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Minerva bate recordes e antecipa dividendos

No balanço que foi divulgado ontem, a Minerva reportou lucro líquido de R$ 424,7 milhões no trimestre, mais que o triplo quando comparado ao ganho de R$ 116,7 de igual intervalo do ano passado. A Minerva encerrou o segundo trimestre com forte geração de caixa (R$ 416 milhões), o que permitiu a redução do índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda), de 2,4 vezes para 2,3 vezes. O grupo também está aproveitando para antecipar o pagamento de R$ 128 milhões em dividendos.

Enquanto a indústria frigorífica dos EUA, que saboreou as melhores margens de todos os tempos nos últimos dois anos, começa a ver queda significativa do nível de rentabilidade (como o último balanço da americana Tyson Foods mostrou e que também vai aparecer nos resultados de JBS e Marfrig), os negócios na América do Sul – e particularmente no Brasil – estão na fase oposta, ajudados pela ampla oferta de gado.

Ao concentrar o parque frigorífico em Brasil, Paraguai, Argentina, Uruguai e Colômbia, a Minerva se tornou o ativo brasileiro melhor exposto à atual fase do ciclo da pecuária. Não à toa, o mercado já vinha diferenciando a empresa dos pares listados. No ano, as ações da Minerva subiram 23%, com a empresa avaliada em R$ 7,7 bilhões. JBS e Marfrig caíram 17,8% e 40%, respectivamente, e o Ibovespa subiu quase 5%.

Em entrevista exclusiva ao Pipeline, os executivos da Minerva realçaram a capacidade de preservar o bom momento do segundo trimestre. “Não é que tenha sido um resultado fora do comum”, disse Ticle, diretor financeiro e de relações com investidores. A empresa não dá guidance, mas não vê motivos para que o terceiro trimestre seja diferente.

Cenário promissor

Para o CEO Galletti de Queiroz, o cenário favorável para a oferta de boi gordo no Brasil deve perdurar pelo menos até 2024, com a disponibilidade de gado melhorando gradualmente. Historicamente, os ciclos de oferta – baixa ou alta – levam de dois a três anos, o que mexe com a estrutura de custos dos frigoríficos. O boi gordo responde por mais ou menos 80% do custo de produção.

Além da melhora na oferta de gado no Brasil, o resultado da Minerva no segundo trimestre reflete a disparada dos preços da carne bovina no exterior. O preço médio na exportação da Minerva subiu 34,2% na comparação anual. Parte desse aumento, é claro, tem a ver com uma mudança de mix de cortes comercializados, mas o preço também aumentou devido à demanda firme da Ásia – China, principalmente. No segundo trimestre, o volume de vendas da Minerva aumentou quase 13%.

O ambiente positivo contribuiu para um Ebitda de R$ 778 milhões, uma expansão de 42,8% na comparação anual. Com isso, a margem Ebitda aumentou 0,5 ponto, passando de 8,7% para 9,2%. Com esse desempenho operacional, a Minerva bateu as previsões dos analistas de casas como J.P. Morgan, Bank of America (BofA) e Itaú BBA, que previam um Ebitda entre R$ 701 e R$ 734 milhões no segundo trimestre.

Dívida controlada

Na estrutura de capital, a Minerva manteve a dívida líquida controlada (o montante passou de R$ 6,5 bilhões para R$ 6,6 bilhões) mesmo com o pagamento de R$ 200 milhões em dividendos complementares distribuídos no período, mas se referiam ao resultado de 2021.

Ao longo do segundo trimestre, a Minerva continuou aliviando a dívida bruta com recompra e cancelamento de bonds. No do ano, foram US$ 200 milhões resgatados no mercado pagando preços inferiores ao valor de face dos títulos. Ao mesmo tempo, a Minerva emitiu R$ 1,5 bilhão em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) em julho, com custo 113,5% do CDI. “É um custo muito barato e mais em conta que as dívidas em dólar”, disse Ticle.

Fonte: Valor Econômico.

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