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Minerva reduz oferta de debêntures para R$ 200 milhões

Após adiar por um dia a definição da emissão de debêntures conversíveis em ações, o frigorífico Minerva conseguiu fechar ontem a operação. O volume da captação, porém, ficou abaixo do proposto, em R$ 200 milhões. A intenção original da companhia era levantar até R$ 300 milhões com os papéis.

Após adiar por um dia a definição da emissão de debêntures conversíveis em ações, o frigorífico Minerva conseguiu fechar ontem a operação. O volume da captação, porém, ficou abaixo do proposto, em R$ 200 milhões. A intenção original da companhia era levantar até R$ 300 milhões com os papéis.

O Minerva prorrogou o encerramento do processo de coleta de intenções de investimento (“bookbuilding”, no jargão de mercado) por conta da fraca procura pelos papéis e após pedidos de grandes investidores que ainda avaliavam a operação.

Ontem, a demanda havia melhorado e seria suficiente para fechar toda a operação, mas para isso a empresa precisaria aceitar um desconto muito grande. No final, o Minerva e os bancos que estruturaram o negócio – Goldman Sachs, Deutsche Bank e BB Investimentos – optaram por definir o preço a R$ 1.000 – idêntico ao valor de face – e diminuir a quantidade de papéis. Em período de silêncio por conta da operação, os bancos e a companhia não se manifestaram.

A emissão de debêntures do frigorífico atraiu grande atenção do mercado por resgatar o mecanismo de debêntures conversíveis, praticamente esquecido nos últimos anos. A operação, no entanto, foi prejudicada pela falta de familiaridade dos estrangeiros – para quem a emissão foi formatada – com o mercado de renda fixa local. Pesou ainda o cenário externo turbulento, agravado pela decisão do governo brasileiro de taxar em 1% a variação na posição vendida em derivativos cambiais.

Entre os investidores locais, a emissão atraiu pouco interesse. A remuneração estabelecida na operação – equivalente a 100% do CDI – não agradou, apesar da possibilidade de desconto no preço do papel. A estrutura da debênture – comparada a uma “ação a termo” e não como uma emissão de renda fixa – afastou a maior parte dos gestores de fundos de crédito.

O Minerva enfrentou problemas até entre os acionistas minoritários, que enxergaram na emissão de debêntures conversíveis uma forma de terem a participação acionária diluída a um preço mais baixo que o de mercado.

Conforme o prospecto da operação, os investidores poderão converter as debêntures em ações voluntariamente ou de forma compulsória na data de vencimento dos papéis – que têm prazo de quatro anos – a um preço de entre R$ 6 e R$ 8. A conversão voluntária, porém, só pode ocorrer pelo preço máximo. No pregão de ontem as ações do frigorífico fecharam em queda de 4,21%, negociadas a R$ 5,45.

O Minerva pretendia usar a maior parte dos recursos captados para liquidar uma Cédula de Crédito Bancário de R$ 220 milhões emitida em favor do Banco do Brasil, pela qual a empresa paga uma taxa correspondente a 119% do CDI. Como a emissão ficou abaixo do valor pretendido, os recursos deverão ser usados prioritariamente para o pagamento das parcelas restantes da aquisição do Frigorífico Pul, de R$ 29,3 milhões.

A matéria é de Vinícius Pinheiro e Carolina Mandl, publicada no Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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