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Minerva Foods lidera altas de ações de frigoríficos na B3

As ações das principais empresas brasileiras de proteínas animais que atuam no mercado de carne bovina reagiram bem à confirmação de que os casos atípicos da doença da “vaca louca” identificados no país não representam riscos significativos aos embarques do produto e fecharam em alta nesta segunda-feira na B3. 

Maior exportadora de carne bovina da América do Sul, a Minerva Foods se recuperou das quedas no fim da semana passada e liderou as valorizações. Segundo informações do Valor Data, o avanço de hoje foi de 6,68%, para R$ 8,31. Com isso, a retração acumulada este ano diminuiu para 12,46%, e a baixa dos últimos 12 meses foi reduzida para 28,21%.

No início do dia, a Minerva informou que a suspensão temporária das vendas à China, adotada pelo Ministério da Agricultura do Brasil em linha com o acordo sanitário bilateral para casos atípicos de “vaca louca”, não afetará seus negócios, uma vez que plantas de sua subsidiária Athena Foods localizadas no Uruguai e na Argentina poderão suprir a demanda chinesa. Em 2019, quando houve um caso atípico em Mato Grosso, os embarques brasileiros ao mercado chinês ficaram bloqueados por 13 dias.

As ações da JBS, maior empresas de proteínas animais do mundo, subiram 3,22% nesta segunda-feira e atingiram R$ 32,10. No ano, os papéis da gigante passaram a acumular valorização de 44,74%, e nos últimos 12 meses, de 56,58%. Diferentemente da Minerva, a JBS também atua, com a divisão Seara, nos mercados de carnes suína e de frango. A companhia tem, ainda, forte presença nos EUA (entre outros países), onde é gerada atualmente mais de metade de sua receita. 

Já os papéis da Marfrig, que também tem nos EUA operações responsáveis por mais de metade das vendas, subiu 2,58% na B3, para R$ 21,89. Em 2021, assim, a alta acumulada de suas ações chegou a 52,56%, e nos últimos 12 meses atingiu 32,39%. 

O Ministério da Agricultura confirmou no sábado a ocorrência dos casos atípicos de “vaca louca” em Belo Horizonte e em Nova Canaã do Norte, em Mato Grosso. No fim da tarde desta segunda-feira, a Pasta informou que, diante dos resultados dos exames realizados, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) também concluiu que os dois casos não representam risco sanitário à pecuária brasileira. 

O país manteve o status conferido pela entidade de país com risco insignificante para a doença. Não está claro, contudo, quanto tempo vai durar a suspensão das exportações para a China, embora a expectativa seja de retomada nos próximos dias. Por menor que seja o impacto sobre as vendas totais brasileiras, porém, esse tipo de problema causa alguns transtornos. 

Embora já esteja claro que as ocorrências no Brasil não representam riscos, o consultor César de Castro, do Itaú BBA, alerta que o país asiático pode tentar aproveitar o momento para tentar reduzir os valores que paga pelos cortes brasileiros. Mas Castro lembra que a China também não tem muitas alternativas para importar, já que as vendas da Argentina ao exterior seguirão limitadas até outubro por determinação do governo local – que busca conter a inflação – e oferta na Austrália continua limitada, em parte por causa de problemas climáticos. 

No mercado futuro de boi gordo na B3, os preços também se recuperaram com o alívio trazido pela confirmação de que os casos atípicos de “vaca louca”, desenvolvidos naturalmente por animais de idade avançada, não resultarão em maiores problemas para a cadeia produtiva

Fonte: Valor Econômico.

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