Os pecuaristas estão em estado de alerta. Casos de morte da Brachiária brizantha, a variedade de capim predominante na atividade, estão sendo registrados em pastos brasileiros. Além de fatores externos, como excesso de chuva e seca, ataque de pragas, a insistência no cultivo de uma mesma variedade de capim pode comprometer todo o trabalho de melhoramento genético do rebanho bovino. Os primeiros sinais de perda de eficiência do capim foram detectados em 1998 e já há relatos de problemas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Acre e Bahia.
Em Araputanga (MT), deverão sair os primeiros resultados de um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa) sobre a adaptação de outras variedades de capim que possam suprir as qualidades da Brachiária em dois anos. Pela facilidade de plantio e qualidade de pasto, esta variedade tornou-se a mais utilizada no Cerrado e na Amazônia e cobre cerca de 40 milhões de hectares no Brasil.
“Há mais de quinze anos lançando mão desta variedade começamos a detectar o empobrecimento do solo. Ainda não há um estudo que possa quantificar ou mensurar onde estão as áreas mais afetadas e nem os prejuízos que estão sendo contabilizados, mas sabemos que a brachiária está morrendo e queremos aproveitar esta oportunidade para ter um feedback dos pecuaristas estaduais”, explica o pesquisador da Embrapa, Ademir Hugo Zimmer.
Para ele o momento é de atenção às manchas que surgirem na planta. “Por enquanto a ordem é informar as conseqüências da monocultura do capim e levar outras variedades para o pecuarista, como a Massai e a Tanzânia. Assim combate-se esta realidade”, completa.
Fonte: Diário de Cuiabá/MT, adaptado por Equipe BeefPoint