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Ministério Público quer manter preso o maior desmatador da Amazônia

O Ministério Público prepara uma nova denúncia para manter preso o maior desmatador da Amazônia. A quadrilha praticava crimes como se a Amazônia fosse território livre. Antônio Junqueira Vilela, o A. J. Vilela, apontado pelo Ministério Público como o chefe da quadrilha, escolhia em um sobrevoo qual parte da floresta iria virar fazenda.

A partir daí, se via uma sucessão de crimes envolvendo ao menos 28 pessoas. Capangas aliciavam pessoas humildes para trabalhar em regime de escravidão.

A Polícia Federal desmantelou acampamentos e gravou uma conversa entre Vilela e um aliciador que mostra como os trabalhadores eram tratados. Assim que eram retiradas as madeiras de maior valor, a quadrilha amarrava correntes em tratores para derrubar o que sobrava.

Vilela se dava ao luxo de acompanhar por satélite o cumprimento da ordem de pôr fogo na mata para limpar o terreno.

A quadrilha tinha informações privilegiadas sobre operações do Ibama.

aj-vilela-internaFoto: Ibama.

Depois que a área é completamente desmatada, o último estágio do golpe da quadrilha é colocar gado na terra. Quase sempre da raça nelore, para parecer que a ocupação é antiga, numa tentativa de dar legalidade ao crime. Se a pessoa não tinha dinheiro pra arrendar a terra, ela poderia fazer o pagamento com soja, com gado

O Ibama acusa  Villela de ser o maior desmatador da Amazônia, responsável por derrubar uma área do tamanho de Belo Horizonte. Só a Operação Rios Voadores comprovou o desmatamento equivalente a 14 mil campos de futebol entre 2012 e 2014.

Vilela continuou desmatando a floresta mesmo depois de receber multas do Ibama que ultrapassaram os R$ 200 milhões, só parando de agir depois de ir para a penitenciária de Tremembé, em São Paulo, onde continua preso.

Além dos crimes ligados ao desmatamento, ele responde a processo por tentativa de homicídio. Ele e capangas são acusados de atirar contra uma trabalhadora rural.

Ana Luiza Vilela Viacava, sua irmã, e o marido dela, Ricardo Viacava, também foram presos sob a acusação de lavar o dinheiro do esquema. A quadrilha teria movimentado quase R$ 2 bilhões entre 2012 e 2015. Sua defesa diz os dois não têm relação com irregularidades e que a inocência será provada durante o processo.

O Ministério Público deve apresentar uma nova denúncia contra a quadrilha na semana que vem, centrada principalmente na falsificação de documentos. O MP quer manter Vilela preso.

A defesa de Vilela nega as acusações e afirma que ele jamais comandou qualquer organização criminosa. Diz ainda que a divulgação da conversa é ilegal e que vai pedir a anulação do áudio na Justiça.

Fonte: Jornal Nacional, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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