Mercado Físico da Vaca – 15/10/10
15 de outubro de 2010
Mercados Futuros – 18/10/10
19 de outubro de 2010

Minhas vacas sofreram com a seca deste ano, devo atrasar a estação de monta? Vale a pena utilizar inseminação artificial em tempo fixo (IATF)?

Este ano tivemos na maior parte do Brasil uma seca bastante severa, e agora o produtor se vê diante de diversas dúvidas sobre como conduzir a estação de monta. Certamente teremos um grande desafio em relação à reprodução das matrizes, pois os índices reprodutivos tenderão a ser inferiores. Descreveremos a seguir nossa visão a respeito destes assuntos.

Devo atrasar a estação de monta para as vacas se recuperarem?

A recomendação é que as propriedades não atrasem suas estações de monta em função da seca ocorrida. O período de monta deve ser fixo ao longo dos anos e alterá-lo hoje em função de um contratempo causará impactos durante vários anos subseqüentes, porque o reajuste para voltar ao período de monta original é bastante lento – corrigir uma estação de monta que foi atrasada em 45 dias sem ter que descartar uma grande quantidade de vacas pode levar mais de cinco anos.

Além disso, o peso à desmama dos bezerros é menor quanto mais tarde forem os nascimentos (Figura 1), de forma que atrasar a estação de monta implicará em vários anos com menos quilogramas de peso vivo (bezerros) produzidos por vaca.

Em um ano como o de 2010, o uso de IATF logo no início da estação de monta é uma ferramenta que pode ajudar os produtores a obterem índices reprodutivos satisfatórios sem a necessidade de atrasar a estação de monta, como pode-se ver na figura 1.

Figura 1: Efeito do mês de nascimento no peso a desmama de bezerros Nelore (Mato Grosso do Sul, 2005).

Vale a pena investir em IATF após um período difícil como o que tivemos?

Diante do atual cenário, diversos produtores se perguntam se não seria melhor utilizar apenas a monta natural. A atitude de um produtor que preza pela eficiência deve ser exatamente contrária. Em uma situação especial, devemos lançar mão de estratégias especiais para manter nossa produtividade. Quanto mais pudermos fazer para ajudar nossas vacas, maiores serão suas chances de ficarem gestantes e permanecerem no rebanho.

A seca severa que tivemos não será menos prejudicial às vacas servidas por touro, pelo contrário, é muito provável que os índices reprodutivos sejam inferiores nas fêmeas submetidas apenas à monta natural em relação àquelas submetidas à IATF. Isso porque os protocolos de IATF têm a vantagem de induzir ciclicidade nas matrizes que não estão apresentando cios, ou seja, nas matrizes em anestro, enquanto em sistemas de monta natural e inseminação convencional é necessário aguardar a vaca apresentar cio espontaneamente, o que pode demorar meses. Portanto, o produtor deve sempre lembrar que o touro cobre a vaca apenas se ela estiver em cio e nesta estação de monta as vacas demorarão mais para apresentarem cio após o parto.

Além da vantagem de induzir ciclicidade, o uso de IATF nos permite fazer diagnóstico precoce de gestação por ultrassonografia (28 dias pós-inseminação). Assim, saberemos ainda durante a estação de monta como foi o resultado da primeira inseminação e poderemos agir para maximizar nossos resultados. Uma estratégia interessante, principalmente em um ano como este de grande desafio, consiste em realizar o diagnóstico de gestação 28 dias após a IATF e ressincronizar as matrizes que ainda não estão gestantes. Em um estudo prévio, a combinação IATF + diagnóstico precoce de gestação + ressincronização resultou em taxas de prenhez aos 37 dias de estação de monta entre 65,9 e 79,6%, de acordo com o escore de condição corporal das vacas (Figura 2).

Figura 2: Taxas de gestação em 37 dias de estação de monta em vacas com diferentes escores de condição corporal submetidas a IATF + diagnóstico precoce de gestação + ressincronização.

Quando devo iniciar o protocolo de IATF?

A resposta simplista é “o quanto antes”! Após o parto, a tendência é que as vacas emagreçam (Figura 3) e, portanto, esperar demais pode resultar em resultados insatisfatórios devido a escore de condição corporal inadequado. Como demonstrado na Figura 4, o resultado da IATF é altamente influenciado e diretamente proporcional ao escore de condição corporal. Sendo assim, recomendamos que o protocolo de IATF seja iniciado já aos 30 dias pós-parto, de forma que a ovulação seja induzida ao redor dos 40 dias pós-parto.

Figura 3: Relação entre dias pós-parto e escore de condição corporal (inversamente proporcional). Diante desta condição, não é recomendado esperar muito tempo para realizar a IATF.

Figura 4: Relação entre escore de condição corporal e concepção à IATF (diretamente proporcional).

Resumindo

Este é um ano em que devemos utilizar ao máximo as ferramentas disponíveis para emprenhar nossas vacas, porque os índices reprodutivos tenderão a ser inferiores se nada for feito. Considerando os atuais preços de bezerros, reprodutores e insumos para inseminação, temos um cenário extremamente favorável ao uso da IATF – em diversas situações, o custo da prenhez por IATF está inferior ao custo da prenhez por touro. Portanto, é sensata a indicação de sincronizar o máximo de vacas, o quanto antes e, se necessário, ressincronizar as matrizes que não emprenharem à primeira inseminação.

Contem com a Pfizer como fornecedora de soluções em pecuária, através de nossa linha reprodutiva, nossa equipe especializada e nosso canal de contato – o Disk IATF Pfizer (0800-770-6797). Boa estação de monta a todos!

Para saber mais entre em contato pelo box abaixo:

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress