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Minerva tem demanda fraca para debêntures

O fechamento da emissão de R$ 300 milhões em debêntures conversíveis em ações do frigorífico Minerva, previsto para ontem, foi adiado para hoje, informou a companhia em comunicado. Até ontem a demanda do investidor estrangeiro, para quem a operação foi formatada, não era suficiente para completar a oferta.

O fechamento da emissão de R$ 300 milhões em debêntures conversíveis em ações do frigorífico Minerva, previsto para ontem, foi adiado para hoje, informou a companhia em comunicado. Segundo apurou o Valor, até ontem a demanda do investidor estrangeiro, para quem a operação foi formatada, não era suficiente para completar a oferta.

A operação mescla características de renda fixa, por oferecer um retorno fixo anualmente, com renda variável, já que os papéis devem ser obrigatoriamente convertidos em ações. Porém, pesa a falta de familiaridade dos estrangeiros com o mercado de renda fixa local, além do recolhimento de 6% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o que naturalmente reduz a atratividade. Também pesa o cenário externo turbulento.

No mercado doméstico, a procura ontem estava fraca ao longo do dia, beirando os R$ 30 milhões. A remuneração proposta na operação – equivalente a 100% do CDI – não agradou os investidores. “Sem prêmio na debênture, melhor seria investir diretamente na ação da empresa, se eu acredito no potencial de valorização”, diz um gestor de fundos. Outro profissional qualificou a operação como uma “ação a termo”, e não como uma emissão de renda fixa.

Com o adiamento, o processo de coleta de intenções de investimento (bookbuilding, no jargão de mercado), que se encerraria ontem, foi prorrogado até hoje. Procurado, o Goldman Sachs, coordenador líder da oferta, não comentou o assunto. O Minerva também não se manifestou. A operação conta ainda com a participação do Deutsche Bank e do BB Investimentos.

A emissão do Minerva chama a atenção do mercado por resgatar o mecanismo de debêntures conversíveis em ações, praticamente esquecido nos últimos anos e usado apenas em operações privadas – geralmente com participação do BNDES. A presença de bancos estrangeiros entre os coordenadores é outra novidade da operação.

Os investidores poderão converter as debêntures em ações voluntariamente ou de forma compulsória na data de vencimento da emissão, que tem prazo de 4 anos. O preço de conversão foi definido entre R$ 6 e R$ 8. No pregão desta terça-feira, as ações do frigorífico fecharam em queda de 1,89%, negociadas a R$ 5,69.

O Minerva pretende usar a maior parte dos recursos captados para liquidar uma Cédula de Crédito Bancário de R$ 220 milhões emitida em favor do Banco do Brasil, pela qual a empresa paga uma taxa correspondente a 119% do CDI. Caso a emissão fique abaixo do valor pretendido, os recursos deverão ser usados prioritariamente para o pagamento das parcelas restantes da aquisição do Frigorífico Pul, de R$ 29,3 milhões.

No ano, as emissões públicas de debêntures somam R$ 2,26 bilhões, em seis operações. Incluindo as emissões com esforços restritos, que não são registradas, o valor sobe para R$ 21,5 bilhões no primeiro semestre.

A matéria é de Carolina Mandl e Vinícius Pinheiro, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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