Carne vegetariana atrai grandes empresas
8 de maio de 2019
Ações da JBS sobem mais de 70% no ano
8 de maio de 2019

MPF denuncia Wesley Batista por ‘insider’

O Ministério Público Federal (MPF) informou ontem que denunciou mais uma vez o empresário Wesley Batista, dono da JBS, pelo crime de uso indevido de informação privilegiada (insider trading). O empresário pode ser condenado a uma pena de reclusão de um a cinco anos e multa de R$ 69 milhões.

Na nova denúncia, Wesley foi acusado pelas compras de dólares feitas pela Eldorado Brasil, produtora de celulose da J&F Investimentos, e pela Seara, produtora de aves e suínos que pertence à JBS, nos dias que precederam à divulgação da delação premiada dele e do irmão Joesley Batista.

Em outubro de 2017, o MPF já havia denunciado os irmãos Batista pelos crimes de manipulação de mercado e uso de informação privilegiada pela compra de dólares pela JBS e pela venda de ações da companhia. Na época da delação, Wesley era o CEO da JBS, controladora da Seara, e presidente do conselho de administração da Eldorado.

“Sabedor dos impactos que tais informações causariam na economia do país – quais sejam: uma inevitável alta do dólar -, Wesley resolveu se beneficiar financeiramente da instabilidade econômica que seria ocasionada com a divulgação dos termos da colaboração premiada e das provas apresentadas”, afirmou Thaméa Danelon, procuradora da República do MPF, em nota à imprensa divulgada ontem pelo MPF.

Conforme o Ministério Público Federal, as compras de contratos de dólar a termo pela Eldorado e pela Seara renderam quase R$ 70 milhões. Segundo o órgão, as compras realizadas nos dias que antecederam a divulgação da delação (o acordo veio à tona em 17 de maio de 2017) eram atípicas.

No caso da Eldorado, foram adquiridos, entre 9 de 16 de maio, contratos no valor total de US$ 280 milhões. Por sua vez, a Seara realizou a compra de US$ 25 milhões entre os dias 10 de 16 de maio de 2017. Segundo o MPF, o montante é 50 vezes superior à média das operações que a empresa vinha realizando no mercado de câmbio desde o segundo semestre de 2016.

Procurado, o advogado de Wesley Batista, Eugênio Pacceli, fez duras críticas à denúncia do MPF. “É incompreensível uma mesma pessoa ser denunciada duas vezes pelo mesmo ato”, disse Pacceli. Segundo o advogado, o objeto da denúncia feita ontem é o mesmo de outra já feita pelo MPF em 2017. “Já foi comprovado ao MPF que as operações de câmbio eram regulares e necessárias e que não houve uso de informação privilegiada pois o empresário não tinha como saber quando a sua colaboração seria homologada pelo STF”, sustentou.

Fonte: Valor Econômico.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress