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Minerva mira Colômbia e Austrália

Há dois anos, a Minerva Foods precisou recorrer ao mercado para ajustar a estrutura de capital, levantando mais de R$ 1 bilhão em um follow-on. Aos investidores, a companhia dos Vilela de Queiroz prometeu usar os recursos para reduzir seu passivo, o que permitiria a ela voltar a distribuir dividendos. A promessa foi cumprida. 

De lá para cá, a companhia já distribuiu R$ 742 milhões em proventos e acaba de anunciar o pagamento de mais R$ 200 milhões em dividendos, ao mesmo tempo em que gerou caixa suficiente para recomprar mais de R$ 1,5 bilhão em bonds no exterior, reduzindo sua dívida bruta.

A boa fase animou a Minerva a retomar sua estratégia de crescimento por meio de aquisições. Estão na mira uma expansão na Colômbia, onde a empresa já é uma das grandes exportadoras de carne bovina, e na Austrália. No ano passado, a companhia estreou no mercado australiano com a compra, por US$ 20 milhões, de dois frigoríficos de cordeiros, sua primeira incursão fora da América do Sul. 

A ideia agora é ampliar a atuação na Austrália, o que pode incluir produzir também carne bovina por lá, disse o CEO da Minerva, Fernando Galletti de Queiroz, em entrevista a jornalistas. “Com a estrutura de capital mais equilibrada, tivemos um período importante de distribuição de valor para os acionistas. Agora, devemos focar um pouco mais em crescimento inorgânico”, explicou o diretor financeiro, Edison Ticle. Como todo M&A, ponderou, um negócio nunca está garantido. 

Ao retomar a agenda de M&As com mais intensidade, a Minerva talvez não pague dividendos gordos como nos últimos dois anos – o yield ficou em 10,6% em 2021 -, mas Ticle reforça que ainda é prematuro dizer que a companhia mudará a política, aprovada pelo conselho de administração, de distribuir ao menos 50% do lucro se a alavancagem seguir abaixo de 2,5 vezes. 

“A depender dos movimentos que fizermos de aquisições, podemos solicitar a revisão da política de dividendos em algum momento, mas é muito cedo para dizer isso. Vamos ver como anda o crescimento. Os M&As não dependem da nossa vontade. Dependem do alvo, do preço. Não dá para prever. O que temos é a política de dividendos aprovada e estamos cumprindo”, disse Ticle. 

Bom desempenho 

Enquanto prospecta aquisições, a Minerva também comemora o desempenho do ano passado. Em balanço divulgado ontem à noite, a companhia reportou um lucro de R$ 150,3 milhões no quarto trimestre, incremento de 31,7%. Recorde, a receita líquida no período totalizou R$ 7,5 bilhões, um crescimento de 31,6% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. O salto reflete os preços mais altos da carne bovina exportada. Em volume, as vendas registraram queda de 4,1%.

No trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da Minerva chegou a R$ 735,3 milhões, aumento de 19,2%. Com isso, a margem Ebitda chegou a 9,8%, queda de 1 ponto percentual na comparação com o mesmo período de 2020. 

O fluxo de caixa livre nos últimos três meses do ano ficou em R$ 110,1 milhões. De acordo com a Minerva, esse é o 16º trimestre consecutivo de geração de caixa positiva. No mercado, o grupo sempre foi visto como referência quando o assunto é gestão de capital de giro em frigoríficos. 

No acumulado de 2021, a Minerva bateu recorde de receita e Ebitda. A receita líquida chegou a R$ 26,9 bilhões, crescimento de quase 40%. O Ebitda do período totalizou R$ 2,4 bilhões, um acréscimo de 12,6%. A margem Ebitda, no entanto, caiu dois pontos na comparação anual, para 9%. Na última linha do balanço, a companhia brasileira lucrou R$ 598,9 milhões, diminuição de 14,1% em relação ao ano anterior. 

Fonte: Valor Econômico.

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