Confiante na possibilidade de aumentar rapidamente as exportações para a China, uma missão do governo brasileiro desembarca na próxima semana em Pequim para discutir com as autoridades do país a remoção de barreiras ao comércio bilateral. Hoje o Brasil tem 14 direitos antidumping em vigor ou em investigação contra produtos chineses.
A aplicação de medidas de defesa comercial, apesar de baseada em critérios técnicos, pode causar atritos na relação comercial dos dois países. A China tem sido o maior alvo de sobretaxas por parte do governo brasileiro, que está disposto a revisar os direitos antidumping aplicados contra produtos chineses. A idéia é também abrir um canal de diálogo com Pequim para tentar resolver, com consultas bilaterais, potenciais controvérsias.
Nos nove primeiros meses do ano, o país asiático comprou US$ 1,8 bilhão em produtos brasileiros, crescimento de 16,2% sobre igual período de 2001. A China já se tornou o terceiro maior mercado para as exportações brasileiras, perdendo apenas para Estados Unidos e Países Baixos.
Há dificuldades para a entrada de carnes brasileiras no país e, pelo menos para uma parte do governo, não é com uma enxurrada de direitos antidumping que as portas da China vão se abrir mais. O Brasil aplica, por exemplo, sobretaxa de 66,5% sobre pneus de bicicleta e de 60,3% sobre cadeados originários da China. Para alguns lápis de grafite ou de cor, pode chegar a 301%.
Fonte: Valor On Line, adaptado por Equipe BeefPoint