O Ministério da Justiça e Segurança Pública abriu uma investigação para apurar a conduta da JBS relacionada a um incidente com vazamento de gás tóxico (amônia) nas dependências de frigorífico da empresa em Pimenta Bueno (RO), ocorrido em fevereiro.
A Pasta foi informada do incidente por ofício do Ministério Público de Rondônia. O documento explica que houve o rompimento da canalização de uma das câmaras de refrigeração do frigorífico e vazamento de gás amônia, atingindo as carcaças de carne acondicionadas no local.
“Outras intercorrências teriam ocorrido no intuito de reaproveitar o material possivelmente contaminado”, diz nota do Ministério da Justiça. A carne teria sido amontoada, arrastada, lavada, acondicionada em outras câmaras frias, com um período sem refrigeração.
“As informações recebidas apontam graves riscos à saúde e segurança do consumidor. Temos dado especial enfoque na pandemia a esses temas e vamos avaliar os indícios trazidos. Precisamos apurar os danos potenciais aos consumidores e os riscos a que foram expostos”, afirma a secretária de Defesa do Consumidor, Juliana Domingues, em nota.
Segundo o ministério, o trânsito do produto só foi impedido por meio de ação do MP-RO. Do contrário, a carne apreendida poderia ter chegado ao consumidor final, segundo o órgão.
A Pasta disse que a JBS foi notificada para prestar esclarecimentos no prazo de 15 dias. A empresa poderá firmar um termo de ajustamento de conduta.
Procurada, a JBS disse que o lote não foi destinado a consumo humano. Segue nota da companhia na íntegra:
“A JBS reitera que seu compromisso com a segurança e a qualidade de seus produtos é inegociável. A Companhia esclarece que o lote não foi comercializado, ou seja, não foi destinado ao consumo humano. A JBS está prestando todas as informações às autoridades.”
Fonte: Valor Econômico.