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MT: arroba do boi gordo tem forte desvalorização

Os preços da arroba do boi gordo continuam em queda livre. Em cerca de quatro meses, cotações desvalorizaram 13,3% em Mato Grosso.

Os preços da arroba do boi gordo continuam em queda livre. Em cerca de quatro meses, cotações desvalorizaram 13,3% em Mato Grosso.

Depois de atingir a cotação de R$ 90 no mês de julho, os preços em Mato Grosso recuaram para R$ 85 no mês em setembro e continuaram caindo até atingir R$ 80 no final da primeira quinzena deste mês. Esta semana, as cotações voltaram a cair e ontem a arroba chegou a ser comercializada por até R$ 78 em algumas regiões do Estado.

De acordo com o superintendente da Associação dos Criadores do Estado (Acrimat), Luciano Vaccari, as vendas tiveram queda acentuada nos últimos dias, enquanto os preços para os consumidores aumentaram. “Não conseguimos entender por que o volume de abates diminuiu tanto, uma vez que a oferta está normal”, disse ele.

Na avaliação do diretor executivo da Associação dos Proprietários Rurais de Mato Grosso (APR/MT), Paulo Resende, a queda nos preços pagos ao pecuarista é reflexo da crise financeira mundial e da falta de crédito, que levou os países importadores a reduzir as compras.

Segundo Paulo Resende, a instabilidade nos preços é ruim, pois o mercado fica sem direção e toda a cadeia pecuária acaba perdendo, desde o produtor até à indústria. “Não podemos fazer qualquer previsão, mesmo porque existem fatores externos interferindo na formação de preços, a começar pelo consumo e pela baixa procura pela carne”.

Para os especialistas, com a falta de crédito gerada pela crise, os estrangeiros seguraram as compras nos últimos meses. Maior importador de carne bovina do Brasil, a Rússia passa por problemas econômicos. Está comprando menos carne e não consegue pagar o que importa.

“Evidentemente há mercados mais sensíveis. No caso da Rússia temos sentido dificuldade nos pagamentos”, conta o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Exportadores de Carne Bovina (Abiec), Roberto Gianetti da Fonseca.

A matéria foi publicada no jornal Diário de Cuiabá, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Julio M. Tatsch disse:

    Sugiro atenção e questionamento, com as altas margens praticadas na carne bovina pelo varejo, como estratégia para segurar os preços pagos aos pecuaristas, através do freio no consumo, via alta destes preços.

    Como explicar que mesmo com os menores abates, sob inspeção SIF do ano (Set. e Out. foram os menores abates de 2008, e na média do ano, 11% inferiores a 2007. Vide site do Mapa), estaríamos com o consumo interno abastecido e as alegadas “escalas de abate reduzidas” completas! Lembro das inúmeras plantas paradas.

    Se os demais participantes da cadeia não achassem uma forma de reduzir o consumo, não haveria como a oferta de carne ser suficiente. E logicamente, estaríamos e deveríamos estar praticando os preços mais elevados do ano.

    No caso do RS, como explicar os maiores preços do ano aos consumidores, quando os preços pagos aos pecuaristas giram ao redor de R$ 80/@ e não mais os R$ 90/@ do passado, em plena ante véspera do 13° e festas de fim de ano?

    Interessante que nossa Federação não entenda como de importância à economia dos pecuaristas, fazer tais questionamentos. Por que será?

    E como agravante, os integrantes da Comissão de bovinocultura de corte da Farsul tiveram seus serviços dispensados pela direção, e de forma ilógica, creio que “dissolvida” a comissão!

    Caros colegas, lamento, mas meu entendimento é que continuamos sendo manipulados. Imaginem o que nos espera em termos de finanças, quando a oferta aumentar, somada a maior concentração de frigoríficos.

  2. Kenhiti Ikeda disse:

    Lamentavelmente, o Sr.Julio M.Tatsch, está coberto de razões. Como entender que os preços praticados no varejo estejam em alta (e muito), e o preço pago ao produtor esteja em baixa (e muito)?

    Só pode ser mesmo manipulação de alguns inescrupulosos e pior, míopes. Porque do jeito que a coisa vai, a consequência natural é que o consumo interno vá cair, e depois para recuperar o terreno perdido!

    Quanto às “autoridades”, só mesmo fazendo orações. Esperar atitudes competentes, transparentes, e honestas, só mesmo por milagre.

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