Fêmeas em alta: Na última semana o Indea-MT disponibilizou os dados de abate de bovinos em Mato Grosso do mês de novembro/16, foram abatidos 405,27 mil animais, 1,29% a mais que em outubro/16. Esse acréscimo deve-se exclusivamente as fêmeas, pois em todas as faixas etárias houve significativo aumento, e com isso, o total de fêmeas abatidas cresceu 25,60%. Em divergência das fêmeas, os machos obtiveram queda em todas as faixas etárias, recuando 8,32%. Tal movimentação pode ser explicada pela sazonalidade, visto que, em 12 dos últimos 14 anos o abate de fêmeas registrou elevação comparando-se novembro com outubro, e em nove dos últimos 14 anos, o total de machos abatidos diminuiu. As principais justificativas para esse fluxo “padrão” são: diminuição da entrega de animais de confinamentos (maioria de machos), e com o adiantamento das chuvas, há relatos de pecuaristas que anteciparam a estação de monta, e conseguiram desta forma abreviar o descarte de fêmeas que não emprenharam.
* O preço da arroba do boi gordo continua variando negativamente; esta semana, a queda foi de 0,53%. Com o aumento na quantidade de bovinos disponíveis para o abate, o boi gordo ficou cotado em R$ 128,02/@.
* A demanda fraca ainda impera no mercado de reposição e com isso o preço do bezerro de ano continua desvalorizando (-0,60%), ficando cotado à R$ 1.150/cabeça.
* Nesta semana, o equivalente dos cortes desossados + couro/sebo + subprodutos (ECD) foi o único equivalente que registrou aumento, subindo 1,36%. Tal alta se deve à valorização no preço das carnes desossadas no varejo.
* Abate de fêmeas sobe 25,60% na comparação entre novembro e outubro/16. Foram abatidas 142,48 mil fêmeas no último mês.
DECLÍNIO: Com o aumento da quantidade de animais no mercado físico não acompanhado por uma melhora na demanda, o boi gordo nos últimos meses vem sofrendo recuos consecutivos em suas cotações. Diante disto, o Imea traçou cenários futuros para o preço do boi gordo em Mato Grosso levando em consideração as cotações do animal na BM&F/Bovespa para os próximos cinco meses, e considerando diferenciais de base SP-MT diferentes. Apesar das discrepâncias encontradas entre os valores encontrados em virtude dos diferenciais de bases diferentes, a cotação do boi gordo futuro aponta para apenas um sentido: queda, podendo chegar a R$ 125,70/@ em maio (considerando o diferencial de base histórico – 13,40%). Essas previsões ficam como um alerta, para que os pecuaristas se planejem para o ano que está por vir, visto que, 2017 pode ser um ano difícil para as receitas.
Observações:
8 – Considera-se para o cálculo do equivalente físico do boi gordo um animal de 17 arrobas ou 255 quilogramas de carcaça; 49% do peso advém do traseiro com osso, 39% do dianteiro com osso e 12% da ponta de agulha, todos os cortes com osso no atacado.
9 – Consideram-se para o cálculo equivalente físico do boi gordo + couro/sebo os pesos dos cortes cárneos com osso e o peso do couro e sebo obtido no abate de um bovino.
10 – Consideram-se para o cálculo equivalente físico do boi gordo + couro/sebo + subprodutos o peso dos cortes cárneos com osso no atacado, o peso do couro e sebo e os pesos dos subprodutos da indústria.
11 – Consideram-se para o cálculo equivalente dos cortes desossados + couro/sebo + subprodutos o peso dos cortes cárneos desossados no atacado, o peso do couro e sebo e o peso dos subprodutos da indústria.
12 – Para o cálculo da relação de troca entre o boi gordo e o bezerro de 12 meses considera-se um boi gordo de 17 arrobas.
Fonte: Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).