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Molina aproveita o saldão de Marfrig e atinge 50%de participação

Enquanto as ações da Marfrig são penalizadas pelas dúvidas do mercado com a capacidade de preservar os níveis de geração de caixa nos EUA, o empresário Marcos Molina reforçou a aposta na companhia que fundou. Aproveitando a oportunidade criada pela queda de 18,5% das ações da Marfrig em maio, Molina saiu às compras e acaba de informar que a MMS — holding por meio da qual ele e a esposa controlam a Marfrig — rompeu a barreira dos 50% de participação da maior indústria de hambúrguer do mundo. 

“As ações estão baratas”, disse um interlocutor frequente de Molina. Antes de aumentar a participação, os controladores da Marfrig tinham 49,72% dos papéis, uma posição avaliada em pouco mais de R$ 5 bilhões. A Marfrig fechou o pregão de ontem avaliada em R$ 10,3 bilhões, com o papel cotado a R$ 14,81. A esses preços, a MMS investiu pouco mais de R$ 30 milhões para passar de 50%.

A compra das ações também ajuda a reforçar a mensagem — já transmitida outras vezes por Molina — de que não há saída heterodoxa para a BRF. Uma aquisição da dona da Sadia (disparando a poison pill) ou uma tentativa de fusão, sempre especuladas no mercado, significariam mais desembolso de capital da Marfrig, o que não está no radar. 

Sempre que pode, em teleconferência ou em conversas com investidores, Molina gosta de dizer que o endividamento controlado é uma conquista dos últimos anos que não abre mão. Em março, o índice de alavancagem da companhia estava em 1,53 vez.

Com um faturamento anual que deve passar de R$ 133 bilhões com a consolidação do balanço da BRF, a Marfrig é negociada com um marketcap relativamente próximo ao da Minerva Foods, uma rival em carne bovina que está concentrada na América do Sul e fatura quatro vezes menos (R$ 30 bilhões) e vale R$ 8,7 bilhões em bolsa. No ano, os papéis da Minerva subiram 37,7%. 

Entre analistas e investidores, já houve quem manifestasse preocupação com a virada do ciclo da pecuária nos EUA, que foi tremendamente favorável para os frigoríficos — catapultando os resultados de Tyson, Marfrig, JBS e Cargill — e que os sinais de menor oferta de gado. Como os Estados Unidos são a principal fonte de geração e caixa da Marfrig, as dúvidas pesaram sobre o papel. Não à toa, a posição de aluguel de MFRG3 mais que dobrou, chegando a 7,5% do free float. 

Apesar dessas preocupações, executivos da Marfrig e de outras indústrias americanas continuam reforçando a crença de que as margens no mercado americano se tornaram estruturalmente mais altas do que no passado recente, se aproveitando da forte demanda por carne e e da escassez de mão-de-obra.

Fonte: Valor Econômico.

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