Saiu o resultado da Prova Senepol – Parceria Embrapa e Núcleo Brasileiro de Melhoramento Genético da Raça Senepol
16 de abril de 2014
Muitas pessoas acham que manejo racional é trabalhar com bandeiras no curral, quando na verdade isso é apenas uma ação dentro de várias outras – Fernanda Macitelli [Prêmio BeefPoint Bem-estar Animal]
17 de abril de 2014

Trabalho para avaliar a viabilidade econômica de sistemas que adotam os conceitos de BEA – Celso Lemme [Prêmio BeefPoint Bem-estar Animal]

BeefPoint realizará um grande evento – BeefSummit Bem-estar Animal -,  no dia 8 de maio de 2014, no Centro de Convenções do Ribeirão Shopping, na cidade de Ribeirão Preto/SP.

O evento terá a participação especial de Temple Grandin – pesquisadora que é referência mundial em bem-estar animal. Além de palestras inovadoras, com o Prof. Mateus Paranhos da Costa e pecuaristas que são referência nas práticas de bem-estar animal no Brasil.

Estes profissionais irão compartilhar casos de sucesso e aprendizados nesta área que cresce, a cada dia, dentro da cadeia produtiva da carne. E para fechar o dia com chave de ouro realizaremos a entrega do Prêmio BeefPoint 2014 – Edição Bem-estar Animal, que irá homenagear pecuaristas, profissionais, vaqueiros e pesquisadores que são referência em bem-estar no Brasil.

O público escolherá por meio de votação online, o vencedor de cada categoria. Assim, para você – leitor BeefPoint -, conhecer melhor os indicados, nós preparamos uma entrevista com cada um deles!

Conheça Celso Funcia Lemme, finalista na categoria Professor/Pesquisador Referência em Bem-estar Animal.

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Celso Funcia Lemme tem 58 anos de idade, graduação em Administração e em Estatística, mestrado em Engenharia de Produção e doutorado em Administração. Reside na cidade do Rio de Janeiro/RJ – no bairro da Tijuca. É professor e pesquisador do Instituto COPPEAD de Administração, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPEAD/UFRJ), nas áreas de Finanças e Sustentabilidade Corporativa.

BeefPoint: Com base em suas pesquisas, o que você implementou de diferente na pecuária brasileira e no quesito bem-estar animal, que levou você a ser um dos finalistas do Prêmio BeefPoint Edição Bem-estar Animal?

Celso Lemme: Nossas pesquisas em bem-estar animal (BEA) no COPPEAD/UFRJ são voltadas para dois aspectos:

  1. Comportamento dos consumidores em relação ao tratamento dado aos animais nos sistemas de produção,
  2. Comparação do desempenho financeiro e dos padrões de sustentabilidade entre sistemas que adotam os conceitos de BEA e sistemas tradicionais.

Assim, nosso objetivo é levar aos produtores aspectos que eles possam considerar nas análises e decisões sobre modelos de negócios e estratégia empresarial. Iniciamos este trabalho há apenas 3 anos, com o apoio de especialistas na área de BEA e esperamos que os frutos possam ser colhidos em breve.

BeefPoint: Na sua opinião, o que pode ser feito para diminuir a distância da pesquisa com a prática vivenciada no campo?

Celso Lemme: Organizar encontros entre pesquisadores, produtores, ONGs voltadas para o BEA e direitos dos consumidores, órgãos governamentais e agentes financeiros. Esses encontros devem ser direcionados para questões específicas que possam levar ao avanço das práticas.

BeefPoint: O que você faz para difundir suas pesquisas para os pecuaristas? O que ainda pode ser feito?

Celso Lemme: Tenho participado de seminários organizados por instituições de ensino e pesquisa ou ONGs, das quais participam pecuaristas, embora talvez em menor intensidade do que seria desejável. Também ajudo a escrever artigos e dou entrevistas para revistas especializadas, como as da UNESP e CFMV. Ainda faço menos do que gostaria e penso que a divulgação seria mais eficaz em reuniões ou visitas aos produtores em suas regiões de atuação.

BeefPoint: Quais suas linhas de pesquisa? O que lhe traz mais resultados? 

Celso Lemme: Minha linha básica de pesquisa é voltada para avaliar a viabilidade econômica de sistemas que adotam o conceito de BEA, comparando com sistemas tradicionais. Aspectos adicionais abordam o comportamento dos consumidores em relação ao tratamento dos animais e avaliação da sustentabilidade da cadeia produtiva, sob a ótica do Triple Bottom Line (integração de questões financeiras, ambientais e sociais).

BeefPoint: Qual a aceitabilidade dos pecuaristas quanto a adoção de novas técnicas de manejo em suas propriedades, principalmente as focadas no manejo racional?

Celso Lemme: Muito dificil responder, pois o Brasil é um país muito grande e com diversidade regional e setorial. Como em todos os aspectos da atividade humana. Há empresas e profissionais que estão na vanguarda da inovação, enquanto outros são mais conservadores e preferem esperar pela consolidação das novas técnicas. Acho que um grande desafio e aproximar esses grupos, para que tenhamos maior uniformidade e velocidade na adoção das mudanças.

BeefPoint: Todos sabemos que aprendemos mais com nossos erros. O que fez e deu errado? Você poderia nos contar?

Celso Lemme: Acho mais fácil os outros identificarem os nossos erros. Quando pensamos que conhecemos os nossos erros, em geral estamos errando novamente. Um ponto em que errei e ainda devo estar errando é no entendimento das motivações e percepções dos vários agentes envolvidos na questão de BEA, como pecuaristas, governo, pesquisadores, ONGs, consumidores e financiadores. Sem um bom entendimento nesse aspecto, os esforços e resultados de pesquisa são menos eficazes.

BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária brasileira hoje?

Celso Lemme: Um grande desafio é assumir a liderança internacional na questão de BEA, avançando nos conceitos e técnicas, em vez de se posicionar como seguidor do que acontece nas economias maduras. Creio que o Brasil pode dar grandes contribuições nas questões ambientais, sociais, éticas e econômicas associadas a pecuária, tratando-as como aliadas na criação de um mundo melhor e não como adversarias em conflito.

O conceito, as técnicas e uma visão ampliada do conceito de BEA podem inspirar e orientar a pecuária brasileira nesse desafio!

BeefPoint: Quais seus planos em 2014?

Celso Lemme: Atuar em projetos de pesquisa em conjunto com outras universidades, produtores rurais e ONGs, visando obter e difundir uma visão mais clara e ampla das contribuições que o conceito de BEA pode trazer para o Brasil.

BeefPoint: Qual o maior exemplo de professor/pesquisador que trabalha com bem-estar animal? Quem você admira por fazer um excelente trabalho?

Celso Lemme: Nos últimos anos tenho conhecido professores/pesquisadores extraordinários nessa área, mas destaco o professor Mateus Paranhos, da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da UNESP – Campus de Jaboticabal/SP.

BeefPoint: Qual seu recado para os pecuaristas?

Celso Lemme: Espero que eles possam assumir o papel de líderes inovadores, usando seu conhecimento e experiência para aproximar as partes interessadas nos desafios da produção de alimentos no Brasil e, com isso, ajudando o país a alcançar uma posição de liderança nas questões econômicas, ambientais, sociais e eticas nesta atividade.

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