da arroba do boi gordo foi cotado a R$87,91, variação negativa de 0,05% frente à semana anterior, quando a arroba esteve cotada a R$ 87,96.

Norte: com variação de 1,07%, o preço médio semanal da arroba do boi gordo fechou cotado a R$ 89,23. Valor R$ 0,94 maior que o da semana anterior.

Nordeste: com o preço da arroba R$ 1,07 maior que o da semana anterior, na região nordeste, a média da semana finalizou com precificação de R$ 86,11, a maior variação do Estado.

Médio-Norte: após a variação de 0,92% sobre a média semanal anterior, o preço da arroba do boi gordo encerrou cotado a R$ 88,79.

Oeste: com um incremento de R$ 0,28 no preço da arroba do boi gordo, a média da semana na região oeste terminou na última sexta-feira com um preço de R$ 87,47, o que representa uma variação de 0,32% em relação à média semanal anterior.

Centro-Sul: variando 0,64% no preço final da arroba, a semana no mercado do boi gordo registrou um preço médio de R$ 88,24, alta de R$ 0,56 frente à semana anterior, quando a arroba esteve precificada a R$ 87,68. Foram registradas negociações em Cuiabá com o preço de R$ 90,00.

Sudeste: negociada a R$ 88,00 no município de Rondonópolis, a arroba do boi gordo na região sudeste obteve leve alta de 0,06% na última semana, registrando uma média semanal de R$ 86,41. Com a menor variação positiva do Estado, foram acrescentados R$ 0,05 no preço final da arroba.

Reposição

Com a leve reação observada no mercado do boi gordo a expectativa é de que o mercado para reposição se reaqueça. No entanto, o mercado segue relativamente estável, apresentando na última semana leve queda nos preços médios da novilha e do garrote, com 18 meses, em relação a setembro.

Até a última sexta-feira, o preço da novilha estava cotado a R$615,45/cab., e do garrote, a R$ 851,30/cab. Em comparação com outubro de 2010, a novilha registrou recuo de 2,6%, enquanto que no mesmo período o garrote obteve valorização de 3,2%, revelando um maior interesse na engorda em vez da produção de bezerros.

Com o início das chuvas no Estado, deve-se observar em breve uma maior disponibilidade de pastagens, favorecendo também o reaquecimento do mercado de animais para reposição.

Mercado futuro

Com a proximidade da data de liquidação, o contrato futuro do boi gordo de maior liquidez vem “esfriando” os negócios. Como pode ser observado no gráfico, o vencimento registrou nas últimas duas semanas um menor volume de contratos negociados. O papel para outubro operou durante toda a semana muito próximo da barreira dos R$ 100,00/@, terminando o pregão de sexta-feira (21) negociado a R$ 100,07/@.

Com isso, as atenções do mercado se voltam agora para os contratos de próximos vencimentos para novembro e dezembro, que apresentam ainda um interessante diferencial de base de R$ 3,44/@ e R$ 3,36/@, encerrando a semana negociados a R$ 103,10/@ e R$ 103,02/@, respectivamente.

Fonte: IMEA, adaptada pela Equipe BeefPoint.